Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (141) - Ano - 1975

Quando éramos touca do Tricolor paulista

Fonte: jornalheiros.blogspot.com

O futebol é interessante também por essas místicas, esses mistérios de alguns enfrentamentos, que podem envolver dois clubes grandes ou até de diferentes tamanhos. Aquilo que no Sul chamamos de touca. Caso recente da Chapecoense com o Coirmão, especialmente e outros, quase perenes como o do Palmeiras por longa data contra o Imortal em campeonatos nacionais.

Olhando a história dos Tricolores que se enfrentam quinta-feira, 17/11, constatei que nas primeiras duas décadas de confrontos pelos campeonatos nacionais (Robertão e Brasileiro) em 22 jogos, o Grêmio perdeu apenas três. Vinte anos e três derrotas, incluindo os embates decisivos de 81, primeiro título nacional.

Lembro dos 3 a 0, primeiro jogo do Brasileiro de 71 com direito ao primeiro "golo" (assim se grafava naquela época), Néstor Leonel Scotta, da goleada de 5 a 1 no Olímpico, entre algumas alegrias.

Recordo também, de um 2 a 1 no Morumbi, lá no distante ano de 1975, período que nós gremistas vivíamos de migalhas, de retalhos das citadas alegrias, mas, 75 foi o ano da quebra da invencibilidade do Inter em Grenais, os 3 a 1 com direito a três tentos de Zequinha, conjuntamente, me deixou uma bela lembrança em Novembro, quando o Imortal encarou o São Paulo, que precisava da vitória para sonhar em ter chances naquela edição do Brasileiro.

O time de Ênio Andrade tinha certos jogadores interessantes como o lateral da Seleção Olímpica, a dos atentados em Munique em 72, Bolívar (vide foto acima), Ancheta, melhor zagueiro da Copa de 70, Picasso, Beto Fuscão, Zequinha e Neca, todos com passagens pela Seleção principal, antes ou depois do Grêmio. Não era um time ruim.

Pois, Ênio escalou os gaúchos com: Picasso; Vilson Cereja (Beto Bacamarte), Ancheta, Beto Fuscão e Bolívar; Osmar, Luis Carlos e Neca; Zequinha, Claudinho (Yúra) e Nenê.

José Poy formou os paulistas com: Waldir Peres; Osmar (Ademir), Paranhos, Tecão e Gilberto; Chicão, Muricy e Pedro Rocha; Terto, Serginho e Zé Carlos (Sérgio Américo).

No início da partida, após uma roubada de bola defensiva, o Grêmio contra-atacou rápido com Neca, Osmar e Nenê, a bola sobrou para Zequinha à entrada da área, pelo meio, o arremate saiu no canto de Waldir Peres. 1 a 0. Decorriam 8 minutos apenas.

O ex-goleiro argentino Poy, alçado a condição de treinador muda, recua Zé Carlos para a sua verdadeira posição, o meio; faz subir o uruguaio Pedro Rocha para o ataque e a partida fica equilibrada.

Aos 44 minutos, o artilheiro Serginho deixou tudo igual, após confusão da zaga, que efetivamente "bateu cabeça". 1 a 1, fim de primeiro tempo.

A etapa final mostrou ambos os times muito cansados, afinal, era quase Dezembro, tudo indicava um empate, entretanto, aos 30 minutos, Tecão derruba Nenê na área; pênalti. O extremamente técnico Neca bate e ... perde. A bola sequer atingiu o arco.

Aos 40 minutos, boa jogada de Nenê pela ponta esquerda, ele cruza, há um corta-luz e a pelota sobra limpa para Neca, que acerta um chute de primeira. 2 a 1.

Saul Schmitt Mendes, gaúcho, atuando pela Bahia foi o juiz.

Não sei em que momento da história, o São Paulo virou a estatística, mas, pelo menos para mim, dos 4 grandes paulistas, o mais batível sempre foi o clube do Morumbi.

Também, não sei porque o Grêmio aboliu o tom de azul de seu fardamento. Para mim, o mais belo.

Fonte de pesquisa: Foto: já creditada acima

                                 Arquivo pessoal do amigo alvirrubro Alvirubro

Seguem os gols: