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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Opinião



Discurso Externo

Alguns torcedores podem achar Renato um mau treinador, mas é difícil alguém duvidar de sua inteligência e seu uso, recheada de boas histórias e facetas que ajudam a incorporar um certo folclore à sua trajetória profissional (jogador e técnico).

Uma desconfiança, quase certeza para mim, é a incorporação de um personagem que ele utiliza especialmente na condução do trato com a Imprensa que lhe empresta o ar de fanfarrão.

Renato dirige, direciona e regula a "temperatura" de suas entrevistas sem "queimar o seu filme e de seus atletas". Uma hora é a sonequinha, o nana neném, outra é a desatenção do time, mais adiante a sequência de jogos e assim ele vai driblando a crítica e protegendo os seus pupilos.

Entretanto, aos mais ativos fica clara a ideia de criar uma versão para os fatos; diria, um discurso para fora do vestiário; lá dentro a coisa é diferente. Renato saberá cobrar o que houve de errado nestes dois últimos jogos, Iquique e Novo Hamburgo.

Mas Renato terá que fazer também a sua autocrítica, especialmente em cima do desempenho de ontem, quando ele errou feio, pelo menos, ao olhar deste torcedor que escreve. Onde ele errou?

- Quando não percebeu o excesso de toques improdutivos na primeira fase, a bola rodou de um lado para o outro sem consequência

- Quando escolheu Lucas Barrios para a primeira mexida sem compreender que o problema maior estava no meio de campo, na armação. A hora era de Gata Fernandez ou Lincoln para a bola chegar mais e melhor aos lados do campo e para Luan

- Quando não percebeu que a saída da área realizada por Luan, não resultaria em nada se a bola não se tornasse mais intensa pelos lados do campo. Luan afunilou mais o jogo gremista

- Quando escolheu Éverton em detrimento de Fernandinho. Absurdo? Não se olharmos os últimos desempenhos desta dupla. Fernandinho está entrando bem e se adapta melhor as trocas temporárias de lado dentro da partida. Éverton está mal

- Quando não estancou a saída, o desafogo do Nóia, a transição veloz da defesa para o ataque que Beto Campos criou com a entrada de Lucas Santos pelo lado esquerdo de defesa gremista

Espero que Renato esteja inteligentemente tergiversando nas entrevistas coletivas, porém, lá dentro, olho no olho, desvele a real situação do time que precisa reencontrar a objetividade que lhe rendeu a Copa do Brasil.




8 comentários:

  1. Pois vou repetir o comentário anterior porque tem tudo em haver:
    É incrível como o torcedor enxerga o jogo melhor que os treinadores (nem todos os torcedores, principalmente os mais passionais, e nem todos todos os treinadores, como os de ponta).
    Realmente, quem deixou uma vitória pelo caminho foi o Nóia (muito mais por uma única chance perdida que denominamos de “a bola do jogo”).
    Não que o time não tivesse pressionado, mas, principalmente, pela falta de potência e pontaria na finalização.
    Quem vê os melhores momentos percebe que o Grêmio teve mais volume, mas as finalizações foram péssimas. Algumas peças não funcionaram como esperado e o treineiro não mexeu e quando o fez, o fez não se utilizando do que deveria e tem de melhor.
    Quanto a tristeza estampada no rosto do “super-herói”, não vi, mas pode indicar a falência de um método já ultrapassado, que só tem resultados pontuais. Por isso só sou favorável a uma estátua “pedida”, depois de vencer o Gauchão, a Libertadores e o Mundial.
    Pior, pode indicar que “ELE” se vê impotente diante da realidade (???).
    Recentemente o clube deixou de honrar parcelas de dívidas com dois ex-atletas, um deles de valores irrisórios. Isso indica um problema bem mais complexo do que o mero torcedor imagina. Indica que os compromissos assumidos com os atuais não estão sendo cumpridos como contratado.
    Aí, meu amigo, tudo pode vir por água a baixo.
    Já vi duas vezes este filme.

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  2. É, Arih
    Complementando o espaço anterior; mesmo com possíveis problemas extra-campo, os erros de Renato não estão relacionados com eles. Faltou discernimento neste jogo.
    Espero que ele retome a escalada de acertos que ele galgou no final de 2016.
    Ainda acredito no trabalho dele.

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  3. Hora de alternativas táticas, bruxo. De repente até técnicas. Tá faltando vitória pessoal e finalização de fora da área, duas ótimas armas contra time fechados, como foi o Novo Hamburgo.

    Não digo mudar a escalação inicial, mas mudar o jeito de jogar durante os jogos. Exemplo: quando entra Barrios, o time deve forçar as idas à linha de fundo, pois isso abre a defesa adversária e pega o ataque de frente pro gol. Usar mais a infiltração do segundo volante (ontem Ramiro ficou plantado ao lado de Maicon).

    Enfim, Renato tem que orientar e treinar, apenas repetir o que deu certo, uma hora deixa de dar. Com Roger foi assim.

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  4. Perfeito, Glaucio
    Onde eu assino?
    Lembra daquelas infiltrações do Souza (que foi para o São Paulo na troca por Rhodolfo)?; ele fazia aquele "corredor" pela direita e surpreendia o adversário.
    Lucas Barrios é atacante movediço, mas não abre mão de receber uma bola do fundo, uma cruzada como ocorreu no gol do Ramiro.
    Talvez em momentos específicos do jogo, concentrar Luan e Barrios como os antigos ponta-de-lança e centroavante.
    Resumindo; Renato vai ter que arregaçar as mangas e botar a mão na massa.

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  5. Iquique o melhor time do chileno ganhamos, o Noia acertou um chute dentro de um banho de bola que o GRÊMIO deu.
    Só pra lembrar que geromel,Miller e Maicon não eram para ter jogado,devido dores.

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  6. Heraldo
    Eu vi outro jogo; no segundo tempo três das quatro chances de gol foram do NH.

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  7. Em parte concordo com o Heraldo, vi domínio do Grêmio, e quase nenhuma chance do Novo Hamburgo. O problema é que o domínio foi improdutivo, chance de gol mesmo, só aquela falta que o Luan cobrou e Barrios não alcançou.

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