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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (99) – Ano – 1997


Bons Tempos, Hein?

Foto: José Doval

Aproprio-me do título de uma das muitas obras relevantes de Millôr Fernandes, produção  dos anos 79/ 80, mas diferentemente do gênio carioca, que nela, exercia uma de suas mais célebres características, a ironia, nesta crônica, a manchete se refere realmente, aos bons tempos azuis da década seguinte, os “90”.

Também, é necessário, antes de me aprofundar no texto, referir o que o alvirrubro Alvirubro, colaborador deste blog, esconde em seus arquivos implacáveis. Esta é uma história incrível, que poucos conhecem. Coisa de “ourives”, de pesquisador das esquinas do futebol, dos subterrâneos da bola.

Pois bem, corria o ano de 97, o Imortal ostentava o título de campeão brasileiro de 96  e recém conquistara o tri da Copa do Brasil, sob a batuta do mestre Evaristo de Macedo (foto acima); conseguindo assim, o impensável: ser simultaneamente campeão das duas maiores competições do Brasil.

 Um 2 a 2 em pleno Maracanã, com alguns desfalques, superando o Flamengo de Romário em Maio, selou esta condição.

Três dias após a conquista no Rio de Janeiro, o Tricolor encarava no Olímpico, o Pelotas, partida válida pelo certame gaúcho.

Evaristo mandou a campo um Grêmio bem descaracterizado, porque os titulares ainda estavam “inebriados” pela conquista nacional, também, porque no meio de semana, enfrentariam o Cruzeiro pela Libertadores, diante disso, o treinador utilizou Murilo; Marco Antônio, Luciano, Éder e André Silva; André Vieira, Djair, João Antônio e Paulo Henrique; Marcos Paulo e Maurício. Ainda entrou Rodrigo Gral no lugar de João Antônio; aliás, ambos estiveram na decisão dias antes.

O Pelotas de Valmir Louruz usou Hugo, Clairton, Alessandro, Vilson e Carlinhos Capixaba; Marco Aurélio, Dido e Chiquinho; Liminha, Wallace, mais tarde Chulapa e Gilmar.

Aos 13 minutos, Alessandro abriu o placar, de cabeça. Em pouco tempo, o time pelotense ampliaria; Liminha cobrando falta faria 2 a 0. Isso em 21 minutos de partida.

O Imortal acordou e foi para cima; em  três minutos empatou, 35 e 37; o lateral Marco Antônio, de cabeça e o centro-avante Maurício (uma das muitas tentativas frustradas de substituir Jardel) fizeram os gols, este último, aparando rebote do arqueiro Hugo.

A etapa final reservou surpresas apenas para o seu epílogo; aos 45 minutos, Paulo Henrique pôs o Grêmio à frente no marcador, cobrando penalidade máxima, porém, o ponta-esquerda Gilmar empataria nos acréscimos, aos 50 minutos. Placar final 3 a 3.

Aí vocês talvez me perguntem: - Uma crônica feita em cima de um jogo do Gauchão sem ser decisivo contra um clube do interior no Olímpico, espremido entre a conquista da Copa do Brasil e um confronto contra o Cruzeiro pela Libertadores, onde o Grêmio enviou a campo só reservas, por quê?

Porque esta partida foi assistida por nada mais, nada menos do que 61.315 pessoas.

Além do estado anímico nas alturas pelas conquistas, a torcida gremista foi gratificada com entrada franca nesta partida; isso mesmo! De graça.

Bons tempos, hein? Dentro e fora dos gramados.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro


9 comentários:

  1. Buxo, não foram muitas as partidas com portões abertos na história gremista. Com exceção dos anos iniciais, onde não havia cobrança de ingresso para o torcedor, entradas francas foram se tornando raras. A última vez que o Grêmio abriu os portões do estádio para o público foi dia 04.06.2000 (Domingo - 10h30) Grêmio 2x0 FBC Rio-Grandense, de Rio Grande. Gols de Amato e de um gurizinho chamado Ronaldinho. Pouco mais de 3000 pessoas foram ao jogo. Em 1983, antes do embarque do Tricolor para Tóquio, a direção abriu os portões do velho Olímpico, e em torno de 15000 torcedores foram dar o "tchau" ao time que viria a ser campeão do mundo. Só que o adversário foi o Novo Hamburgo, que nada viu de festa na partida e ganhou do time gremista por 1x0, gol do Guinga.

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  2. Alvirubro
    Por isso o fato espetacular de por mais de 61 mil pessoas. Mesmo que de graça "até injeção na testa"; é muita gente. Um fenômeno aquela tarde.

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    1. Verdade! Não sei se existe fato similar no futebol brasileiro. Tanta gente em um jogo pratcamente morno, sem atrativos, com time reserva. É a devoção do torcedor ao clube. Certamente!

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  3. Guinga, fantástico centro-avante do Riograndense de Santa Maria.

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    1. Tu vês como era o futebol naqueles tempos. Guinga não teve chance na Dupla. Hoje, seria facilmente atacante titulara nos dois da Capital.

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    2. Era bem superior, por exemplo ao William José e (nem se fala) Vitinho, ora no Imortal.

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  4. Devoção, porque 3 dias antes botou faixa no peito e vinha de uma década recheada de títulos; na contramão disso que escrevi, foi o crescimento da torcida corinthiana, o maior índice verificou-se na escassez de títulos.

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  5. Marcelo Flavio26/09/2015, 19:50

    Muito bom saber desses detalhes da história do Grêmio.
    Para qualquer clube de futebol o seu maior patrimônio é a torcida.

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  6. Marcelo Flavio
    E o mais legal disso é que apesar da escassez de títulos, nosso clube cresce cada vez mais em número de torcedores. Abraços.

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