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quarta-feira, 13 de março de 2019

Opinião





O Jogo Perfeito

Boa parcela do êxito paraguaio ontem está na própria equipe. Quem diria? Chamot, um ex-lateral esquerdo forte na marcação, barrou Renato, um ex-ponta direita ofensivo.
Raras vezes vi um time chegar em Porto Alegre e fazer "o jogo perfeito"; isto é, nada deu errado para o Libertad.
Chamot ao marcar o Grêmio no campo tricolor, evitou os famosos sufocos de início de jogos da Libertadores; citando três: Rosario Central em 2016 e semana passada mais Estudiantes de La Plata em 2018, todos na Argentina. Ao Imortal, não foi concedida esta chance.
Nos primeiros 15 minutos, o Grêmio não assustou uma única vez. Também, Chamot marcou forte as principais estrelas (Éverton e Luan), "asfixiou" Vizeu na frente e deixou órfão o avante Marinho. Acabou o poder de fogo azul.
O técnico do Libertad contou com o apoio ineficaz de Bruno Cortez e jogou às costas de Leonardo Gomes que, assim, ficou no meio do caminho entre apoiar bem ou cuidar da lateral defensiva.
No entanto, o grande mérito de Chamot foi utilizar uma prática antiga, porém eficiente em muitos casos, ou seja, deixar a bola com a dupla de volantes adversária. Não é o caso gremista, mas esta prática deve ser adotada quando o oponente tem jogadores toscos como volantes. Chamot percebeu que os dois (Michel e Maicon) não fazem a ultrapassagem de seus meias. Nunca chegam na área como elemento surpresa, não arrematam com frequência, seus movimentos são previsíveis, sem verticalidade.
Esta dupla passeou no meio da cancha; bola para esquerda, para a direita, atraso para os beques, enfim, nenhuma profundidade, nem aceleramento, nem contundência na bola ofensiva. Uma posse de bola estéril. Uma festa para o Libertad.
Para coroar o grande nó tático paraguaio, o gol é uma réplica daquele sofrido pelo Grêmio na Copa do Brasil diante do Flamengo, obra do garoto Lincoln vide Lincoln. Até na hora e na goleira; apenas mudou a etapa de jogo. O Libertad sabia que deveria tirar Geromel da área.
Dia 11 último, parte dos comentários, respondendo ao Nelson, eu escrevi que o setor que terá novidades ao longo do ano no time será o meio de campo. Mantenho isso, porque a defesa vem bem e o ataque tem munição, por isso, Jean Pyerre e Matheus Henrique são os nomes da vez.
Para encerrar: Renato tem uma relação de lealdade com o grupo, é seu maior trunfo, desta forma, seria um balde de água fria no ânimo de Paulo Victor não ganhar a titularidade imediata, porém, desconfio que Júlio Cesar está melhor e vai merecer sequência em seguida. Se este fracassar, bom aí é retomar a minha ideia antiga: Trazer um goleiro inquestionável.
São quatro posições que devem ser olhadas com carinho: Lateral esquerda, as duas de volantes e o arco.


10 comentários:

  1. Na goleira acho que o Júlio César está mais preparado. Talvez pelo fato dele (Júlio César), ter sido titular por longo tempo no Flu, enquanto que Paulo Victor foi banco por um longo tempo, entrando em partidas esporádicas.

    Rafael.

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    1. Exatamente. Júlio fez um belo ano num time que era uma peneira na zaga.

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  2. Acho ainda que o Maicon e Luan mereciam uns 2 ou 3 jogos iniciando no banco. Juninho Capixaba deveria ser testado mais vezes com o time titular.

    Rafael.

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    1. Luan merece jogar com melhores parceiros de meio campo, antes de ser tirado do time.

      Por que não adiantá-lo pra função do Marinho, deixando a armação pra Jean Pierre, com Matheus Henrique no lugar do Maicon?

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    2. Glaucio
      É uma das possibilidades. O Renato tem várias; hoje, o problema é querer manter o Maicon com o Michel. Talvez tenha que ocorrer uma desclassificação (LA, Gauchão) para serem tomadas as medidas certas.

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  3. Rafael, reproduzo uma resposta minha ao Glaucio, ainda nesta semana sobre a gurizada:
    "Glaucio
    Estes meninos do meio de campo vão tomar conta do lugar, logo, logo."

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  4. Parte do texto da coluna de David Coimbra de hoje, vai ao encontro do que escrevemos e do que a maioria gremista pensa: “O Grêmio, que deveria exercer o melhor futebol da América, passou a exercer o futebol tico-tico, jogado de bundinha empinada, na ponta dos pés.”
    Escrevi acima: - Esta dupla passeou no meio da cancha; bola para esquerda, para a direita, atraso para os beques, enfim, nenhuma profundidade, nem aceleramento, nem contundência na bola ofensiva. Uma posse de bola estéril. Uma festa para o Libertad .

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    1. Mas isso é o retrato do futebol do Maicon....aquele que disseram que "dava conta" da saída do Artur...

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  5. O Cortez até sobe bastante para apoiar o ataque, dribla, dribla, mas não cruza. No meio campo é a vez de Mateus Henrique e Jean Pyerre. Abraço

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  6. João!
    Não é mau jogador, ajudou o Grêmio em alguns títulos; ganhou uma boa grana, também; mas é aquela história de mudança de patamar. Hora de pensar mais adiante.
    Cortez bateu no teto dele.

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