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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (272) - Ano - 1985


Renato, o Cobrador de Pênaltis 


Grêmio versus Náutico tem vários encontros curiosos, alguns históricos, o maior deles pela forma épica, sem dúvida, a chamada Batalha dos Aflitos. Outro interessante pelo ineditismo ou quase isso, ocorreu em 1985 no Estádio Olímpico, quando Renato foi mais uma vez, protagonista, porém, em papéis de herói e de vilão numa mesma partida.

Em Janeiro de 1985, o Imortal fez estrear o lendário técnico Rubens Minelli, ídolo do Coirmão e um dos maiores comandantes na década de 70. Buscava retomar a hegemonia do futebol gaúcho (o Inter era tetra) e, quem sabe, beliscar outro título nacional ou continental. 

A primeira rodada do Brasileiro apresentou um confronto diante do Náutico Capibaribe e Minelli utilizou: Mazaropi; Ronaldo, Baidek, Luis Eduardo e Casemiro; China, Luís Fernando e Rached; Renato, Luís Fernando Gaúcho e Ademir. O volante Sérgio Peres entrou na etapa final no lugar do camisa 10 (Rached). Quatro jogadores vestiram a camisa gremista pela primeira vez: Ronaldo, Rached, Luis Fernando e Ademir,

Givanildo Oliveira (ex-craque do Santa Cruz, Corinthians e Seleção Brasileira) também dirigiu o Náutico pela primeira vez e mandou a campo: Pimenta; Heitor, Alfredo Santos, Edson Gaúcho e Paulo Roberto; Ademir Lobo, Manguinha e Baiano; Porto, depois Sinvaldo, Denô, lesionado (afundamento do malar) deu lugar a Rogério e Hélio Surubim.

Logo aos 11 minutos, o árbitro carioca Luis Carlos Félix viu "mão na bola" do zagueiro Alfredo Santos, após falha do lateral Heitor (ex-Seleção Olímpica ao lado de Dunga e Bebeto). Pênalti discutível que Renato Portaluppi bateu, fazendo 1 a 0, placar do primeiro tempo e mais tarde, o definitivo.

A etapa final se mostrou bastante movimentada, quando o Grêmio mostrou um surpreendente entrosamento, porém, à medida que o tempo passou, o preparo físico das duas equipes, aos poucos, cobrou o início de temporada e Minelli trocou um meia (Rached) por mais um volante de contenção, Sérgio Peres, quando a torcida esperava pela promessa da base, o catarinense Valdo.

Aos 35 minutos, Renato, o melhor em campo, realizou uma de suas arrancadas tradicionais, passou pelo seu marcador e ao entrar na área, Manguinha o derrubou. Cometeu uma falta capital inequívoca.

Novamente, os protagonistas do lance se enfrentaram: Renato bateu e Pimenta fez sensacional defesa, empatando o duelo particular com o camisa 7 do Tricolor, o que animou o time visitante, mas sem resultado prático no marcador. Ficou no 1 a 0.

O Grêmio não fez um grande Brasileirão, no entanto, conseguiu reconquistar o campeonato gaúcho, abrindo caminho para uma sequência de seis títulos consecutivos com técnicos diferentes (Minelli, Espinosa, Luiz Felipe, Otacílio Gonçalves, Cláudio Duarte e Evaristo de Macedo).

E Renato? bem, ele seguiu sua carreira vitoriosa, mas nunca se destacou como cobrador de penalidades máximas.

Fonte: Foto: Revista Placar

             Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro




2 comentários:

  1. Em relação a pênaltis, tivemos grandes craques gremistas perdendo em horas fulminantes: Arce, Dinho, Barcos, Luan, Everton Cebolinha.

    Mas em números de artilharia, achei na Gremiopédia:
    Alcindo, o Bugre, com 18 gols
    Valdo, com 18 gols
    Dinho, o Cangaceiro, com 17 gols
    Baltazar, com 16 gols
    Ronaldinho, com 16 gols
    Tarcísio, o Flecha Negra, com 15 gols
    Tcheco, com 15 gols
    Nenê, anos 20, com 13 gols
    Zinho, com 13 gols
    Elton Fensterseifer, com 12 gols
    Diego Souza, com 11 gols

    Mas pode haver mais...

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  2. Micheiev
    Desconfio que a melhor média seja a do Valdo; acho que perdeu apenas 1; casualmente no único jogo que vi o Grêmio perder ao vivo no Olímpico. Grêmio 0 x 1 Guarani de Campinas, 1987 ou quase isso.

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