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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (67) - Ano 1985/86


Sabella, o Maestro de La Plata vestiu a 10 do Imortal


Há 31 anos, nesta mesma época, julho de 83, o Tricolor alcançou uma de suas maiores glórias, a primeira Libertadores. Na caminhada, um dos jogos mais incríveis, aquele que ficou conhecido como "A Batalha de La Plata", merecedora da crônica de número 29 destas Pequenas Histórias.

O Estudiantes empatou com o Tricolor em 3 a 3, ficando com 7 jogadores apenas, quando perdia por 3 a 1. Nele, um camisa 10 autêntico, cerebral, guerreiro, hábil, foi o engenheiro responsável pela implosão gremista, que apesar dos estragos físicos e anímicos, não brecou a caminhada azul, rumo a conquista. 

Sabella (na foto, ao lado de China) impressionou muito. O Grêmio não esqueceu dele, tanto que dois anos passados, 1985, o Maestro estava contratado. Ficaria dois anos com breve retorno ao Estudiantes no ínicio de 1986.

Sua estreia ocorreu na sétima rodada da primeira fase do campeonato brasileiro, enfrentando uma pedreira: o Cruzeiro no Mineirão.

O Tricolor treinado por Rubens Minelli, jogou com Mazaropi; Ronaldo, Baidek, Luis Eduardo e Casemiro; China, Valdo e Sabella; Renato, Roberto César e Ademir, mais tarde Osvaldo.

O Cruzeiro comandado por João Francisco, mandou a campo: Ademir Maria; Carlos Alberto, Orlando Fumaça, Geraldão e Ademar; Douglas, Tostão (não aquele) e Eduardo; Carlinhos (Dedé de Dora), Carlos Alberto Seixas (Aluísio) e Joãozinho. Os gols foram marcados por Tostão aos 41 do primeiro tempo e o ex-cruzeirense Roberto César, igualou para o Imortal.

Foi uma estreia discreta, mesmo assim, a revista Placar em sua cobertura, elogiou bastante o argentino, utilizando frases que evidenciavam sua técnica e classe. Minelli,  prudente, mostrava-se esperançoso no crescimento dele, dizendo que faltara entrosamento para Alejandro.

Os destaques foram Roberto César e especialmente, Mazaropi, o melhor da partida, que garantiu o empate e permanência do único invicto do campeonato até aquela rodada.

Sabella, juntamente com outro argentino, Oscar Ortiz (campeão do mundo em 78 pela Argentina) foram os jogadores mais habilidosos que vi na minha vida. Dois canhotos espetaculares. Um 10, outro, 11.

Para Sabella faltou adaptação à preparação física, os métodos pesados e contestados de Gilberto Tim, ocasionaram uma série de lesões no portenho, mesmo assim, ele deixou boas lembranças e principalmente, botou faixa.  Sem ter sucesso no Grêmio, engrossa a galeria dos grandes meia-esquerdas do futebol sul-americano em todos os tempos.

Jogou 62 partidas, marcando escassos 5 gols pelo Tricolor.

Alejandro Sabella, retornaria ao Mineirão em 2009 pela Libertadores, agora como técnico do Estudiantes e sairia de lá, campeão. Depois disso, iniciou um trabalho consistente na seleção de seu país, que resultou no enfrentamento corajoso e competente com a Alemanha, ontem, desta vez no Maracanã.

Obs: Um agradecimento especial ao Alvirubro que me subsidiou com material da Placar

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