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quinta-feira, 23 de março de 2017

Opinião


O que sobrou de ontem à noite


Após o empate chorado diante do Nóia, quando a inoperância gremista ficou escancarada, é hora de recolher os ensinamentos que o confronto permitiu acomodar em nossa mente.

Primeiro ensinamento: O Grêmio necessita de um armador como Douglas, Bolaños, Gata Fernandez ou Lincoln. Isso é fundamental no atual estágio do time. Não dá para escalar o meio com Michel, Jaílson, Ramiro e Luan; diria, caso típico de “incompatibilidade de gênios”. Todos parecem “quase” do lugar. Quase. Fernandez é a bola da vez.

Segundo ensinamento: Quando o jogador é qualificado como “de grande importância tática para a equipe”; desconfiem. Falcão no time de Minelli e Rivellino na Copa de 70 eram importantíssimos taticamente, mas ninguém ousava resumir suas performances a essa classificação. Trazendo para o Grêmio; Pedro Rocha está devendo. É muita oscilação, raros momentos sóbrios e consequentes, neste momento, o seu destino é o banco de reservas apesar de toda a “sua importância tática”, às vezes invisível para a maioria de nós, simples mortais.

Terceiro ensinamento: Se um atleta é rotulado como “um batalhador”, sigam desconfiando. Renato era um batalhador, nunca desistia do lance, nunca foi chamado de batalhador. Agora, Pará e Marcelo Oliveira recebem este adjetivo de uma forma usual, corriqueira.

Quarto ensinamento: Aqui, apelamos à sapiência do mestre Didi, bicampeão mundial 58/62, quando disse: “Treino é treino, jogo é jogo”. Leões de treinos não são confiáveis. Lembro de uma pré-temporada do Coirmão em Santa Catarina nos anos 90, quando um zagueiro, Gilmar Lima, simplesmente rebentou. Era o cara. Vieram os jogos oficiais e ...

Renato tem razão quando diz que o time vai estar pronto na hora certa, mas há medidas e atitudes que, se tomadas brevemente, poderão abreviar o período de inconstância dos seus pupilos.

Tudo com ele.

  

6 comentários:

  1. Ele tem que definir qual modelo ofensivo quer estabelecer, e manter, apesar dos desfalques. Material humano pra isso tem.

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  2. Bruxo, você resumiu no comentário do post anterior o que também acabo desconfiando (que Renato ainda está em fase de testes e promete para as próximas um time melhor), mas só desconfiando, porque é inadmissível um time como o Grêmio, com o plantel que tem, mesmo “testando”, estar na situação em que está (em terceiro no gauchão). Não há justificativas (nem os desfalques).
    Tenho procurado observar a tão criticada qualidade do Marcelo Oliveira. Mesmo fazendo um belo levantamento para o Léo Moura, mesmo sabendo-se que é um dos líderes do vestiário (o que não é pouco), mesmo observando-se que apoia razoavelmente bem (principalmente oferecendo-se como opção de passe), realmente, é o maior problema a ser resolvido neste time (defensivamente é por ele que passaram a maioria dos gols sofridos). Bruno Cortez e Iago, por pior que sejam, não são piores defensivamente que o M. Oliveira.
    Léo Moura “queimou a minha língua”. Está jogando bem e desconfio que pode melhorar. Aliás, talvez seja o mais profissional deles todos, hoje. Mesmo recebendo algo menor do que já recebeu, mesmo sendo criticado por muitos, mesmo na “fogueira” e em final de carreira, tem se saído bem. Não sinto saudades do Edilson.
    Todo o time tem começo, meio e fim. O Grêmio não tem MEIO.
    É ai que reside todo o problema.
    Luan, por mais versátil que seja, joga melhor se movimentando livremente no ataque. Tem feito bem o meio, mas não o suficiente para mudar o panorama da partida.
    Está na hora de Gastón Fernandez ou Lincoln terem a chance de uma partida completa para demonstrarem tudo que podem fazer, sabendo-se que Bolaños ou Douglas, inicialmente, farão mais.
    Ramiro é a grata surpresa desde 2016. Um cara que iniciou no meio, foi deslocado para a lateral direita, ainda no Juventude, veio para o Grêmio como lateral, “quebrando o galho” como volante, de vez em quando, finalmente achou sua vocação: polivalência. Caso continue assim, não estará no segundo semestre no time (e já foi muito criticado).
    E que venha com urgência o tal de Musto, que promete algo melhor para companheiro do Maicon. O resto é reserva e não passa disso.
    Alguém consegue entender a paixão da torcida por um inútil que nenhum time quer, nem de graça, como já foi oferecido, chamado Maxi Rodriguez?
    Vou me penitenciar: um dos maiores enganos que já cometi, pelas informações que tive na época, foi apostar num cara chamado Rondinelly. Já, por outro lado, critiquei demais a vinda de uns “figurinhas carimbadas” como Vanderlei Luxemburgo e Kleber.
    Por fim, um dos maiores acertos foi apostar num desconhecido que foi muito criticado na sua vinda, justamente por desconhecerem. Hoje é um dos pilares do time e desejado por muitos (Geromel está fazendo falta).
    Ah, para não perder a oportunidade. Acreditava que Espinosa pude-se conter a sanha de Renato. Me enganei.

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    1. Arih!
      - Concordo, mesmo em testes, o time tinha que apresentar qualidade, independente de vencer. Às vezes, vence e não convence
      - Leonardo Moura tem dois pontos fortes, a sua condição física natural e o seu profissionalismo, por isso, o futebol em alta
      - Tenho dúvidas se Bruno Cortez tem condições de substituir o Marcelo Oliveira. É incompreensível a sua contratação. Se é para ficar no banco, melhor seria aproveitar a base ou alguém em ascensão em clubes menores
      - Concordo: Lincoln e Fernandez no time
      - Ramiro está muito bem; hoje, sem Bolaños, Maicon,Walace, Giuliano, Douglas, ele é nosso melhor meio-campista
      - Ainda acredito que Espinosa pode acrescentar e controlar o Renato

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  3. E começa pela manutenção de um meia armador, Bolaños, na ausência dele Fernandez ou Lincoln; aliás, contra times do Gauchão, eu manteria os dois.

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  4. Sobre os leões de treino, lembro do Lipatin...
    Insisto, Marcelo Oliveira me permite pensar haja algo de muito estranho e questões extra-campo.
    Tenho muito receio dessa história de "na hora vai", sei lá Bruxo, um final é sempre construído através de um caminho traçado, em geral o fim tem diversos indicativos, no caso do Grêmio não consigo acreditar que, por milagre, o time "vire a chave" e comece a jogar. Como diria Muricy "trabalho meu filho".

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  5. PJ
    Não é o normal o "na hora vai", mas alguma melhora tem que ocorrer, especialmente se o meio de campo encaixar, por enquanto, acho que é o calcanhar de Aquiles do time.
    Marcelo Oliveira, sem comentários.

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