Opinião

Parece

O título é uma margem de segurança que deixo, porque o que eu realmente penso é que o "atual" Grêmio tem medo de ser feliz, sim! Para mim; uma certeza.

Roger é novo, está aprendendo, vai errar muito ainda, mas a instituição não é apenas o seu treinador, sua comissão técnica. Alguém precisa "colar" nele e evitar esses obstáculos, que não são reais, são da cabeça dele e de seus pares.

Ano passado, o Grêmio arrancou muito bem no primeiro turno do Brasileiro, à medida que avançou, desvaneceu. Até aí, não se verificou este fator, o medo de ser feliz; dizia-se que era o grupo de atletas composto por medianos, que os adversários assimilaram o jeito "Roger" de jogar, etc...

Hoje, passados uns bons meses e diversos fracassos, dá para detectar que o Tricolor na hora do convencimento, na hora da maioridade, sucumbe num auto-flagelo. Foi assim na Primeira Liga, e especialmente no Gauchão, quando detinha a melhor campanha e, passando para a final, garantira que esta seria na Arena. Veio a tomada de decisões nos confrontos com o Ju e o resultado, todos sabemos. Faltou a convicção de botar faixa no peito e taça no armário. Medo de ser feliz. Criar barreiras.

O Grêmio em 15 pontos possíveis contra os seguintes oponentes; Vitória, Sport, Chapecoense, Atlético PR e América MG, conquistou 2 pontinhos. Ganhasse mais 3 e estaria na liderança isolada. Em todos, a mesma atitude, o mesmo discurso, o mesmo resultado. Repetição de erros.

Em outros momentos da história do Tricolor, houve algo parecido, a questão Serra Dourada. Bastava ter jogo em Goiânia e vinha todo um conjunto de desculpas antecipadas. Os jogadores chegavam lá convictos de que perder de pouco era uma epopeia. Agora me expliquem porque o Goiás ascende e rebaixa com tanta frequência na Séries do Brasileiro? Então, o discurso da época era balela, que eu traduzo como estupidez.

Daqui a 5, 6 rodadas, mantido esse "respeito" por adversários medianos, o Grêmio sairá do G-4, porque Santos, Flamengo e Atlético Mineiro já se estruturaram, se ajustaram e o São Paulo não se distrai mais com a Libertadores. Nem cito Palmeiras e Corinthians, que tem toda uma "máquina" extra-campo jogando a seu favor. Até o medíocre Fluminense está se ajeitando na mão de um treinador rodado.

Todos sabemos que o grupo de atletas gremista é feito de diamantes como Geromel, Walace e Luan, mas também tem jogadores limitados, outros depressivos, sorumbáticos e, para completar, mais alguns que são indolentes, além de nulidades que saltam aos olhos; ainda assim, não poderia ter esse discurso diante de clubes menores e que andam mal das pernas no Brasileiro. Deles, dava para vencer até com os reservas.

O campeonato está livre para que quiser ganhar, mas, uma hora, a experiência de um Levir Culpi, Marcelo Oliveira ou Cuca, fará a diferença. O Grêmio terá que compensar esse conformismo do técnico e jogadores com ação enérgica no vestiário. Enérgica não significa dar um pontapé na porta, mas cobranças e demonstrar o caminho.

Há ainda a Copa do Brasil, mas o breve histórico do atual treinador em mata-matas, não recomenda entusiasmo.

A Diretoria do Grêmio erra por uma convicção equivocada ao deixar o timão do elenco na mão de um neófito, ou se percebe isso e não age, não está sendo honesta com seu maior patrimônio; a torcida, porque promete o que não vai cumprir: Títulos em 2016.

PS: Escrevi considerando que o Grêmio baterá o Santa Cruz e assumirá a ponta da tabela, mas é um texto para ser guardado.