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terça-feira, 27 de junho de 2017

Opinião



Zona de Conforto

A primeira vez que ouvi esta expressão veio de uma entrevista triste de Fernandão, em tom de queixa, à época, guindado à condição de treinador do Inter: Zona de Conforto.

Hoje, eu lembrei dela. Ficou martelando, talvez seja uma grande bobagem minha, mas eu ando sestroso com o desempenho dos goleiros gremistas. Grohe, Léo, Grassi, Tiago; todos apresentam/apresentaram desempenhos insatisfatórios. O titular então, há dois anos com insucessos em momentos decisivos.

Não é segredo que os arqueiros e preparadores de goleiros; esses profissionais  são uma célula à parte no elenco das equipes. Trabalhos específicos, nível de exigência maior, mais tempo de treinamentos; tudo isso vira um mundo só deles. Por isso, criam um vínculo muito forte. Uma hora é o preparador de goleiros batizando o filho do arqueiro, noutra, as famílias se frequentando; quem sabe férias programadas juntas. 

É uma confraria que evolui para um "grupo familiar" até desvirtuar para "Famiglia". Uma pequena transgressão, que resulta num associação que se auto protege, virando um ciclo/círculo fechado.

Não pára aí, o produto final é a denominada "zona de conforto". A acomodação; surge a expressão "paizão" para designar o preparador de goleiros. Turva-se o senso de profissionalismo, que deveria ser o norte da relação, além, é óbvio, a razão de todos eles estarem no clube.

Para me deixar mais cabreiro, vejo o arqueiro gaúcho Douglas Friedrich, nascido aqui na vizinha Candelária, ex-goleiro reserva do Corinthians, brilhar intensamente na vitória do Avaí sobre o Botafogo ontem; foi emprestado para o Tricolor gaúcho e não fez um único jogo pelo clube. Saiu sem ser testado. Por que?

Repito, pode ser uma grande bobagem este texto, mas eu precisava compartilhá-lo com vocês.

9 comentários:

  1. E essa zona de conforto não tem Libertadores, Mundial, Sulamericana, etc ganhas recentemente como na época que criticou Fernandão. A zona de conforto gremista tem uma copinha do brasil perdida em 15 anos. É uma zona de conforto mais nojenta e incompreensível, ganharam tudo e estão fartos esses cara no Grêmio?
    Essa zona de conforto é uma situação esperada quando não há concorrência justa, quando há proteção e bruxismo, sem expectativas para reservas ganharem o lugar se forem melhores nos treinos e nos poucos jogos. Garotos com ambição na carreira dão no pé, quem tem personalidade vai embora. Para o preparador de goleiros seria mais complicado essa aproximação pessoal promíscua e acomodação se o protegido tivesse um concorrente nos calcanhares, tipo Fabio e Rafael no Cruzeiro, aí ele precisaria manter uma neutralidade para evitar tensões, manter uma impessoalidade. Mas no Grêmio o frangueiro titular não corre riscos, os reservas nem ambição tem mais, chamam o frangueiro de "Seu Grohe". E este tem vida mansa de funcionário carimbador de papeis entediado a espera do salário de cada mês, engordando. Para quê fazer mais se não precisa? Um absurdo numa instituição de competição esportiva de alto nivel.

    Para piorar, essa posição, de goleiro, é conservadora, dificil de mudar mesmo com um reserva jogando mais. Um cara da linha tem várias possibilidades, se um garoto lateral extraclasse aparece mas não toma a vaga do titular mandam ele para o meio, por exemplo, mas um goleiro reserva não tem outras posições. E mesmo quando entra, sai logo na volta do titular. Se não houvesse acomodação, se houvesse concorrência justa, os goleiros pediriam mais treinos, um acabaria exigindo mais do outro. Mas a vida do frangueiro é mansa, a crítica externa é filtrada, silenciada, amenizada e transformada em corneta de colorados fingindo serem gremistas pelo seu "staff", existe uma blindagem e a crítica é manipulada de tal forma a reforçar o status quo. É o mundo paralelo do clube onde, do mundo externo, só tietagem, bajulação, elogios e autógrafos entram. Então todos ficamos impotentes diante disso, é desanimador.

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  2. Rodrigo R
    Essa é uma situação comum até em empresas privadas com mercados competitivos, mas ela não prospera, a volta da eficiência é rápida.
    Sem uma sombra, o titular relaxa e o time sofre, a torcida nem se fala. Com o risco da perda da posição por um concorrente ambicioso e profissional na melhor acepção do termo, até o "paizão" corre riscos.
    Assim como está; "legal" para todos da confraria.Apenas para eles.

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  3. Troll (1)

    Realmente a Copa do Brasil é uma “copinha mixuruca” para os incompetentes que não a vencem. Mas até aqueles que já a venceram uma única vez exibem, com orgulho, em seus sites oficiais: CAMPEÃO da Copa do Brasil. Por que será? Por que será que até aqueles que nunca a venceram já a priorizaram em algum momento. Virou uma “Copa do Mundo” pra eles (http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2016/08/hudson-prioriza-mata-mata-no-sao-paulo-e-nossa-copa-do-mundo.html)?
    Veja o Real Madrid que exibe com orgulho em seu “Palmarés” 19 “Copa Del Rey”, ou o PSG, 11 “Coupe de France”. Basta olhar os maiores, os maiores do mundo.
    Como o Grêmio vai se deixar levar por “fans” ou “invejosos” que não a desejam se ele é, simplesmente, o MAIOR semifinalista, o MAIOR vice e o MAIOR CAMPEÃO (o Rei de Copas). O ÚNICO com 5 títulos, o ÚNICO a conquistá-la por 3 vezes de forma INVICTA (isto é pra poucos; não é pra qualquer um; só para um grupo seleto). Neste século, somente Grêmio, Palmeiras e Flamengo a venceram mais de uma vez.
    Por outro lado, a Copa do Brasil (que não é importante) tem vaga garantida na Libertadores da América (a principal competição do CONTINENTE americano, a mais importante dentre todas, a que dá mais visibilidade), além de pontuação para o ranking OFICIAL (e não os paralelos que são manipulados pela mídia bairrista, com interesses escusos). Aliás, neste ranking, “desculpa aí”, o Grêmio é, simplesmente, o PRIMEIRO, O MAIOR dentre todos os clubes brasileiros.
    Realidade: os grandes campeões não rejeitam títulos, nem de “palitinho no buteco da esquina”.
    O importante é ser CAMPEÃO!
    Bruxo, isto sim é “zona de conforto”.

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    1. Arih
      Como eu escrevi num comentário anterior, eu vou comemorar qualquer uma das conquistas, até da primeira liga. Será muito importante ganhar pela sexta vez, mas se me dessem a chance de escolher, certamente seria a LA.

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    2. Devo fazer uma correção. Neste século, além do Grêmio, Palmeiras e Flamengo, também o Corinthians venceu mais de uma vez a Copa (todos estes por duas vezes). No século passado somente Grêmio e Cruzeiro a venceram mais de uma vez (três cada).

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  4. Acredito que teremos mudanças, pode até não ser imediatamente - o Renato vai proteger seus jogadores - mas vai mudar...

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  5. Onde anda o treinador de goleiros que era do Grêmio e foi ser o treinador de goleiros da seleção brasileira?
    Concordo com o Paulo Juliano, deverá haver novidades.

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  6. Arih
    Ou então, esses mesmos terão uma sacudida e tanto. Não dá para ficar assim, se chegarmos que o Grohe é tudo isso (que eu não consigo ver), o problema é de preparação. Não pode haver "má fase" de mais de uma ano, ainda mais para um goleiro.

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