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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (172) - Ano - 1993


Frente a Frente com o Futuro Ídolo

Foto: Damião Ribeiro


1993 transformou-se na ponte entre o inferno da Série B do ano anterior e a fase gloriosa daquela década.

Fábio Koff montou um elenco fortíssimo que ganhou o Gauchão, brigou até o final da Copa do Brasil, perdida nos detalhes do Olímpico com gramado impraticável no primeiro confronto e no Mineirão, num chute rasteiro, que surpreendeu o ótimo arqueiro Eduardo Heuser; além de brindar a torcida com o cracaço Dener, um jogador diferenciado que morreu precocemente.

No segundo semestre, o bonde gremista quase descarrilou, saiu dos carris; sai Sérgio Cosme, entra Cassiá, sai Cassiá, entra Luiz Felipe, balança Felipão, Koff solta a frase definitiva: - O  técnico só sairá comigo. No final, o Grêmio acabou no meio da tabela no Brasileirão/93.

Um dos momentos críticos de Luiz Felipe, a sequência de 9 jogos com apenas uma vitória, justamente na estreia do campeonato nacional, um 3 a 2 no Olímpico contra o Fluminense. 

Pois foi assim que o Tricolor, após perder para o Sport Recife chegou ao São Januário para encarar o Vasco da Gama. 

Luiz Felipe muito pressionado, utilizou os seguintes atletas: Danrley; Alfinete, Paulão, Agnaldo e Itá; Pingo, Dorival Júnior e Caio (Grotto); Fabinho, Gilson e Adil (Jamir).

O eterno interino e ex-volante do clube da Colina, Alcir Portela, usou: Carlos Germano; Pimentel, Jorge Luiz, Tinho e Cássio; Leandro, Silas, Geovani e Gian (Hernande); Valdir e Jardel.

Vendo a atuação do camisa 9 cruz-maltino, nem o mais perspicaz gremista, nenhum torcedor visionário, ousaria dizer que ele, dois anos depois, seria o grande artilheiro do Imortal, o "fazedor de gols" tão oportuno e decisivo nas conquistas tricolores. Jardel foi medíocre nesse e no jogo de 1994, também vencido pelo Grêmio. Enfim, "o futebol é uma caixinha de surpresas".

Neste 26 de Setembro de 1993, escassas três mil e quatrocentas pessoas assistiram Valdir abrir o marcador aos 31 minutos, aparando de cabeça um cruzamento da direita, pelo lateral Pimentel. (vide foto, onde aparecem também, Jardel, o 9, mais Alfinete e Danrley).

Um escanteio cobrado na pequena área, Carlos Germano e zaga se confundem e Paulão cabeceia para empatar aos 40 minutos.

Volnei Caio marcou um golaço, aparando de primeira, um cruzamento do lateral esquerdo Itá. Gol em cima da hora, no último minuto. Final de primeira fase. 2 a 1 para os visitantes.

O Vasco se mandou para o ataque e a defesa começou a "quebrar a louça". Aos 10 minutos, Alfinete faz boa jogada pelo flanco, cruza, a zaga erra, Adil fura, mas Gilson Cabeção acerta o canto. 3 a 1.

Aos 13, Jorge Luiz se atrapalha todo, perde o movimento adequado e Fabinho, o grande ponta direita gremista, vence na velocidade e na saída do arqueiro, arremata. 4 a 1.

Pelo desenvolvimento do segundo tempo, o Vasco escapou de levar uma goleada histórica. Ironicamente, ele ainda conseguiu descontar num pênalti sofrido por Valdir Bigode, que Geovani cobrou bem. Decorriam 20 minutos. 4 a 2, placar final.

Os jornais consideraram Pingo, o volante, mais Paulão, que anulou por completo o centro-avante Jardel, os melhores em campo, lembrando ainda da boa jornada de Fabinho e Adil, além de destacar o gol de "sem pulo" de Caio.

Por incrível que possa parecer, o Grêmio contestado e com uma campanha recheada de empates, com essa vitória assumiu provisoriamente a liderança de seu grupo.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

Seguem os gols da partida:















6 comentários:

  1. Jardel é era aquele tipo de jogador que vc olha e diz "como pode um perna de pau desses jogar no Vasco". Depois ...

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    1. O velho Dario era assim e metia gols. Não acertava passes de 2 metros.

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  2. Alias, me lembro do Jardel chegando no aeroporto e a torcida cantando "Gremista não é otário, quem tem Jardel não precisa de Romário". Até hoje não sei se aquilo era incentivo ou protesto.

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  3. Carlos
    Realmente, um caso curioso; a biografia do Jardel profissional não recomendava otimismo. Não sei como era na base do Vasco.

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    1. ...“Há coisas que acontecem no futebol que não têm explicação. E bem... Jardel. Vamos ao Jardel. O Felipe não estava bem no Grêmio e achava que iam colocar ele na rua. Então queria falar comigo, chamei então para almoçar comigo. Almoçamos e ele me pediu para ligar para o Eurico Miranda porque o Vasco estava emprestando um centroavante que interessava ele, o Jardel. O Vasco estava emprestando ele parece que para o XV de Piracicaba. Peguei e liguei para o Eurico: ‘Tu tens um jogador aí que me interessa. Não faz negócio ainda, espera um pouco que vou definir, mas quero esse jogador’. Ele me perguntou quem era e quando disse que era o Jardel ele só falou: ‘Leva esta m... Ontem, quando anunciaram o nome dele no banco de reservas já foi vaiado’. E veio assim o Jardel. O Paulo Nunes veio na transação do zagueiro Agnaldo. Fui fazer negócio lá no Flamengo e eles tinham uma lista com cinco jogadores. Na hora que estava saindo no pátio, o Paulo Angioni me cumprimentou e me disse para levar o Paulo Nunes e o centroavante Magno. E vieram os dois. Para ver como acontecem essas coisas.”...
      Fábio Koff – “As revelações de Koff” – 13 de Agosto de 2017

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  4. Alvirubro
    É o tal "planejamento".

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