Álbum Tricolor (03)
Loivo
FOTO:
Agência RBS
LOIVO IVAN JOHANN -
1967 – 1975
Apelido: Coração de Leão
Data de Nascimento: 24 de Janeiro de
1945, em Brochier-RS
Período no Grêmio: 1967 a 1975
Posição: Atacante (Ponta Esquerda)
*Estreia: 26/02/1967 - Grêmio 2x0 Guarany (Lages-SC)
*Despedida: 14/12/1975 - Grêmio 3x1
Toledo-PR
*Jogos: 427
*Gols: 76
(*) Os dados dizem respeito às informações contidas
no arquivo do autor.
CARREIRA
EC Floriano, de Novo Hamburgo-RS
(1965 e 1966), Grêmio - RS (1967 a 1975), Internacional, de Lages-SC, (1976), Club
Atlético, de Carazinho-RS (1977), e EC Novo Hamburgo - RS (1978 e 1979).
Loivo, o ponta esquerda batizado pelo narrador Mílton
Ferreti Jung de “Coração de Leão”, devido ao espírito guerreiro com que entrava
em campo, é um dos nomes que habita a memória do torcedor gremista,
particularmente aquele que acompanhou o clube nos anos 60 e 70.
Loivo chegou ao Grêmio em 1967, junto
com o zagueiro Ary Ercílio, ambos trocados por dois jogadores do Grêmio, que
foram para o EC Floriano, de Novo Hamburgo. Driblava bem e tinha um chute
potente. Sabia articular jogadas no meio de campo, quando recuava para a
marcação, e chegava com facilidade à linha de fundo.
O ponta esquerda participou de
quatro “Robertões”, de 1967 a 1970, e de cinco Campeonatos Brasileiros, de 1971
a 1975, todos pelo Grêmio, com um total de 155 jogos, marcando 17 gols.
Em 1972, Loivo marcou um dos gols
mais significativos da sua carreira. A data do jogo, o local e o adversário não
poderiam ser mais sugestivos: Dia 19 de novembro, Dia da Bandeira, no Olímpico,
e contra o Flamengo-RJ.
O Grêmio vinha de uma série de 5
insucessos seguidos no Campeonato Brasileiro: Vasco da Gama (0x1), Santa
Cruz-PE (0x1), Corinthians (0x1),
Palmeiras (0x1), e Fluminense (0x2). Depois de um longo tempo sem marcar gol (567
minutos), o Grêmio recebeu, no Estádio Olímpico, o Flamengo, de Zagallo,
necessitando da vitória.
E ela veio dos pés de seu ponteiro
esquerdo, aos 28’ minutos da primeira etapa. Um chute que “fulminou” o goleiro
Renato, do rubro-negro carioca.
Um jogo tenso, como sempre é
qualquer outra partida contra o Flamengo. Na estreia de Mílton Martins Kuelle
como treinador do Tricolor, o Grêmio empilhou chances claras de gol antes de
Loivo marcar.
Aos 30 segundos de jogo, Loivo
chutou forte e Renato defendeu; aos 9' minutos, Obberti, depois de uma jogada
de Everaldo, aproveitou a má colocação do goleiro e chutou, mas a bola bateu no
travessão; aos 28' minutos, o zagueiro Chiquinho perdeu a bola para Laírton,
que deu a Loivo, que não perdoou. Gol de Loivo, que marcou o início da
trajetória do “Gol-gol-gol”, na voz de Mílton Jung. Naquela partida, a bola que
teimava em bater no travessão, na grama, no zagueiro, no goleiro, acabou “beijando”
a rede.
No segundo tempo, o time do Flamengo
pressionou, mas Picasso, o goleiro gremista que também estreava no clube,
segurou o resultado. Zagallo, ao final do jogo, declarou: “...Eles fizeram um
gol e Picasso segurou tudo, numa atuação sensacional...”.
Em 1973, o mesmo adversário e o
palco diferente assistiram um de seus gols mais bonitos. Uma falta cobrada
quase do meio de campo e um gol do tamanho do Maracanã. Um “tiro” forte,
certeiro. Ubirajara, goleiro do Flamengo, não viu a bola entrar. Nova vitória
do Grêmio, com gol de Loivo, aos 40’ minutos do 2º tempo. Darío marcou no
primeiro tempo; Tarciso empatou de pênalti, e o “Coração de Leão” deu números
definitivos ao placar.
Loivo deu inúmeras vitórias ao Grêmio,
sendo que 11 delas foram alcançadas com um único gol seu. Nas vezes em que Loivo
marcou gol, o Grêmio só teve duas derrotas; venceu 57 jogos e empatou 11.
Títulos:
- Campeão Gaúcho (1967 e 1968)
- Copa Rio de La Plata (1968) – também
chamada de Copa Fraternidad, que tinha a participação de Peñarol e Nacional,
ambos do Uruguai e mais Grêmio e Internacional.
- Taça do Atlântico (1971) - Torneio
disputado por três clubes tricolores da América do Sul: Grêmio, River Plate
(ARG) e Nacional (URU).
- Taça Cidade de Salvador (1972) - Torneio
disputado por Grêmio, Fluminense (RJ), Vitória (BA) e River Plate (ARG).
Loivo esteve presente em 29
clássicos GRENAL. Marcou dois gols.
Por Alvirrubro
FONTES:
- Jornal "Zero Hora"
- Jornal "Correio do Povo"
- Revista “Grêmio 70, Nº 6
(1960-1970)”
- Revista “Placar”
- Arquivo Pessoal
Sempre achei que Loivo fosse apelido.
ResponderExcluirO Inter, em 1967, queria levar Loivo para os Eucaliptos. Para acertar detalhes da ida do ponteiro, um dirigente do colorado, para conversar sobre a transferência para o Colorado, marcou um encontro com Loivo, na Rua da Praia, em Porto Alegre.
ResponderExcluirLoivo compareceu no local, no dia e hora combinados. Aguardou, aguardou, e nada do tal dirigente chegar. Desistiu de esperar e voltou para Novo Hamburgo.
Nesse mesmo dia, o Sr. Rudi Petry tinha ido a Novo Hamburgo para fechar o negócio do passe do zagueiro Ary Hercílio. Ao saber do interesse do Inter por Loivo, ficou na cidade e à noite fechou também o acordo com o ponteiro esquerdo. Ary e Loivo foram parar no Olímpico.
Para esclarecer: O Clube Floriano é o mesmo Novo Hamburgo, com o advento da 2ª guerra mundial, ele teve que mudar de nome, assim como o Palestra Itália virou Palmeiras e o Palestra virou Cruzeiro de Minas Gerais, com o passar dos anos, voltou a ser chamado de Novo Hamburgo.
ResponderExcluirBruxo, durou de 1942 até 1967 a troca de nome do NH para Floriano.
ExcluirAlvirubro, tens certeza?
ExcluirDesconfio que o nome Floriano avançou um pouco além de 67, mas é só de memória.
Bruxo, pode ser que eu esteja equivocado, mas em 1968 já era Novo Hamburgo. No Gauchão que começou em fevereiro já havia o Nóia na tabela.
ExcluirA forma como escrevi, "...até 1967...", pode deixar dúvida. Quiz dizer que durante o ano de 67.
Mas de qualquer forma, foi até o final da década de 60 o nome do EC Floriano.
Dei uma investigada e teus dados estão corretos. Voltou a ser Nóia em 68.
ExcluirLoivo era uma espécie de jogador-torcedor; encarnava a raça e entrega o tempo todo.
ResponderExcluirNesse teu texto, um nome saudoso, Ary Hercílio, zagueiro seguro, que saiu quando veio Ancheta, foi para o Fluminense que estava fazendo um cano de time em 72/73 com Gerson, Ary Hercílio e Artime, o artilheiro argentino, o destino pregou uma peça e o nosso ex-zagueiro encontrou a morte, resvalando de uma rocha e morrendo no mar.
Grande Ary Hercílio.
Tu sabias que Ary Hercílio jogou no Inter? 122 jogos.
ResponderExcluirSim; jogou junto com Sérgio Lopes, outro ícone do Grêmio. Alcindo, Airton Pavilhão e Gaspar, também iniciaram no Coirmão.
ResponderExcluirUma curiosidade, para mostrar o quanto Loivo era considerado no Estádio Olímpico.
ResponderExcluirNos meses de fevereiro e março de 1977, o time principal do Grêmio participava de uma excursão ao exterior.
Em Porto Alegre permaneceram alguns reservas e juvenis. Loivo, para manter a forma, treinava no Olímpico, mesmo sem ter nenhum vínculo com o clube.
Leôncio Abel Vieira, o Vieira, ex-ponteiro Tricolor, acompanhava a "gurizada" nos amistosos, como técnico.
Vendo o esforço de Loivo, resolveu convidá-lo para participar de um amistoso contra o Pelotas, na Boca do Lobo.
Loivo aceitou e em 05.03.1977, sem vínculo algum com o clube, mesmo integrando um time cheio de "guris", Loivo jogou com a camiseta do Grêmio.
O time daquele dia contra o Pelotas foi: Ivo, Hero, Acre, Jesus, Clóvis Luiz, Valderez, Sarandi, Paulo César (Rubenval), João Carlos Flain, Zequinha (Osíris), Loivo (Euzébio).
O Zequinha citado é juvenil. Não é o ponteiro do time titular, que excursionava.
Muito legal
ResponderExcluirIvo jogou nos profissionais, assim como Valderez, Sarandi e Rubenval.