Pequenas Histórias (159) - Ano - 1984
O Furacão Renato
Fonte: Revista Placar |
Este mês de Maio está sendo sacudido com uma bomba arrasadora no plano político; sem a presidente eleita, o vice tomou o seu lugar, mas pelo jeito, não durará muito e o povo já clama por Diretas Já. Acho que não tem mais volta, direta ou indiretamente, o Brasil terá um novo governante em breve.
Antes, em 1984, a Ditadura Militar já respirava por aparelhos e uma imensa campanha iniciada no ano anterior, clamava por Diretas Já. A onda começou com 100 pessoas (diz a lenda) até chegar aos um milhão e meio de pessoas na capital dos paulistas no dia 16 de Abril. A maior registrada na história do país até aquela data.
Pois foi naquele efervescente Abril, naquele furacão que sinalizou a irreversibilidade do fim do regime militar, quando a folhinha do calendário apontava para o dia 22, que o Tricolor gaúcho pisou no Couto Pereira (estádio do Coritiba) para encarar o Atlético Paranaense.
O Imortal era o flamante campeão mundial e Carlos Froner mandou a campo: João Marcos; Casemiro, Jorge Baidek, De Leon e Paulo César; China, Osvaldo e Luis Carlos Martins; Renato, Caio e Tarciso. Bonamigo entraria no lugar de Caio.
O gaúcho Paulo Sérgio Poletto escalou o Atlético Paranaense com: Rafael; Sotter, Rondinelly, Augusto e João Luiz; Detti, Vander e Nivaldo; Capitão, Amauri e Renato Sá (nosso velho conhecido). Entraram Paulo Marcos e Binga saindo Sotter e Amauri.
Manoel Serapião Filho apitou e o público foi superior a 25 mil pessoas.
Logo aos 7 minutos, os visitantes abriram o marcador através de Osvaldo que aproveitou um vacilo da zaga em escanteio batido por Renato; o camisa 8 cabeceou no canto direito do arqueiro Rafael 1 a 0.
Aos 42, Renato como se fosse um armador, lançou para Caio Gaguinho, ele avançou, entrou na área e desviou do goleiro. 2 a 0.
Augusto bateu falta, a barreira abriu e "matou" João Marcos. Eram 45 minutos. Placar da primeira etapa. 2 a 1.
O show de Renato continuou no segundo tempo e aos 17 minutos, ele marcou o terceiro, aproveitando nova falha rubro-negra; bateu de pé esquerdo no canto também esquerdo de Rafael. 3 a 1.
Aos 25 minutos, a melhor jogada do camisa 7; Paulo César Magalhães avançou, cruzou para Renato que deu um corte no zagueiro, adiantou um pouco, mas ele não arrepiou e foi para a dividida; acabou batendo no canto direito, encerrando o placar: 4 a 1.
Domingo, desta vez na Arena, antiga Baixada, o Tricolor encarará o traiçoeiro piso sintético, uma parada dura, mas, quem sabe, o nosso antigo ponta direita, que estará à beira do campo não inspirará Luan, Barrios ou Pedro Rocha. Quem duvida?
Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
GRÊMIO x ATLÉTICO (PR)
ResponderExcluirNa história do confronto
63 jogos
29 vitórias do Grêmio 46,03%
19 empates 30,16%
15 derrotas 23,81%
91 gols marcados pelo Grêmio 1,44 por jogo
62 gols marcados pelos adversários 0,98 por jogo
Jogos oficiais - na história do confronto
56 jogos
26 vitórias do Grêmio 46,43%
17 empates 30,36%
13 derrotas 23,21%
76 gols marcados pelo Grêmio 1,36 por jogo
54 gols marcados pelos adversários 0,96 por jogo
Em Curitiba - na história do confronto
33 jogos
09 vitórias do Grêmio 27,27%
13 empates 39,39%
11 derrotas 33,33%
31 gols marcados pelo Grêmio 0,94 por jogo
37 gols marcados pelos adversários 1,12 por jogo
Em Curitiba - Jogos oficiais - na história do confronto
28 jogos
08 vitórias do Grêmio 28,57%
11 empates 39,29%
09 derrotas 32,14%
25 gols marcados pelo Grêmio 0,89 por jogo
31 gols marcados pelos adversários 1,11 por jogo
A PRIMEIRA VEZ
14.03.1937 - Grêmio 7x2 C Atlético Paranaense
A ÚLTIMA VEZ
13.10.2016 - Grêmio 1x0 C Atlético Paranaense
Muita vantagem azul, independente de épcoa.
ExcluirDiferença substancial de qualidade técnica.
ExcluirO estádio da Baixada (Joaquim Américo), antigo Estádio do "Baixadão do Água Verde", foi o primeiro "estádio" de futebol do Paraná e conta com mais de 100 anos, no mesmo local.
ResponderExcluirPassou por diversas reformas, até chegar ao seu estágio atual, com arquitetura moderna.
Interessante é que Água Verde era o antigo Pinheiros que virou Colorado numa fusão com o Britania e Palestra que resultou no Paraná Clube.
ExcluirIsso, mas a Baixada do Água Verde, refere-se ao campo do Bairro do Água Verde.
ExcluirO Atlético surgiu da fusão entre o Internacional e o América.
A sequência é Água Verde - Pinheiros - Colorado - Paraná
ExcluirCorrigindo: Ferroviário é que se fundiu com o Britânia e Palestra resultando no Colorado que se juntou ao Pinheiros, por fim, Paraná Clube. Quase ia me esquecendo do clube do Durival de Brito e Silva, único estádio que conheço de Curitiba, fica próximo à Rodoviária.
ExcluirEstádio da Vila Capanema.
ExcluirCuritiba é uma festa em termos de estádios.
ExcluirO Joaquim Américo Guimarãres, que foi Baixadão do Água Verde, Joaquim Américo, Arena Kyocera, hoje é Arena da Baixada.
O Estádio do Alto da Glória já foi Belfort Duarte e hoje é Antonio Couto Pereira.
O Estádio da Vila Capanema tornou-se Durival de Britto e Silva.
O Estádio da Vila Olímpica foi batizado de Erton Coelho de Queirós.
O Estádio Pinheirão, que levou mais de 10 anos para ser construído, virou um Complexo Poliesportivo, e foi casa do Atlético-PR entre 1985 e 1992.
Depois, o Pinheirão virou casa do Paraná Clube, que mais tarde voltou a ocupar a Vila Capanema.
Atualmente, Curitiba tem seis estádios de futebol, quatro deles ativos:
ExcluirArena da Baixada, Couto Pereira, Vila Capanema e Eco-Estádio (Estádio Janguito Malucelli).
O Pinheirão está interditado e o da Vila Olímpica inativo, precisando de reforma.
Naquele ano de 1984, o Grêmio teve o seguinte desempenho:
ResponderExcluir80 jogos
39 vitórias do Grêmio 48,75%
26 empates 32,50%
15 derrotas 18,75%
116 gols marcados pelo Grêmio 1,45 por jogo
66 gols marcados pelos adversários 0,83 por jogo
Amistosos
13 jogos
07 vitórias do Grêmio 53,85%
05 empates 38,46%
01 derrota 7,69%
22 gols marcados pelo Grêmio 1,69 por jogo
13 gols marcados pelos adversários 1,00 por jogo
Brasileiro
24 jogos
14 vitórias do Grêmio 58,33%
06 empates 25,00%
04 derrotas 16,67%
39 gols marcados pelo Grêmio 1,63 por jogo
19 gols marcados pelos adversários 0,79 por jogo
Gaúcho
36 jogos
15 vitórias do Grêmio 41,67%
13 empates 36,11%
08 derrotas 22,22%
41 gols marcados pelo Grêmio 1,14 por jogo
28 gols marcados pelos adversários 0,78 por jogo
Libertadores
07 jogos
03 vitórias do Grêmio 42,86%
02 empates 28,57%
02 derrotas 28,57%
14 gols marcados pelo Grêmio 2,00 por jogo
06 gols marcados pelos adversários 0,86 por jogo
80 jogos há mais de 30 anos. Incrível.
ExcluirPois é! Naqueles anos 80 e 90 era uma festa.
ExcluirOs técnicos em 1984
ResponderExcluirCarlos Benevenuto Froner
56 jogos
28 vitórias do Grêmio 50,00%
18 empates 32,14%
10 derrotas 17,86%
90 gols marcados pelo Grêmio 1,61 por jogo
50 gols marcados pelos adversários 0,89 por jogo
Chiquinho (Francisco da Silva Neto)
23 jogos
10 vitórias do Grêmio 43,48%
08 empates 34,78%
05 derrotas 21,74%
25 gols marcados pelo Grêmio 1,09 por jogo
16 gols marcados pelos adversários 0,70 por jogo
Paulo Lumumba (Paulo Otacílio de Souza)
1 jogo
1 vitória do Grêmio 100,00%
1 gol marcado pelo Grêmio 1,00 por jogo
0 gol marcado pelo adversário 0,00 por jogo
Aproveitamento sofrível do Chiquinho.
ExcluirAs três primeiras vezes do Grêmio na "Baixada do Água Verde":
ResponderExcluir16.06.1940 - Grêmio 1x2 C Atlético Paranaense
19.06.1940 - Grêmio 1x3 AC Ferroviário
23.06.1940 - Grêmio 4x2 Britania SC
Tens quem fez os gols corretamente?
ExcluirTenho: 1 x 2 Atlético (Sardinha II), 1 x 3 Ferroviário (César II) e 4 x 2 Britânia (Marques 2 e Cesar Basilio 2) que valeu a Taça Columbia Pictures.
Carlos.
Contra o Atlético quem marcou foi Mesquita. Acredito que tu estejas confundido o SARDINHA (que tinha Mesquita no nome), com o Hélio Mesquita atacante. Sardinha parou de jogar em 1936 (SARDINHA II).
ExcluirCésar Schinini marcou contra o Ferroviário (César II).
Contra o Britânia, os gols foram de Malachias Duarte (2), Cézar Basílio e Mesquita.
É possível que haja informações diferentes, pois fontes diversas podem dar informações diversas. As que uso, coloquei acima.
Pelo jeito; excursão.
ResponderExcluirSabes a escalação tricolor?
Participaram dos jogos os seguintes atletas: Edmundo, Dario, Luiz Luz, André Mottini, Noronha, Laxixa, Mesquita, Vanário, Cézar Bazílio, Foguinho, Duarte, Mário, Walter e Schinini.
ResponderExcluirEste André Mottini tem algo a ver com o zagueiro Mottim? Quem é esse Schinini?
ExcluirAndré Montini (André) e Amélio Mottin (Mottin).
ExcluirSchinini é o César II. O César I é o Bazílio.
Esse ano de 1984 é um tanto melancólico, como 1982. Com times fortes o Grêmio não ganhou nada nesses dois anos e ficou no "cheirinho", como diriam do Flamengo, no Brasileirões de 1982 e 1984, além da LA/1984. Em 2002 com Tite ocorreu do Grêmio cair nas semifinais do Brasileiro e da Libertadores em casa. Esse tipo de coisa é comum no futebol, grandes times que seriam campeões em outros tantos anos tem o azar de terem no caminho um adversário ainda melhor ou, se inferior, que de alguma forma bloqueia o caminho ao título.
ResponderExcluirExatamente, Rodrigo!
ExcluirPode acontecer, sim! E como bem deixaste claro no pensamento, times medianos conseguem em algum momento ultrapassar os favoritos, devido ao tipo de fórmula utilizada para a disputa.
Aí entra o interesse na disputa e na busca pelo título.
Exemplo, o bom time do Grêmio de 2016, que ganhou a Copa do Brasil, não repetiu o desempenho no Brasileiro.
Rodrigo
ResponderExcluirEu incluiria o ano de 76, quando o Grêmio fez um grande time, mas por azar, o Inter também; a derrota do jeito que foi (erros de arbitragem) no Gauchão, comprometeu o ânimo do clube no restante do ano.
Talvez a ultima sensacao do genero, desconsiderando estaduais, tenha sido a copa do brasil de 2012. Tínhamos time muito melhor do que o do palmeiras, porem o joquei do palestra era melhor. Rafael
ResponderExcluir2012 mostra que mata-mata é especial. O Grêmio estava bem num 0 a 0 até certo ponto, positivo; aí sofre dois gols no final da partida e foi tudo por água abaixo.
ResponderExcluirTive a mesma sensação; ou seja, dá para levantar o caneco.
Acho a Copa do Brasil muito mais "ajeitada" para o time do Grêmio, em 2017.
ExcluirO Brasileiro é um campeonato que não aprendemos (os gaúchos) a ganhar, ainda. Falta planejamento, para ganhá-lo. Falta alguém que sente e analise a tabela e os jogos em casa. Falta estudo da tabela.
O Brasileiro deve ser jogado, olhando jogo a jogo; não dá para concluir por apenas "ganhar em casa e empatar fora". Se o Palmeiras meter juniores no Parque Antárctica, por uma circunstância, o Grêmio (por exemplo) deve ir para cima e assim por diante, conforme a situação se apresentar.
ExcluirMuitos times estão envolvidos com a LA, então é hora de buscar um diferencial.
Alvirubro, observando os dois assuntos dos comentários deste tópico - excursões gerais com o miolo da década de 1980 -, lembrei que certa feita li posicionamento de Mundstock (pesquisador) de que a maior goleada da história do Grêmio teria sido 27x0 contra um tal de Bovolento da Itália em 1985 (superando, portanto, os 23x0 contra o Nacional de Porto Alegre em 1912). O jogo teria sido oficial.
ResponderExcluirTu sabes algo a respeito desse jogo?
Bom dia, Rafael!
ExcluirSei que o Fábio Mundstock estava tentando oficializar esse resultado (falo com ele à vezes). Não sei se a tentativa de oficializar o resultado foi avante. Seria um feito e tanto, caso houvesse a certeza do jogo com detalhes de jogo oficial.
Acontece que todas as informações que temos, inclusive do Grêmio, à época, foi de um jogo-treino. Segundo pude levantar, o Grêmio utilizou camisetas oficiais, pois estava numa excursão e quanto menor a bagagem a ser levada, menos custo. Porém , o Bovolento não utilizou camisetas de jogo e nem o jogo-treino teve árbitro oficial, e nem tempo oficial. Tendo havido substituição de jogadores, que depois voltaram a campo. É o que sei.
De qualquer forma, o Grêmio aplicou 27 x 0 no Bovolento, da Itália. Caio Jr.(7), Bira (4), Ortiz (3), China (3), Ademir (3), Osvaldo (2), Sabella (2), Bonamigo, Luís Eduardo e Baidek marcaram os gols.
Apenas para ilustrar, em 1975 o Inter fez uma excursão à Europa e andou goleando alguns times amadores na Itália. Na época, jogos-treinos mais do que caracterizados. Depois, alguns pesquisadores resolveram incluir na lista de jogos do clube. Inclusive o Inter passou a considerar os resultados. Durante minhas pesquisas descobri que realmente eram jogos treinos, sem caráter de oficialidade, apesar do Inter ter usado camisetas oficiais (devido ao motivo citado acima, diminuir a bagagem, na ida), porém o tempo de jogo foi reduzido e além disso, utilizaram cidadãos ligados aos clubes para apitar o jogo. Portanto, como oficializar esse tipo de resultado?
Voltando ao jogo do Grêmio, creio que se realmente houvesse oficialidade no jogo do Tricolor, não só o Grêmio correria atrás do feito, como as confederações também teriam o interesse em ter o relato dessa partida, haja vista que existem órgãos que homologam as grandes goleadas no futebol mundial. Tanto em jogos oficiais, como em jogos amistosos. Não é uma coisa normal um resultado desses, em futebol.
Na lista das maiores goleadas do futebol aparece a de 23x0 do Grêmio, em 1912. Essa é homologada e oficializada. A outra, de 27x0, contra Bovolento, ainda não foi, certamente porque não foi um jogo normal.
http://www.campeoesdofutebol.com.br/maiores_goleadas_mundo.html
Mais alguns detalhes sobre o jogo treino, que tirei do arquivo pessoal.
ExcluirA equipe do Bovolenta (esta é a grafia correta, e não Bovolento) era amadora.
Valdo, com amigdalite, Ronaldo, com dores musculares, e Renato, lesionado e em recuperação, ficaram de fora do treinamento.
No primeiro tempo, foram marcados 13 gols e no 2º tempo outros 14 gols.
Associazione Calcio Bovolenta é o nome do clube.
Obrigado pela resposta mais do que completa, Alvirubro. Concordo. Eu nao conhecia a historia desse jogo. Vale o registro para fins de curiosidade.
ResponderExcluirRafael
Nestes giros pela europa nesses anos 80, o Grêmio fez muitos jogos treinos? Carlos.
ResponderExcluirEsse contra a AC Bovolenta foi o único.
ExcluirMesmo fazendo na média 70 jogos por ano, nessa época o Grêmio fez muitos jogos-treinos? Carlos.
ResponderExcluirNão eram comuns os jogos treinos nessa época. Havia treinamentos normais, entre as equipes titulares e reservas. O próprio número de jogos, sempre elevado, impossibilitava a realização de jogos treinos.
ExcluirOutro fato interessante é o número de gols feito por um mesmo jogador. Alvirubro, tirando os 14 gols do Sisson, que são os jogadores gremistas que mais fizeram gols em um mesmo jogo? Carlos.
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