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sábado, 2 de dezembro de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (299) - Ano - 1984


Lendas da Paixão chamadas Futebol


Fonte: Revista Placar


O Domingo, 03 de Dezembro, reserva o jogo de despedida em solo gaúcho, de Luizito Suárez, uruguaio que cumpriu um ano espetacular não apenas para o clube, mas para a sua carreira. Quase uma unanimidade. É um extra classe que entra para a história do futebol brasileiro, muito mais para a do Tricolor dos Pampas.

Será contra o Vasco da Gama do técnico Ramón Diaz, outro mestre da camisa 9, clube que vem numa situação periclitante, mesmo sendo SAF, que flerta com a zona de rebaixamento. Diaz, figura obrigatória na arte de botar a bola para as redes.

Para ilustrar o momento, busquei o ano de 1984, mais exatamente, 12 de Maio, onde várias figuras mitológicas do futebol se encontraram no Estádio Olímpico. Era partida de ida de uma das semifinais do Brasileirão, o Grêmio, campeão da Libertadores (e do Mundo) enfrentava o clube de São Januário, treinado por Edu Antunes (irmão de Zico), também, técnico da Seleção Brasileira naqueles tempos, tal qual Fernando Diniz nos dias de hoje. Edu que fora atleta de Froner no Flamengo.

Dentro de campo, Hugo De Léon, eterno capitão gremista, Renato, o herói da conquista do Mundial mais Tarciso, já sendo chamado de "veterano" nas transmissões esportivas. Simplesmente, o atleta que mais vestiu a camisa gremista em sua centenária história. Um torcedor dentro dos gramados, assim era o Flecha Negra.

Do lado Cruzmaltino, o camisa 10, maior jogador vascaíno de todos os tempos, máximo artilheiro  das edições do certame principal do país: Roberto Dinamite. Emérito batedor de faltas e penalidades máximas. Meteu 190 gols em 328 partidas pelo Brasileirão. Duas Copas do Mundo  no currículo. 

Mas, havia mais duas personalidades marcantes no futebol gaúcho envolvidos naquele dia: o treinador Carlos Froner, um estrategista, que naquele ano levaria o Grêmio à decisão da Libertadores, perdendo para o bom time do Independiente, impedindo o bi campeonato Azul. A outra, o narrador Armindo Antônio Ranzolin, que estreava na Rádio Gaúcha, naquela que seria a principal troca entre emissoras concorrentes. Foram anos na rival Rádio Guaíba, que ele ajudou a firmar um grande número de ouvintes fieis àquele dial.

Em sua primeira narração, justamente, esse Grêmio x Vasco, Ranzolin cometeu uma "defesa oportuna", quando quase levava "um frango": Ao evocar a identidade da rádio, acostumado à velha casa; bradou: "Aqui, Guaí... úcha!", consertando na hora, tal qual um arqueiro que se recuperasse de uma penosa entre as pernas. E seguiu a transmissão.

Numa partida em que o Grêmio foi muito superior, o placar ficou num escasso (que se revelaria insuficiente no jogo da volta) 1 a 0, gol de Tarciso, que aparou um cruzamento de Caio aos 33 minutos. Ele que ficaria de fora na partida do Rio, por ter levado o terceiro cartão amarelo, antes de marcar o tento único.

Esperava-se mais de 70 mil pessoas, porém, "apenas" 56.621 formaram o público,

Passados quase quatro décadas, o Imortal lança um novo mascote inspirado no seu avante, segundo maior artilheiro de sua história. Tarciso, um mineiro que veio e ficou no Rio Grande, assim como o outro mineiro, Mazzaropi, o sergipano Dinho e o uruguaio Ancheta.

A água do Lago Guaíba deve ter um encanto. Ou seria a paixão de ser gremista que produz essa magia?

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
            www.gremiopedia.com
             wikipedia.org

Fica o vídeo com a partida na íntegra, lembrando que o gol único ocorreu aos 33 minutos da etapa final.


 

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