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sábado, 19 de junho de 2021

Opinião



Inimigo Íntimo 

Na postagem mais recente, eu escrevi que a maior causa dos fracassos estava localizada no não aproveitamento dos melhores em cada posição do time. É quase consenso isso entre os torcedores, mas não aparecia na mídia esta questão de forma escancarada. Hoje, Alex Bagé quebrou esse pacto de ignorar o óbvio e tratou do assunto.

Mas o motivo desta postagem é consequência do que andei lendo sobre a passagem decepcionante de Tiago Nunes pelo Corinthians, porque fica sempre a dúvida: ele é insuficiente para clubes grandes ou o tempo no Coringão pode ser considerado exceção e os problemas que causou/sofreu  servirão de aprendizado? Vide Tiago e Corinthians.

Não fiquei apenas nesta fonte, vi que Tiago chegou atropelando e perdeu o grupo. Será que foi só essa a causa do fracasso? Será que no Grêmio está mais para acomodador do elenco?

Agora que começam os questionamentos no Tricolor, percebo que há um atraso no aproveitamento dos jovens da base, entrando em colisão com o discurso de início de ano. Até ocorre (na prática) um castigo, ou seja, se o guri vira ameaça à titularidade de algum cascudo; vai para a transição, casos de Guilherme Guedes e Fernando Henrique. A justificativa diz que é para pegar ritmo de jogo; engraçado! cascudo que precisa de idêntico procedimento, não passa por esse "estágio".

As desconfianças da torcida com o trabalho do treinador gremista se dissipam com bons resultados. Pode ser qualquer um: consagrado, novato, caro, barato, do interior, do exterior, se for ganhando, ganha também, a aceitação da massa. O torcedor é na raiz, na essência, torcedor do clube.

Porém, há uma barreira que independe das ideias, concepções e competência do comandante técnico: a aceitação dele pelos cascudos, pelos líderes do grupo, enfim, pelos donos do vestiário na prática. Não basta ser "parça" desta boleirada mais antiga do elenco, precisa ser aceito por eles. Sendo mais explícito: tudo vai bem, enquanto não contrariá-los. Se cair em desgraça, babausss. Foi-se. Isso, mesmo que o time esteja caindo pelas tabelas e a remoção de algumas peças for absolutamente vital para evitar a queda nas competições. 

O treinador abraça o grupo, mas não será ungido por ele, se a "zona de conforto" dos cascudos sofrer turbulências e muitas vezes, a Direção, refém deste grupo, preferirá degolar o treinador, mesmo que as evidências de sua responsabilidade nos maus resultados, não sejam devidamente comprovadas.

Se o técnico for ruim e não ganhar o grupo, o caminho para ser "ex" fica mais curto.

21 comentários:

  1. Era só tirar o Renato...
    Bom, eu que fui a favor da saída do antigo técnico - pois achava que ele já não tinha condições de tirar o melhor do elenco - me imponho a obrigação de revisitar minhas opiniões. Há algo mais a se tirar?
    No cenário atual o time já se despediu do BR e disputa, somente, a Copa do Brasil.
    Comungo da opinião do Gláucio de que o elenco seria suficiente - unicamente - para essa competição. Ocorre que essa "crença" se baseia muito mais no que eu prospecto da evolução de alguns jogadores (FH, Bobsin, melhora do DS, Douglas Costa, Guilherme Guedes) do que em algo concreto.
    Sendo assim, mesmo pra confirmar a minha expectativa de suficiência, ainda é necessário um alinhamento de múltiplos fatores, o que me deixa com dúvida sobre a qualidade do grupo atual...
    Pra finalizar, eu discordo da maioria, acho que o Thiago Santos melhorou muito! Das duas certezas de quando ele está em campo (o tento revés e o cartão amarelo) dessa vez só se confirmou uma, um baita avanço... E existe quem sustente que ele "arrumou" o meio campo.

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    1. PJ, eu critiquei bastante a chegada do Thiago Santos mas acabei engolindo minhas críticas. Chegou e foi muito bem, se mostrou muito útil e mesmo que possa vir perder a titularidade vai seguir como uma boa opção de volante defensivo pro grupo, algo que nos fez falta nas ultimas temporadas.

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    2. A partir do momento que Tiago Nunes comete os mesmos erros de Renato, e os resultados são parecidos....

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  2. PJ
    O cara que "deu estabilidade ao setor", assim a imprensa saudou a entrada dele no time.
    Por essas e outras, que eu arrisco dar palpites.

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    1. Mas quando jogou centralizado e recuado à frente da zaga, foi bem.

      Depois Tiago Nunes voltou a jogar com dois volantes em linha, ambos subindo, alternadamente, e degringolou.

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    2. Glaucio
      Foi bem contra o Aragua naquele 8 a 0.

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  3. Parecia que o problema era só o Renato e a decadência apresentada na sua reta final como treinador, que era ele que mandava no futebol e o Romildo obedecia. Depois o Renato saiu, chegou um novo vice de futebol, um novo treinador e... Vemos os mesmos erros sendo repetidos. Romildo e sua trupe são muito competente nas finanças mas no futebol parece que se perderam depois das conquistas, mudou o treinador mas politica de futebol do clube segue a mesma ideia errada. O problema parece vir mesmo de cima.
    É uma vergonha o Grêmio ficar refém da turma do vestiário. E com empresário se metendo. Que usem o superavit e mandem embora esses pangarés. Quanto ao Tiago Nunes é bem isso Bruxo: Que ao menos escale os melhores. Mas nem isso vem sendo feito. Ainda temos que ver o Romildo dando entrevista defendendo o Paulo Victor com unhas e dentes. É muito desânimo, que belo momento vive a dupla Grenal...

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  4. Lipatin
    Aí,para os novos, o que servirá de bom exemplo, isto é, aquele a ser seguido é o de Tetê, Diego Rosa, que num primeiro momento o Ferreira não conseguiu e tudo indica, conseguirá agora: fazer carreira longe do Grêmio, porque tem que jogar os cascudos.

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  5. Ontem vi o jogo da Alemanha e a noite do Bragantino ambos sobrando fisicamente e cheguei a conclusão que não é apenas o trabalho do preparador físico mas sim a juventude da equipe.
    No caso do Grêmio, considerando que Geromel, Kannemann, D. Costa e Diego Souza são titulares o resto do time necessariamente precisa ser jovem.
    Jogadores como Rafinha, Cortez, D. Barbosa, T. Santos e outros podem até ser úteis em alguns momentos mas não podem mais formar a base do time.

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  6. Carlos
    Fecho com esse pensamento; não se trata apenas de ser melhor tecnicamente, mas tem que juntar com o preparo físico. Aí, a idade entra como ponto crucial.
    Um time competitivo aceita 2 ou 3 veteranos, dependendo da posição onde jogam, mais que isso difícil, quase impossível.
    Quem que jogou bola um dia, viveu isso. Eu lembro de uma partida de futsal; a nossa equipe era muito boa, mas já passada dos trinta e enfrentamos a Brigada Militar (Polícia Militar no RS) cheia de recém ingressos nela,meteram uma correria, quando acordamos na quadra, já devia estar uns 5 a 0.

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  7. Escalar os melhores, apesar de correto, não é tão simples quanto parece. Se perder o grupo de vez, vira Cruzeiro. Muitos desses jogadores veteranos podem contribuir pontualmente. Então manda-los embora também não é solução.

    O desafio é convencer os caras de que não podem mais ser titulares sem que eles façam corpo mole. É aí que entra a tal gestão de grupo.

    Eu iria por etapas. Paulo Victor realmente não tem condições, nem psicológicas pra jogar em alto nível. Preserva o cara até acharem um time pra ele. LF não tem condições técnicas.

    As laterais precisam de vigor. Não tem como travar a titularidade do Vanderson. Essas três mudanças já dariam outra cara ao time. Independente de quem entrar, dificilmente será pior.

    Na sequência vem a segunda volancia. Fixar o Bobsin por ali parece ser o mais acertado. Com ousadia, poderia testar os dois guris, Bob e FH pra quer qual é.

    Robert é muito comunzinho pra jogar de meia. Até o DC assumir, deveria jogar no corredor direito. O futebol dele tende a evoluir com a parceria do Vanderson por ali.

    Na meia central, por enquanto tem Matheus Henrique e Darlan. Com a Olimpíada, eu fixaria o Darlan ali no momento, até porque estaria disponível pra uma sequência de jogos no próximo mês.

    Na janela eu rescindiria o contrato de todos que não serão aproveitados. E tentaria trazer o Rafael Carioca (quanto mais opção pra não jogar o LS melhor) e um meia.

    O Grêmio vai se recuperar no Campeonato. O Inter ano passado postulou ao título com uma campanha extremamente irregular. Nove vitórias consecutivas colocaram o time nas cabeças. Tudo depende da sequência na tabela. O time vai pontuar melhor contra os grandes. Só não pode sair perdendo os jogos. No futebol de hoje, quem sai na frente geralmente ganha.

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    1. Penso por aí, Vinnie.

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    2. Vinnie
      Exatamente! No gol, o Chapecó só não foi a bola da vez pela lesão que teve.

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    3. Para terminar o raciocínio: FH, Bobsin e Darlan;na direita Douglas Costa.
      O problema será o mau desempenho de Diego Souza e a saída de Ferreira. Os laterais tem que ser os guris.

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    4. Bruxo, quando a bola chega, geralmente o Diego guarda. Só que os pontas tem que variar as jogadas, ir ao fundo, cruzar, de vez em quando.

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    5. Glaucio
      Meu medo é acharem que é pela falta do Alisson.

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    6. Leo Chu vinha fazendo isso, Ferreira quando joga pela direita também.

      Aquela jogada de cortar pro meio e bater está manjada demais.

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  8. Lembro dos comentários após a primeira semana de Tiago Nunes, Romildo dizendo que treinos eram mais intensos, que era uma forma diferente de trabalhar.

    A verdade é que vieram lesões, covid, convocações, e o treinador se perdeu, optando pela "segurança" de jogar com os experientes, por achar que oscilam menos (palavras dele em entrevista). Faltou dar uma espiada no histórico de alguns...

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  9. Glaucio
    O que eu posso arrisca é que se o Grêmio perder mais duas em sequência no Brasileirão, o treinador tem sair. Não haverá clima.

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  10. O que eu externei na postagem é que devem sempre jogar os melhores, se Geromel é melhor que Emanuel e Heitor, então deve jogar.
    A questão é que medalhões velhos estão permanecendo, jogando menos do que os guris, casos de Guilherme Guedes e Vanderson nas laterais e Fernando Henrique (que é 5), banco para Thiago Santos.
    Não se trata daquele fenômeno que ferrou o Inter no meio dos anos 60 chamado "juvenilização', que foi massivo.
    Resumindo: Devem jogar os melhores.

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