Miopia e Tolerância
Sei que as opiniões nem sempre são coincidentes entre os gremistas, portanto, não me preocuparei com eventuais críticas às próximas linhas.
Lei que com Luiz Felipe, o time vai recuperar a pegada perdida na última década, trará de volta o espírito guerreiro, etc...
Ora! o período do Renato em 2010 que teve performance de campeão com um time com Rafael Marques, Vilson, Lúcio, Diego Clementino, Paulão e outros era ruim, mas muito pegador, guerreiro. O mesmo ocorreu, sem a mesma visibilidade em 2013, justamente com o mesmo treinador.
O que Luiz Felipe precisa e deve, é tornar o time do Grêmio harmonioso, equilibrado, acrescido de qualidade, correr ordenado, saber o que quer nas partidas, ganhar confiança, sem isso, a "pegada" não vai levar a nada. Alguém acha que Grohe, Pará, Dudu, Edinho e Barcos, não se matam em campo?
Finalizando, o Grêmio tem o que precisa para iniciar um trabalho sério, consistente e consequente; isto é, um presidente experiente, carismático e vencedor, um treinador multicampeão, igualmente carismástico e ambicioso. O que eles precisam é de tolerância, compreensão e incentivo para encontrar os caminhos dos títulos, novamente.
Eu concordo parcialmente.
ResponderExcluirAcho sim que nesta longa seca, inclusive nos últimos anos, tivemos sim times com "garra e raça", vontade de vencer e por aí vai. No entanto isto não fica marcado como definitivo, pois de pouco adianta isto sem títulos... A torcida, com o tempo, acaba esquecendo certas características justamente porque time não trouxe taça.
Da mesma forma que muitas vezes um time sem tantas características como estas acaba ficando marcado positivamente pelas conquistas. É óbvio que um time sem raça, sem garra, sem vontade de vencer dificilmente será campeão. Sò que isto é aqui, em SP ou na Bósnia...
O fato é que precisamos sim resgatar alguns valores que se perderam, eventualmente, Mas só eles não bastam. É preciso dar qualidade, futebol ao time. Isto é que dá a base pra nascer um time vencedor. Apenas "vontade de ganhar" não faz um time vencedor, salvo raríssimas exceções.
Aliás, se formos pegar o nosso último time vitorioso, o Grêmio de 2001, veremos que o time tomou corpo após as quartas de final (sendo que quase botou tudo a perder no primeiro jogo da final aqui). Será que seríamos lembrados como time lutador sem o título? A mesma coisa em 95, será que se o Palmeiras fizesse mais um aquele time seria aplaudido até hoje? É óbvio que estou usando o SE, que no futebol muda tudo, hipoteticamente... Mas é só pra mostrar que um pequeno detalhe pode tornar um vencedor histórico em um "time sem cara de Grêmio". Por isto devemos cuidar na análise.
Guilherme!
ExcluirEsta postagem foi no sentido de que:
a) não falta pegada
b) sem qualidade, mas com pegada, eventualmente um time ganha alguma coisa, mas para ter uma "era" vitoriosa, há necessidade de se ter qualidade e uma confiança, que permita o time ir se renovando naturalmente com o aproveitamento de juniores e promessas garimpadas em clubes menores.
corrigindo o português: ... que permita ao time ir se ...
ExcluirE só complementando, acho que o que mais nos falta ultimamente é um líder dentro de campo, aquele que assuma a responsabilidade nos momentos de tensão, que se se sinta a vontade de cobrar companheiros, juízes e por ai vai. Às vezes falta indignação, mas isto tem que partir de 2 ou 3 líderes. É óbvio que o time como um todo não pode gostar de perder, de ser roubado, mas o papel de ser o centro disto tudo tem que ser de poucos, porque se não vira um time que não gosta de perder, mas vive perdendo a cabeça!
ResponderExcluirPenso que o Barcos faz esse papel, mas precisa mais alguém, poderia ser o Edinho, o problema é que ele sequer apresentou futebol para se manter titular.
ExcluirNo último jogo, na hora do pênalti, foi visível que o Barcos se segurou na reclamação pelo fato de estar com 2 cartões amarelos, se levasse o terceiro, seria uma grande burrice.
Pedindo licença já vou dar meu pitaco, primeiro, um alerta, estamos tratando de conceito de futebol, postanto, não existe certo ou errado existe somente isso, opinião. É como esquema tático, você pode ter o seu preferencial, mas não necessariamente ele será o melhor para todas as ocasiões.
ResponderExcluirEnfim, já até falei sobre isso anteriormente, o Grêmio leva clara desvantagem em aspectos como o financeiro, de evidência midiática e - principalmente - cativa um ódio irrascível nos grandes centros, o que, além de prejudicar o tricolor, beneficia os clubes do eixo Rio-SP. Constatado esse dado como fazer de um time em clara desvantagem um campeão? Daí entra uma combinação de fatores, intra e extra campo. Administrações eficientes - que reduzam ao mínimo a chance de erro em contratações, investimentos e propaganda - resolveram o problema extra campo. Mas dentro do campo ainda faltava algo para competir com a qualidade e - na minha visão - este algo a mais que torna o Grêmio diferenciado e que fez um amigo Manhanhense torcer pelo time sem nunca ter tido qualquer contato com o sul do país - além da beleza das três cores - é, por óbvio, a raça.
Mas aqui cabe a advertência, percebam, a raça surge como algo mais, um plus, um fator contributivo e JAMAIS substitutivo da qualidade.
A raça de Dinho não anula sua qualidade de passe, nem a de Goiano sua bola parada e, convenhamos, Portalupi e Paulo Nunes não eram um paradigma de guerreiro, mas tinham, acima de tudo, muita qualidade.
Pois bem, em certo ponto da história o torcedor gremista parece ter esquecido que nada substitui a qualidade e passou a valorizar mais o incidente ao principal, ou seja, passamos a crer piamente que tão só raça resolve, que se um time jogar com raça é o bastante e isso é uma tremenda falácia! Bobagem da gorda!
Alguém tem saudades do raçudo Sandro Goiano? E o "insoso" Lucas Leiva? Pois é...
Quando falamos do Grêmio remetemos a mais de uma década sem títulos, existe algum aparte para lembrar - "ah, mas na final da Libertadores o Adilson alemão quase rachou um jogador ao meio com um belo carrinho"?
Enfim, o que espero do Felipão é muito mais do que deixar o time com "sangue nos olhos", espero que ele organize os bons jogadores do elenco, que forme um time de qualidade para, aí sim e isso ele faz com maestria, torná-los um time de guerreiros, embuídos do espírito que imanta toda uma nação.
Caso as coisas se invertam continuaremos a ser motivos de chacota, "guerreiro e pelejador", mas derrotado e, vão me desculpar, perder com raça ainda é perder.
PJ!
ExcluirÉ por aí; não são fatores antagônicos, mas complementares. Quem viveu a fase do Inter de 75/76 jamais dirá que era apenas pegador, raçudo ou técnico. Nunca faltou raça para Falcão e Paulo Cesar (que depois virou Carpeggiani), Figueroa e Marinho Perez, raçudos e técnicos, sabiam a hora de engrossar, de "quase rachar o adversário com um carrinho". Ah! mas tinha o Caçapava, verdade, só que o Negão não errava passes.
E outra, pessoal tá confundindo raça com botinada, até nem discordo que faz parte, mas tem que saber fazer, jogador burro batendo só faz prejudicar o time.
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