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sábado, 16 de janeiro de 2016

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (109) - Ano - 1984


O Clássico da entrega de Faixas

Fonte: Roberto Santos - Folha da Tarde

No último Grenal pelo Brasileiro, 1 a 0 para o Coirmão, depois dos fantásticos 5 a 0 da Arena, alguns jogadores do Inter, depois da partida, gritavam: "Aqui na nossa casa, não". No fundo, uma grande bobagem, porque uma afirmação dessas, traduz-se assim: - Então, em outros locais, sim.

Pois num Janeiro como esse, há exatos 32 anos, esse mesmo papo ocorreu. O Imortal recém havia ganho o Mundial em Tóquio e o Inter o tricampeonato gaúcho e,  lógico, veio aquela coisa "aqui no Estado, já existe um dono".

Provocações de ambos os lados derivaram para a marcação de um Grenal para o tira-teima. O local escolhido foi o Olímpico Monumental. Seria 26 de Janeiro, quinta-feira à noite; o motivo oficial: Entrega das faixas, campeão mundial, campeão gaúcho.

O Grêmio fez o seu primeiro jogo da temporada, reestreando Carlos Froner, o substituto de Espinosa no comando técnico. Tinha uma semana de treinamentos em Canela.

O velho capitão enviou a campo: João Marcos; Raul, Baidek, De Leon e Paulo Cezar Magalhães; China, Osvaldo e Bonamigo; Renato, Caio e Júlio Cesar. Entrariam ainda: Casemiro, Jorge Leandro, Cesar e Luis Carlos Martins.

O Inter de Dino Sani mandou: Gilmar Rinaldi; Alves, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Beto; Ademir, Müller e Ruben Paz; Silvio, Geraldão e Silvinho. Usaria ainda; Fernando, Milton Cruz e Kita.

Mário Sérgio recebeu a sua faixa de campeão mundial, já com a camisa do Coirmão, pois, o Tricolor não teve grana para trazê-lo da Ponte Preta. Não entrou em campo. Sorte dele.

Logo aos 3 minutos, Silvio aparou um cruzamento da esquerda, chutou, a bola desviou em Bonamigo e ela (a bola) escorregou para a goleira do estreante João Marcos.

Somente aos 41 minutos com grande jogada de De Leon veio a igualdade no marcador, a pelota foi alçada para o miolo da área colorada; Osvaldo (vide foto) se antecipou e cumprimentou o arqueiro Gilmar. 1 a 1. Assim finalizou a etapa inicial.

Aos 6 minutos, numa jogada normal dele e genial para qualquer outro atleta em campo, Renato entortou o lateral Beto e por cobertura, fez o gol mais bonito do clássico. O Inter entrou em parafuso.

As substituições deixaram o Colorado mais fragilizado, enquanto no lado azul, as trocas mantiveram o padrão de boa técnica e ofensividade apresentadas.

Em ótima troca de passes, o Tricolor ampliou com uma chegada do lateral Paulo Cezar pelo lado esquerdo; na saída do goleiro adversário, um tapa de pé direito decretou o 3 a 1.

O quarto gol veio de um lançamento primoroso, que encontrou o centroavante Caio livre entre os zagueiros; o Gaguinho fuzilou de pé direito à meia altura. 4 a 1.

O vexame vermelho foi atenuado através de uma cobrança de falta de Beto, que João Marcos espalmou para frente; Ruben Paz bateu seco e decretou o resultado final. 4 a 2.

Em sua coluna (Folha da Tarde), Lauro Quadros alertou para o perigo de se cutucar o oponente com vara curta. Também elegeu Osvaldo como o melhor em campo. Renato veio logo após, seguido por Mauro Galvão.

Fonte de Pesquisa: Jornal Folha da Tarde




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