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sábado, 16 de janeiro de 2021

Opinião




Chocolate Amargo 

Vai ficar para a história, para a estatística, um empate em São Paulo diante do Palmeiras, mas convenhamos, que fato mais esdrúxulo, para não dizer mentiroso.

O time misto do Palmeiras no primeiro tempo deu um chocolate que há muito eu não via. Vanderlei tirou o time nas costas e como grande goleiro que é, também teve a sorte; três bolas bateram na trave. Placar: 1 a 0. Placar moral: 4 ou 5 a 0. Um fiasco semelhante aqueles protagonizados diante do Flamengo nas Libertadores, ambos os jogos, ida e volta.

Escrevi na postagem anterior que ter tempo para descansar e treinar o elenco, às vezes, dependendo do "professor", isso é até prejudicial. Na mosca! Este meio de campo de Matheus Henrique, Jean Pyerre, Alisson e Thaciano, soçobrou; afundou pela frouxidão, lentidão e posicionamento equivocado. 

Para começar, Thaciano não pode ser titular; vou mais além, Alisson é uma fraude. Não engulo essa história de "jogador tático". Luiz Fernando com uma miséria de tempo em campo, contribuiu decisivamente no setor, naquele canto do gramado.

Um descuido desse tamanho na escalação, na postura tática e na questão anímica, desclassifica fácil, fácil um time num mata-mata.

Dizer que o treinador ajeitou na segunda etapa, que Renato corrigiu o posicionamento e equilibrou o confronto é verdadeiro, porém, tem que ver com que está se comparando, ou seja: era impossível produzir menos do que aquele primeiro tempo. 

E tem a magia do futebol, pois com todos os erros, todos os equívocos, por um triz, um milímetro, uma luva menor de Weverton e o Grêmio sairia vencedor naquela cobrança de falta ao "apagar das luzes".

Os destaques foram Vanderlei, acho que desde aquelas atuações de Victor, o Tricolor não via num único jogo, uma sequência de 5, 6 defesas de alto grau de dificuldade. Sem ele, o Grêmio seria goleado facilmente. Até no tento do Palmeiras, sua envergadura e reação quase impediram a sua realização.

Na defesa, destaco somente Kannemann, Victor Ferraz, discreto, Diogo Barbosa só confirmou que está aquém das necessidades do Grêmio e Rodrigues falhou grosseiramente no lance do gol palmeirense.

O meio de campo, um furo imenso. Só melhorou com a entrada magnífica de Maicon, que eu critico bastante, mas sempre em função da sua precária condição física. Ele foi a andorinha solitária do meio. Mudou a "fisionomia" da partida.

Na frente, Diego Souza se mostrou decisivo, Pepê melhorou em relação as últimas atuações.

Os que entraram, melhoraram o desempenho, casos de Pinares e especialmente, Luiz Fernando e Maicon.

O Grêmio incrivelmente se mantém invicto. São os mistérios do futebol.

18 comentários:

  1. As vezes eu penso que era melhor ter perdido um desses últimos jogos pra acabar com essa de "sequencia invicta", uma sequencia de jogos ruins que deixam o torcedor sem esperança.
    Renato prefere morrer abraçado na sua teimosia que ceder. Ontem Vanderlei foi o melhor em campo, salvou do vexame. Destaque pra Kanneman pela bravura e Diego Souza pelo gol, menção honrosa pro Pepê que tentou bastante e pra turma do segundo tempo. O Alisson já não era "uma brastemp" e voltou pior ainda da lesão, o cara simplesmente mata o lado direito, muito ruim. Jean Pyerre precisa acordar pra vida porque não tem jogado nada. Matheus Henrique além da má fase saiu lesionado, dou um desconto porque ontem jogou praticamente sozinho ali no meio. Queria saber o motivo da implicância com Darlan e Ferreira.
    A prévia da final foi que se o Palmeiras tivesse mais completo e interessado tinha feito uns 3 ou 4 gols no primeiro tempo. Parece que quanto mais tempo o Renato tem pra treinar o time pior nós chegamos pros jogos.

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    1. Lipatin
      O pior de tudo é que a gente, com essa sequência invicta, sempre fica com a esperança de uma arrancada para o título.

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    2. Bruxo, no Brasileiro em relação ao Grêmio tô naquela fase do "só acredito vendo". Acho que pra nós "já era" depois desse empate.
      Que desgosto olhar pra tabela e ver Inter e SP brigando ali. Não queria ver nenhum dos dois levantando a taça.

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  2. Aguentei assistir só o primeiro tempo desse fiasco, e agora vendo o resultado percebo que esse jogo serviu para duas coisas, mostrar a fragilidade desse time do Grêmio e ajudar o Inter.

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  3. Carlos
    O maior problema do Grêmio reside na mecânica de jogo do meio de campo. Diego Souza numa ótima fase e Pepê, sempre perigoso, precisam de bolas qualificadas; o maior exemplo é o gol, onde houve excelente triangulação, bola quase na risca final do campo, centro perfeito e um "tiro" de cabeça do centro avante.

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  4. Joao Hollerbach16/01/2021, 10:56

    Como sempre uma análise lúcida do Bruxo Tricolor. O primeiro tempo foi vergonhoso. Houve duas "entregadas"(Jean Pierre e Matheus Henrique) que forma salvas pelo Vanderlei. E o "Tonhão" pecou pela inexperiência(já não é tão "verde" assim) e perdeu um lance dominado, o que resultou no gol do Palmeiras.

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    1. João
      São falhas individuais, mas tem a ver com a mecânica do time.
      Ontem foi milagre ter saído com 1 ponto ganho.

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    2. Concordo com o João. Bela análise do Bruxo.

      O Rodrigues falhou naquele lance mas jogou muito bem de novo e deu uma pifada digna de craque no Diego Souza, que perdeu um gol feito.

      Ali ele se redimiu da falha.

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    3. Vinnie
      Rodrigues pelo fato de ter sido atacante na base, ganhou mais esta qualidade para um zagueiro.
      Quem viu Luiz Pereira jogar,sabe do que falo.

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  5. Um dado interessante, Bruxo:

    Renato já faz parte do trio de técnicos com maior número de jogos, sem perder, em um mesmo campeonato brasileiro.

    Técnicos do Grêmio, com maiores invencibilidades, no Brasileiro, desde 1971 (em um mesmo certame):

    1978 - 15 jogos - 8 Vit e 7 Emp - Telê Santana
    2012 - 15 jogos - 6 Vit e 9 Emp - Vanderlei Luxemburgo
    2020 - 15 jogos - 9 Vit e 6 Emp - Renato Portaluppi

    Na sequência de jogos, sem perder, abrangendo mais de um campeonato, temos:
    1978 / 1979 - 19 jogos; 11 Vit e 8 Emp (04.06.1978 a 03.10.1979) - Telê Santana e Ithon Fritzen
    2012 / 2013 - 18 jogos; 8 Vit e 10 Emp (13.09.2012 a 04.06.2013) - Vanderlei Luxemburgo

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    1. Outros técnicos do Grêmio com ótimas invencibilidades no Brasileiro, desde 1971 (acima de 10 jogos):
      1975 - 13 jogos - 4 Vit e 9 Emp - Enio Andrade
      1982 - 13 jogos - 7 Vit e 6 Emp - Enio Andrade
      1973 - 12 jogos - 6 Vit e 6 Emp - Carlos Froner
      2001 - 12 jogos - 9 Vit e 3 Emp - Tite
      2008 - 11 jogos - 8 Vit e 3 Emp - Celso Roth

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  6. Alvirubro
    Sequências ideais são aquelas como a do Tite em 2001. 75% composta por vitórias.

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  7. Mesmo com reparos,O trabalho de Renato é recheado de quebra de recordes.

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    1. Bruxo, verdade. Mas o quanto disso é reflexo da longevidade no cargo, que se sustenta mais pela idolatria e amizade com o presidente do que pelos resultados? Quanto mais tempo fica, mas recordes insípidos aparecem.

      A grosso modo, os únicos recordes que interessam são número de gols, vitórias e títulos. É o que leva um time a vencer.

      O futebol brasileiro em 2020 foi uma esculhambação. Todos os grandes estão patinando. Qual time convenceu?

      Agora, nessa virada de ano, apareceram Santos e São Paulo. O Santos está mais no gás psicológico de fazer história do que no futebol. O São Paulo é uma fraude que ganhou corpo ao derrotar o Flamengo em dois jogos, este o melhor time do Brasil mas de ressaca. O Atlético MG aposta no Vargas e no técnico bipolar. O Inter tomou corpo ao derrotar o Boca, e depois pegar em sequência adversários do fundo da tabela. Se aproveitou dos tropeços na frente pra chegar, e tem chance sim de título, embora terá de mostrar contra os adversários diretos nessa reta final.

      Lembrando que Corinthians e Cruzeiro estiveram fora do páreo. E o Palmeiras com esse time de robozão tá apostando tudo na Libertadores e num técnico novo que deu nova injeção de ânimo nos caras. Estilo Celso Roth no Inter de 2010, chega na reta final e vem com tudo pro título.

      Ou seja, o Grêmio tanto pode ser absolvido pelas circunstâncias do COVID ou criticado ainda mais, porque de todos é o único com trabalho contínuo, um dos poucos com salários em dia, e um dos raros com estrutura de trabalho top.

      Eu fico com a segunda alternativa. Era pra passar o rodo e ganhar tudo se aproveitando da queda do Flamengo e da instabilidade dos demais.

      Esse ano e no próximo, tudo volta ao normal. Os outros times virão ainda mais fortes. O Grêmio precisa de novos rumos, novas ideias.

      Falta jogador? Não.
      Falta estrutura? Não.
      Falta compreensão do torcedor? Acho que não. Muita mais gente ainda passava pano pro Renato do que o contrário. Essa a lógica só inverteu depois do fiasco contra o Santos.
      Falta técnico? Sim (mais pelo momento do que pelo profissional. É o fim do ciclo. Acho que existe uma fadiga natural. Ele já não consegue extrair o melhor desse grupo.) Estava nitidamente assustado ontem na beira do campo. Ele temeu pelo pior, sim. Achou que ia ser goleado como todo torcedor que acompanhou aquele primeiro tempo varzeano.

      O Grêmio parecia o Brasil de Pelotas ou o Juventude enfrentando o Palmeiras em SP. Não dá mais. Por um acidente ainda pode ser campeão da CB. Mas acho que não vai rolar. A moral do time tá lá embaixo. Não existe confiança. O que era o JP e o Matheus Henrique ontem?

      O JP de assistente do lateral esquerdo, com medo legal de errar passe (e errando vários ainda), só carimbando bola e se escondendo do confronto. Atrás da linha do meio campo. Camisa dez tem que estate a cinco passos da área adversária.

      O Matheus Henrique não é jogador profissional. Quanto mais volante moderno. É fraco em todos os fundamentos. Não dá sustentação, não dá segurança pro meio campo. Perde dividida. Entrega cada bola perigosa. Não abastece o ataque. Se posiciona mal. Cara, o que mais precisa pra tirar esse guri do time?

      Não foi o Maicon que entrou bem ontem, foi o Mateus Henrique que saiu e ajustou o time. Sim, o Maicon deu uma assistência legal pro Luís Fernando. Mas de resto guardou posição e ganhou as divididas. O que é o mínimo que um volante precisa fazer.

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    2. Concordo com a maioria da tua exposição, mas tem alguns recordes que não são pela longevidade:sequência invicta nos Grenais, ser derrotado apenas 3 vezes no Brasileirão e estar invicto há 15 partidas, isso é quase um turno inteiro, nas últimas 25 partidas, perdeu 1.
      Tenho restrições ao trabalho dele, mas tem pontos que são positivos e para mim,irrefutáveis.

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    3. Eu te entendo, Bruxo. Sem dúvida que ele tem alguns méritos. Mas os Grenais foram um caso a parte. Em qual deles o Grêmio obteve vitórias convincentes? Acho que teve sorte em vários dos confrontos. Cito alguns, vitória no Beira Rio com gol do Diego Souza no final. Inter jogou com um a menos todo o segundo tempo e ainda teve mais volume do que o Grêmio, perdeu vários gols. O Grenal de Caxias, primeiro jogo pos-paralisação, achou um gol de falta rebatida com o JP. Foi um jogo muito ruim e nivelado por baixo, qualquer time poderia ter saído com a vitória. O Grenal da Libertadores com gol do Pepê, jogou pior e escapou de perder. Lance isolado do Pepê de qualidade individual. Aliás, o Éverton salvou o Renato em vários Grenais com atuações individuais acima da média.

      Que eu lembre, jogou bem o Grenal da briga na Arena. Empatou mas poderia ter vencido. E aquele outro Grenal que o lomba deu uma voadora no jogador do Grêmio. Também teve aquele dos três penalties não dados, onde empatou mas merecia ter vencido. Esse faz muito tempo, Jael ainda tava no Grêmio.

      Acho que o Renato tem raríssimos méritos de 2018 pra cá na condução desta equipe. Tem descido ladeira abaixo da Recopa 2018 até aqui ele não consegue fazer nada pra mudar.

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  8. Se Renato tivesse ganho um Brasileirão seria apontado como o maior de todos, mas fez de tudo pra não ganhar.

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