O Cobertor
Num dos muitos comentários da crônica anterior, o colega Paulo Juliano tratou do "cobertor curto", expressão que no futebol indica impossibilidade de um time ser harmônico, o tal "equilíbrio", ora falta defesa, ora falta ataque. Se a atenção se volta para a defesa, descobre o ataque e vice-versa.
Renato na passagem de 2013 detectou que o setor defensivo era frágil, aí o cobertor cobriu a defesa, para isso, três zagueiros e três volantes. O time se deu bem, porque na frente, embora com desempenho abaixo da fama de cada um, havia Barcos, Kléber e Vargas. Na teoria, um trio letal.
E lá foi o Tricolor brigar pela famosa "uma bola", que um deles decidiria, o resto era com a defesa e os volantes.
Pois bem, atualmente, pelo elenco do Grêmio não haverá cobertor que abrigue a fragilidade do plantel. Temos uma defesa contestada e um ataque de asma.
Hoje, cheguei a comentar com conhecidos gremistas, que a Direção teria que ir às compras em Outubro. Parece que quase trouxeram um atacante da Seleção alemã, portanto, eu não estava errado. Não deu certo, mas é uma sinalização.
A defesa até deu uma melhorada, porém, perdeu dois jogos em vacilos individuais (Furacão) e coletivo (Raposa) e na fase que o Grêmio anda, um único "meio vacilo" é o que basta para deixar três pontos em campo.
Renato terá que improvisar uma "lona" para cobrir tantos furos no time. Cobertor será peça insuficiente para a situação atual do Tricolor.
E o Palmeiras fez mais uma vítima. Últimos 11 jogos do Verdão: 7 vitórias e 4 empates. 75% de aproveitamento. E tem jornalista que diz que o Cuca não ajeita time.
ResponderExcluirAssisti, Alvirubro
ResponderExcluirO Santa é muito ruim, a zaga é muito lenta, talvez até mais do que do Atlético Paranaense.
Sem dúvidas, o adversário contribuiu, entretanto, não basta só o adversário ser ruim. Aliás, nós já pegamos esse mesmo Sta Cruz. Que horror...
ExcluirE o goleiro Jaílson? Goleiraço, à principio, em final de carreira, deve ganhar 20% do salário de muito arqueiro famoso.
ResponderExcluirPrá tu veres que não precisa pagar muito. Mas sabe como funcionam as coisa né, Bruxo? Pagar bem dá "status" para o clube. E se fizer contrato longo, melhor ainda.
ExcluirQue história a dele:
ResponderExcluirhttp://globoesporte.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/futebol/noticia/2016/09/no-palmeiras-jailson-paga-promessa-avo-e-faz-mae-esquecer-corinthians.html
Bruxo, há restrições em assuntos como elenco, qualidade, politicagem e o diabo a quatro. No entanto, a aparente falta de cobrança interna por resultado e o respeito exacerbado (que gera catarse por indução) contra menores é o pior dos problemas nos últimos anos.
ResponderExcluirComentamos no blog - em meses anteriores - o quanto o Grêmio perde pontos para times com pouca representatividade/aspiração. E o quanto isso o impedia de maiores saltos.
Isso posto, decidi realizar levantamento das últimas três boas campanhas do Imortal (2012, 2013 e 2015) contra os outros 11 grandes e contra os demais participantes (pequenos/médios).
E está confirmado estatisticamente: realmente deixamos de conquistar o título de 2012/2013 e de disputar até o final o de 2015 devido aos enfrentamentos contra os menores. Os números não mentem (abaixo posição do melhor em cada quesito e do Grêmio; percentual de pontos conquistados sobre pontos disputados):
*2012 [campeão: Fluminense]
Contra pequenos/médios: 1º) Fluminense, 81%; 5º) GRÊMIO, 65%
Contra grandes: 1º) Atlético-MG, 64%; 2º) GRÊMIO, 61%
*2013 [campeão: Cruzeiro]
Contra pequenos/médios: 1º) Cruzeiro, 78%; 6º) GRÊMIO, 54%
Contra grandes: 1º) GRÊMIO, 60%
*2015 [campeão: Corinthians]
Contra pequenos/médios: 1º) Corinthians, 80%; 6º) GRÊMIO, 59%
Contra grandes: 1º) Corinthians, 63%; 2º) GRÊMIO, 60%
Excelente,.Rafael! Eu tinha este sentimento mas não fiz levantamento algum, como fizeste.
ExcluirRafael
ResponderExcluirGrande levantamento; assim como colocaste, essa amostragem só ratifica, que é uma dificuldade que ultrapassa a condição de falta de qualidade do elenco; passa pela forma como ele encara os pequenos, seja anímica ou taticamente.
Aposto que dentro do clube, não existe nenhuma preocupação com esse tipo de levantamento.
Infelizmente.
Bruxo, é verdade. Não há interesse em se descobrir por que se perde.
ResponderExcluirPara mim, é inadmissível deixar pontos contra equipes que jogam somente para ficar no meio de tabela ou para não cair. O que ouvimos? "Ah, o Santos também perdeu pontos para o América em Minas.". Pois é. E todos os outros 300 times do campeonato que o venceram? Por que apelar para a exceção?
Para completar, aproveitei a base de dados e levantei rapidamente o aproveitamento no Brasileirão (no somatório de 2003 a 2015) dos 12 grandes entre si e contra os pequenos/médios.
Grêmio e Internacional aparecem melhor - nos dois aspectos - do que equipes que conquistaram o Brasileirão nesse ínterim (Fluminense, 2x, e Flamengo), porém abaixo dos maiores vencedores (Cruzeiro, São Paulo e Corinthians, 3x cada um).
Obs.: a diferença em pontos percentuais entre Grêmio e São Paulo contra pequenos/médios até pode parecer pequena (6%), porém isso deságua em desvio de porcentagem de pouco mais de 10%. Na prática, no Brasileiro de 2016 há nove equipes nessa classificação - ou seja, 54 pontos em disputa -, logo essa diferença de 10% impacta de cinco a seis pontos aproximadamente na campanha (exatamente a distância que afastou o Grêmio do título em 2012, por exemplo).
Grandes contra adversários pequenos e médios (2003 a 2015)
1) São Paulo: 13 part; 3 título(s); 246j; 133v; 54e; 61% ap
2) Cruzeiro: 13 part; 3 título(s); 246j; 126v; 53e; 58% ap
3) Santos: 13 part; 1 título(s); 246j; 121v; 62e; 58% ap
4) Internacional: 13 part; 0 título(s); 246j; 122v; 56e; 57% ap
5) Corinthians: 12 part; 3 título(s); 228j; 110v; 61e; 57% ap
6) Grêmio: 12 part; 0 título(s); 224j; 105v; 54e; 55% ap
7) Atlético: 12 part; 0 título(s); 228j; 102v; 60e; 54% ap
8) Fluminense: 13 part; 2 título(s); 246j; 111v; 60e; 53% ap
9) Flamengo: 13 part; 1 título(s); 246j; 101v; 73e; 51% ap
10) Palmeiras: 11 part; 0 título(s); 200j; 84v; 51e; 51% ap
11) Vasco da Gama: 10 part; 0 título(s); 210j; 85v; 59e; 50% ap
12) Botafogo: 11 part; 0 título(s); 200j; 84v; 47e; 50% ap
Grandes contra os outros 11 grandes (2003 a 2015)
1) São Paulo: 13 part; 3 título(s); 268j; 116v; 74e; 52% ap
2) Cruzeiro: 13 part; 3 título(s); 268j; 117v; 51e; 50% ap
3) Corinthians: 12 part; 3 título(s); 248j; 97v; 75e; 49% ap
4) Internacional: 13 part; 0 título(s); 268j; 104v; 70e; 48% ap
5) Grêmio: 12 part; 0 título(s); 248j; 95v; 63e; 47% ap
6) Santos: 13 part; 1 título(s); 268j; 96v; 72e; 45% ap
7) Fluminense: 13 part; 2 título(s); 268j; 93v; 75e; 44% ap
8) Palmeiras: 11 part; 0 título(s); 230j; 80v; 62e; 44% ap
9) Flamengo: 13 part; 1 título(s); 268j; 90v; 78e; 43% ap
10) Atlético: 12 part; 0 título(s); 248j; 84v; 63e; 42% ap
11) Botafogo: 11 part; 0 título(s); 230j; 68v; 78e; 41% ap
12) Vasco da Gama: 10 part; 0 título(s); 228j; 65v; 69e; 39% ap
E os números gremistas ficam muito prejudicados pela péssima gestão do Obino, pontuações fora do histórico do clube. Se fizer um levantamento de 2006 para cá, verá que o "quase" do Grêmio se dá em detalhes ignorados pelas gestões em seus diagnósticos, que impediram botar a mão no caneco.
ResponderExcluirTenho falado com convicção que não exsite gestão de futebol na Dupla GRENAL. Duvido que alguém lá de dentro tenha feito esse tipo de levantamento. Quando nós torcedores afirmamos isso, não é porque somos críticos ou contrários à gestão A ou B.
ExcluirQue levantamento, Rafael! Muito bom mesmo!
1) De 2010 a 2016, as derrotas para medianos foram as seguintes, independente de local do jogo:
ResponderExcluir17.08.2011 - Grêmio 0x3 Ceará SC
21.08.2011 - Grêmio 0x1 C Atlético G
08.10.2011 - Grêmio 0x2 Coritiba FBC
12.10.2011 - Grêmio 1x3 Figueirense FC
19.11.2011 - Grêmio 1x3 Ceará SC
17.06.2012 - Grêmio 0x1 C Náutico C
28.07.2012 - Grêmio 1x2 Coritiba FBC
15.08.2012 - Grêmio 1x2 A Portuguesa de Desportos
20.07.2013 - Grêmio 1x2 Criciúma EC
08.08.2013 - Grêmio 0x1 Coritiba FBC
03.09.2013 - Grêmio 0x2 Goiás EC
09.10.2013 - Grêmio 1x2 Criciúma EC
27.10.2013 - Grêmio 0x4 Coritiba FBC
20.04.2014 - Grêmio 0x1 C Atlético Paranaense
27.07.2014 - Grêmio 2x3 Coritiba FBC
02.08.2014 - Grêmio 1x2 EC Vitória
30.11.2014 - Grêmio 0x1 EC Bahia
16.05.2015 - Grêmio 0x2 Coritiba FBC
08.07.2015 - Grêmio 0x1 A Chapecoense F
18.10.2015 - Grêmio 2x3 A Chapecoense F
08.11.2015 - Grêmio 0x1 Sport C Recife
23.06.2016 - Grêmio 1x2 EC Vitória
26.06.2016 - Grêmio 0x2 C Atlético Paranaense
17.07.2016 - Grêmio 2x4 Sport C Recife
07.09.2016 - Grêmio 0x4 Coritiba FBC
14.09.2016 - Grêmio 0x3 AA Ponte Preta
Agradeço aos amigos Nélson, Bruxo e Alvirubro pela citação da pesquisa.
ResponderExcluirExtirpando a Era Obino, de 2006 para cá os números melhoram consideravelmente mesmo. E, francamente, até me surpreendi com o resultado. Se eu chegasse hoje de Marte após uma longa jornada e observasse apenas a matemática, seria irresistivelmente improvável deixar de apostar todas as minhas fichas que - nesses dez anos - em pelo menos um levantamos o caneco. A inconstância pune (ou seja, embora a média global o coloque entre os três primeiros, o Imortal não consegue fazer bom papel simultaneamente nos dois aspectos em um mesmo campeonato). Virou o time do quase. Eis:
***Grandes contra adversários pequenos e médios (2006 a 2015)***
1) São Paulo: 10 part; 3 título(s); 172j; 93v; 40e; 62% ap
2) Cruzeiro: 10 part; 2 título(s); 172j; 91v; 42e; 61% ap
3) GRÊMIO: 10 part; 0 título(s); 172j; 91v; 38e; 60% ap
4) Internacional: 10 part; 0 título(s); 172j; 85v; 44e; 58% ap
5) Fluminense: 10 part; 2 título(s); 172j; 86v; 40e; 58% ap
6) Atlético: 9 part; 0 título(s); 154j; 74v; 43e; 57% ap
7) Corinthians: 9 part; 2 título(s); 154j; 71v; 48e; 56% ap
8) Santos: 10 part; 0 título(s); 172j; 80v; 43e; 55% ap
9) Flamengo: 10 part; 1 título(s); 172j; 75v; 51e; 53% ap
10) Vasco da Gama: 8 part; 0 título(s); 136j; 60v; 38e; 53% ap
11) Botafogo: 9 part; 0 título(s); 154j; 67v; 35e; 51% ap
12) Palmeiras: 9 part; 0 título(s); 154j; 63v; 37e; 49% ap
***Grandes contra os outros 11 grandes (2006 a 2015)***
1) São Paulo: 10 part; 3 título(s); 208j; 94v; 56e; 54% ap
2) GRÊMIO: 10 part; 0 título(s); 208j; 87v; 56e; 51% ap
3) Corinthians: 9 part; 2 título(s); 188j; 77v; 53e; 50% ap
4) Cruzeiro: 10 part; 2 título(s); 208j; 88v; 38e; 48% ap
5) Internacional: 10 part; 0 título(s); 208j; 78v; 56e; 46% ap
6) Flamengo: 10 part; 1 título(s); 208j; 71v; 60e; 44% ap
7) Atlético: 9 part; 0 título(s); 188j; 68v; 40e; 43% ap
8) Santos: 10 part; 0 título(s); 208j; 69v; 60e; 43% ap
9) Fluminense: 10 part; 2 título(s); 208j; 68v; 60e; 42% ap
10) Botafogo: 9 part; 0 título(s); 188j; 57v; 64e; 42% ap
11) Palmeiras: 9 part; 0 título(s); 188j; 59v; 53e; 41% ap
12) Vasco da Gama: 8 part; 0 título(s); 168j; 48v; 52e; 39% ap