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terça-feira, 13 de agosto de 2013

O diabo sabe...

Pois vou lhes confessar algo de que não me orgulho. Quando o Luxemburgo foi contratato eu tinha todos os “senões” possíveis com o nome e por isso deixei aflorar ao máximo um sentimento preconceituoso e estúpido – como são todos aqueles que se baseiam em regionalismos para definir alguém – e já tasquei no facebook: - Puta merda, esse carioca safado vai foder com o Grêmio.
Hoje, não me cumpre lamentar a saída do técnico, mas posso falar com extrema isenção sobre o mesmo, posto que minha primeira reação foi rechaçá-lo.
O antigo treineiro sempre viveu uma relação conturbada por onde passou, sua ingerência demasiada nas contratações, sua comissão técnica sempre vasta, seu alegado vício em jogo além de envolvimento em negociatas levaram-no de precursor na instituição de alguns fatores – hoje fundamentais no futebol – a persona non grata em diversas agremiações.
Enfim, a pessoa de Luxemburgo, sem dúvida, não era alguém que eu queria para amigo.
Mas o diabo é que entende de futebol e quando se fala de futebol brasileiro, como entende.
Se entende mais do que eu? É óbvio! E por isso ganha o que ganha e conquistou o que conquistou – não sou torcedor de teoria e não me frustro com isso – e por isso também só HOJE, tempos após sua saída consigo começar a entender o que ele já sabia ainda como timoneiro do time.
Luxemburgo não escolheu o esquema de jogo baseado no 4x4x2, com um quadrado no meio, por ser o “único que sabia treinar”, como quiseram dar a entender aqueles que ainda hoje não entendem o que se dava com o time, ele escolheu o esquema pois era o que menos se resentia da ausência de um armador.
Quer dizer que no esquema é dispensável tal figura? De forma alguma, mas em comparação a outros esquemas e por não ter tal jogador dentro do elenco é o que apresenta maior efetividade – que restou demonstrada.
Tanto restou demonstrada que a defesa – hoje tão vilipendiada – foi a melhor do brasileirão do ano passado, mesmo com peças fracas técnica e individualmente.
Tanto que Zé e Elano foram jogadores de destaque, quando hoje são escorraçados pelos “entendidos”.
Tanto que o time era organizado e os jogadores sabiam de sua função dentro de campo, coisa que hoje não se observa e pior, a solução mágica de ouvir os atletas, não “tolher” as características e fixar o Barcos dentro da área se provaram retumbante besteira.
A tal da proteção dada a zaga que impedia o meio de criar para o ataque fazer gols então? Saiu o técnico e o time ainda não faz gols, o meio não cria e a zaga - a sim, isso mudou! - agora leva mais gols (e não se iludam, tirar o Elano não vai resolver o problema como mágica).
Aos poucos, com o esquema fixado, jogadores cônscios de sua função e time definido os jovens eram lançados, possibilitando que desenvolvessem seu potencial, entrando sempre bem nas partidas e se tornando opção, permitindo, a partir daí, treinar as variações necessárias de esquema.
Isto é o ideal para quem pensa em planejamento, mas parece não ser para quem acredita em mágica.
O contrário, apontado por alguns como panaceia, foi o que vimos. Jovens sendo lançados como esperança de salvação da lavoura, resultado, os mesmos que os reclamavam hoje menosprezam. Lucas Coelho não presta, é perde gol. Biteco idem, ciscador. Maxi também, entrou e não apresentou nada.
Perceberam a diferença? Eles se tornaram opções quando o antigo técnico permitia que entrassem num time maduro. Hoje, jogados numa bagunça e completa desordenação naufragam com o time, mas existe ainda quem pense que a solução é a simplória troca de jogadores, pobres mentes.
Para encerrar, meu maior temor é o tempo que joga contra Renato. O treinador disse estar em busca de variações de esquema quando não temos nem um modo de jogar definido! Aí que mora o perigo, pois assim a “corneta especializada” vai conseguir que todos os jogadores sejam mandados embora e aí? E aí não sei para que se prestará nossa agremiação.Quanta sorte ter como presidente o Koff...

Um comentário:

  1. Acredito que outro técnico não teria feito melhor do que em 2012. Luxa na LA foi refém de seu ego insuflado e da fase anterior aos grupos. Isso fez com que a preparação não fosse a ideal. Algumas indicações de atletas não deram certo e aí virou prato cheio para os entendidos pedirem o Paulo Porto (sic).
    O Renato vai ter a chance de mostrar o seu trabalho (bom ou ruim), porque o Koff não é de mudar treinador por resultados, mas por outros motivos (Vide Cassiá em 93 e Luxa este ano. Ele acredita na continuidade do trabalho.
    A possibilidade da vinda de William (Coritiba), bom jogador, já demonstra que estão também mirando 2014.

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