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sábado, 5 de maio de 2018

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (191) - Ano - 1958


Goleando os Campeões Mundiais

Fonte: Jornal Diário de Notícias
Naquele 28 de Setembro de 1958, os brasileiros viviam intensa euforia pela inédita conquista da Copa do Mundo jogada na Suécia três meses antes (29 de Junho), quando desembarcou em Porto Alegre a "esquadra" santista trazendo três integrantes do elenco histórico: Zito, Pepe e o menino de dezoito anos incompletos, Pelé, já considerado o maior jogador do mundo. A lenda Jair da Rosa Pinto, meia que jogara a fatídica Copa de 50, integrou o ataque santista.

Os paulistas eram grande atração pela qual a dupla Grenal desembolsou importante quantia financeira para tê-los em dois amistosos, 550 mil cruzeiros, 275 mil por confronto. No primeiro, os vermelhos aplicaram 5 a 1 num Santos totalmente desinteressado, o que fez a Direção do Peixe dizer, que no enfrentamento seguinte, Estádio Olímpico, a história seria diferente. Não foi o que ocorreu.

Naquele Domingo, o Tricolor treinado por Osvaldo Rolla (Foguinho) utilizou: Germinaro; Orlando (Figueiró), Aírton e Mourão; Elton (La Guardia) e Léo; Vieira, Gessy, Juarez, Milton (Darci) e Rudimar (Alfredinho). Enio Rodrigues, lesionado, ficou de fora.

O mítico treinador Lula escalou o Santos com: Manga; Dalmo (Zezinho), Getúlio e Fiotti; Zito e Álvaro (Cortez); Hélio, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe(Guerra).

A disputa foi desigual desde o primeiro apito; de um lado, um time aplicado, de outro, um arremedo de conjunto, muito ou quase nada interessado com exceção de dois atletas, o veterano Jair, o Jajá de Barra Mansa e o arqueiro Manga (não confundir com o que jogou no Grêmio), que evitou uma goleada de 8 ou mais (números do jornal). O resultado prático disso, a maior goleada aplicada pelo Imortal no Santos.

Aos 4 minutos, Zito se atrapalhou e Rudimar, mesmo se enrolando no início da jogada, acertou a trave. Aos 13, Orlando rechaçou um ataque santista, rebatendo forte a pelota que se ofereceu para Juarez. O Tanque ganhou na corrida de Getúlio e arrematou para as redes de Manga. 1 a 0.

Aos 33, Juarez ou Alfredinho (há divergência nos textos dos jornais) serviu Gessy Lima; o craque, cercado por Getúlio e Fiotti, matou no peito, girou, avançou dois passos e mandou para as "malhas" (vide foto acima). 2 a 0. Placar da primeira etapa.

Aos 6 minutos do segundo tempo, Mourão foi ao fundo pelo lado esquerdo, cruzou, a zaga salvou, mandando a pelota para corner. Vieira cobrou na cabeça de Gessy, que ampliou. 3 a 0.

Pelé e Álvaro, por indisciplina, foram expulsos aos 26 e 30 minutos, respectivamente. Nesta segunda expulsão, uma cena amadorista se verificou. Sem que o bom árbitro argentino Miguel Comesaña (que fez carreira no Brasil) percebesse, a Comissão Técnica do Peixe fez ingressar Cortez no lugar de Álvaro, o atleta excluído, mantendo irregularmente o Santos com 10 em campo.

Aos 36 minutos, Gessy fez ótima jogada, pois entrou, driblando área adentro, desferiu um chute fortíssimo, que Manga defendeu parcialmente, Milton Kuelle aparou o rebote e fechou em 4 a 0 a goleada.

Quase 15 mil pessoas assistiram a grande vitória gremista, que passados quase 60 anos, permanece como a maior goleada azul sobre o clube de Pelé.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro










7 comentários:

  1. Estou chegando atrasado, mas quero dar minha opinião sobre a comparação entre o time atual e o de 1983, campeão do Mundo.
    Tendi a concordar com a Arih, com pequenas diferenças.

    Marcelo Grohe/Mazaroppi
    Paulo Roberto/Léo Moura
    Geromel/Baideck
    De Leon/Kannemann
    Cortez/PC Magalhães
    Maicon/China
    Arthur/Osvaldo
    Mário Sérgio=Luan
    Renato/Ramiro
    Tarcísio/Jael
    Éverton/PC Lima-Cajú
    Renato/Espinosa 

    Na defesa não há dificuldades em fazer a comparação, mas do meio de campo em diante as funções eram muito diferentes.
    Na minha opinião a dupla Maicon, mais marcador, e Arthur, mais técnico, é superior.
    Quanto a Mario Sergio x Luan, são dois jogadores muito diferentes. Mário era mais armador, Luan mais goleador e driblador.para o Grêmio Mário foi importante em uma partida, sem ser decisivo. Luan foi importante numa campanha, chegando a ser eleito o melhor jogador da LA 2017. Fico com o empate.

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  2. Obrigado, Nelson.
    Os diferentes esquemas dificultam a comparação, especialmente no casos dos volantes, um tradicional (China) e dois meias que são armadores, que funcionam como volantes (2018).

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  3. Olá pessoal do blog, me chamo Ricardo e gostei muito do blog. Vou fazer um trabalho de faculdade sobre "Grandes Persolidades do Esporte Gaúcho", e como sou gremista escolhi duas lendas do nosso futebol: Luiz Carvalho e Foguinho (Oswaldo Rolla). Tentarei mostrar seus grandes feitos dentro e fora de campo.
    Só gostaria de fazer um pedido: o amigo Alvirubro podes postar a lista de jogos deles pelo imortal? Se a lista for muito extensa, podias postar apenas os jogos em que eles fizeram seus gols e o número de gols?
    Obrigado amigos e espero resposta. Ricardo Nogueira.

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  4. Anotado, Ricardo. Eu não tenho este trabalho de arquivo; o Alvirubro tem,mas deve estar em viagem ou quase isso. Abraços.

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  5. Vejam que se criou uma lenda de que Mário Sérgio e Paulo César Lima (Cajú) jogaram somente a final contra o Hamburgo. Realmente foram contratados com essa finalidade principalmente, porém, não só ela.
    Na época o Grêmio jogava num 4-3-3. Utilizava um volante fixo e dois armadores, um pela direita (Osvaldo) e outra pela esquerda (Tita). Com a saída de Tita, após a conquista da Libertadores, o Grêmio não tinha alguém que o substituísse de imediato e seria difícil de contratar outro a curto prazo. Espinosa insistia nesta reposição, pois entendia que seria necessário preencher esta lacuna e que, para jogar contra o futebol Alemão da época, quanto mais qualidade melhor.
    Uniu-se o “útil ao agradável”. Mário Sérgio era amigo de Espinosa e estava próximo do final de contrato com a Ponte Preta. Tendo Espinosa como principal mentor, saiu o convite. Sua primeira aparição em campo com as cores tricolores foi em 12 de outubro de 1983, no jogo Grêmio 2x0 Novo Hamburgo. Jogou ainda outros jogos, inclusive Grenal, até a final do mundial (sua última partida pelo Grêmio).
    Paulo César Lima (Cajú) por outro lado, não veio para cobrir alguma lacuna na equipe. Na publicação anterior (O de 1983 ou o Atual?) deixei a razão pela qual ele veio. Sabedor de que o Grêmio procurava alguém para substituir Tita, iniciou conversações com o tricolor. Para isso se utilizou da dívida que o Grêmio tinha com ele, combinado com o desejo próprio de “encerrar a carreira em alta”. Um mais um, são dois. Sua primeira partida foi no Grenal (0x0) de 02 de novembro de 1983, e sua última, no mundial.

    Fontes: gremiopedia; wikipedia; diversas reportagens com comentários sobre a final e a participação de ambos; reportagens com Espinosa; e, análises, interpretações e contextualização sobre este conjunto de fontes.
    Bruxo, como você deseja fazer novo post sobre o Cajú, vai aí um link para perceber um pouco a vida extra campo dele. É necessário contextualizar porque, em público, você nem sempre fala tudo e da maneira como realmente as coisas aconteceram, mas considero uma das boas reportagens dele. Onde ele se abre um pouco mais e conta alguma coisa verdadeira. (https://istoe.com.br/4923_CAJU+AMIGO+E+SEM+ALCOOL/)
    Para finalizar: falei várias coisas sobre o “sujeito”, mas na verdade tenho pena dele porque teve tudo para ser realmente o que o imaginário dele desejava ser. Por outro lado o aplaudo, porque é uma dádiva ter saído da onde saiu e se tornado, ao menos no final da vida, uma pessoa melhor.

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    1. Obrigado, Arih. Vamos ver o material e provavelmente pegar um jogo emblemático do Caju no Grêmio, afinal, o "Pequenas Histórias" tem esse objetivo, resgatar positivamente os fatos ligados ao Imortal.

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  6. Quanto ao post, que pena Gessy ter abandonado o futebol pela odontologia. Mesmo em 58 creio que merecia a seleção e ter ido à Copa, mas certamente estaria nas próximas. Mas o futebol da época pagava muito mal (ainda hoje é assim). Nem se fala do bairrismo de que só os do Rio e SP serviam pra seleção. Já contei aqui que meu pai chegou a ser convidado a jogar no segundo quadro tricolor no início dos anos 50, mas não quis justamente pelo salário oferecido. Estava prestando o serviço militar na época e ganhava mais do que um jogador iniciante. Só os craques ganham algo decente, naquela época. Muito amadorismo.

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