A Noite em que Luan não fez falta
Que vitória espetacular! Não pelo triunfo em si, a vitória simplesmente, mas porque o Tricolor jogou na Bahia como se estivesse em casa. Não correu riscos no primeiro tempo, que foi de luxo. Arthur, Maicon e Fernandinho realizaram uma etapa inicial perfeita; aliás, o jovem talento gremista foi perfeito toda a partida. Para mim, ele realizou a melhor jornada como profissional, errou apenas uns três passes no final, acho que foi cansaço. Arthur, o dono do jogo.
Quem poderia imaginar a grande performance gremista sem Luan, Pedro Geromel e Michel? O Tricolor seguiria favorito, mas com tanta autoridade? Desse trio, apenas Geromel deu saudade, porque o seu substituto, Rafael Thyere, ainda destoa no quesito técnica, ele sempre parece tentado a rebater todas as bolas, um verdadeiro rebatedor.
O meio com Ramiro, Arthur e Maicon se adonou do campo e a noite inspirada de Fernandinho + o bom desempenho de Pedro Rocha, compensaram a má jornada de Lucas Barrios.
Para quem ainda não sabe: Fernandinho, de falta, Arthur como centro-avante e Ramiro da entrada da área, marcaram os gols gremistas. 2 a 0, primeira fase, 3 a 1 no final. David marcou para os locatários.
As mexidas de Renato enfraqueceram o time, porém, eram inevitáveis as trocas: Maicon e Lucas Barrios, cansado e lesionado, respectivamente, Pedro Rocha, poupado. Entraram Jaílson, Éverton e Marcelo Oliveira.
Para constar, acho que os gols da segunda etapa eram bolas defensáveis. Ambos foram em cima dos arqueiros, menos mal, que o gol sofrido pelo Imortal, à partir do terceiro feito por Ramiro, não se consistiu em ameaça à vitória.
Há tempos que o Grêmio não encarava os compromissos fora de casa com tanta naturalidade.
Mérito de Renato.
Não vi jogo (de novo, parece que tá dando sorte).
ResponderExcluirMas o fatos que levaram à vitória são, sem sombra de dúvida, méritos de Renato. Recuperou Fernandinho e Ramiro, lançou Artur, consegue um padrão de jogo que não se desfaz nem com a saída do melhor jogador do time - Luan.
Claro que a qualidade do elenco ajuda. Artur obrigaria qualquer treinador a mantê-lo, e que bom que Renato o fez, a exemplo de Felipão com Walace, pois muitos não fazem.
Glaucio
ExcluirFoi ver também a grande partida do Maicon, acertou tudo. Mesmo assim, Renato não pode mexer no meio de campo; por enquanto, Michel, Ramiro, Arthur e Luan; Barrios e Pedro Rocha.
Pena que pra entrar o guri teve de esperar uma lesão do Maicon e ainda é preterido em relação a Ramiro quando das substituição. Mas nem tudo pode ser perfeito né?
ExcluirPJ
ExcluirMas a subida de Arthur foi fulgurante; subiu como um foguete, mas do que Luan, Pedro Rocha, Walace e até Anderson e Lucas Leiva.
Pergunta para TODOS amigos do Blog: imaginem o que a IMPRENSA RS estaria fazendo/babando ovo do FALCÃO, ARGEL, DUNGA, se eles fizessem o que o RENATO (2010, 2013 e claro 2016/17) está fazendo?
ResponderExcluirDaison
ResponderExcluirRealmente, o trabalho de Renato não encontra similar na recente história do Coirmão.
Aprofundando um pouco: Um exercício de imaginação, Estádio Itaquerão, Corinthians versus Internacional, 47 minutos da etapa final, 0 a 0, bola lançada para o Jô que ameaça ir na bola, hesita, o bandeirinha aponta impedimento, a defesa pára, Jô faz o gol.
Tenho certeza que parte da nossa imprensa esportiva estaria começando uma segunda revolução farroupilha.
Com essa notícia da morte de Sant'Ana eu largo de vez o radio e os jornais, e me entrego à internet. "Paulo Sant'Ana" sempre me traz à mente um rádio a pilhas ou uma zero hora, especialmente aquelas com logo antigo, "zero" sobre "hora" num fundo quadrado escuro, que sujava os dedos em poucas folheadas. Nunca li nada de biografia do Sant'Ana, o conheço do que ouvia nos programas, do que ele escrevia nas colunas sobre sua infância, sobre eventos curiosos (Papai Noel Azul em 1961, etc), assim, pouco a pouco. Como muitos, o conheço mais pelo Sala de Redação. Sant'Ana sabia flautear sem brigar, e ainda que fizesse isso, não deixava de ser uma máquina de pérolas frenética e esbaforida. Invariavelmente as discussões envolvendo rivalidade com colorados ou sobre conceitos geral de futebol ("retrancafóbico" que era num estado que sempre defendeu retrancas e marcações fortes mais que o gol) com Ostermann, Lauro ou Cabral, ainda que sanguíneas, geravam gargalhadas no público do "falecido" Sala de Redação, não ódio, rancores e demissões como nos últimos anos.
ResponderExcluirDepois, com o processo de emburrecimento do programa a partir da saída de Cláudio Cabral, com entradas de peixes fora d'água como Marsiglias e Cacalos, um Kenny se tornando mais e mais raivoso e intolerante, o próprio Sant'Ana ficando mais "light", perdendo a energia para o cigarro (deixando de ser aquele Sant'Ana "louco" dos anos 80 para trás, sempre com um cigarro entre os dedos, gestos exaltados, que André Damasceno imita bem, cigarro com o qual teve uma relação tragicômica que também rendeu textos hilários e geniais), além da entrada de figuras insípidas inodoras e incolores como Coimbra, WC e outros, o que se passou a ter é mal estar nas discussões, panos quentes assustados, e pedidos de intervalos para separar os caras. Mas nem sei como está o Sala agora, faz mais de 15 anos que não acompanho o programa regularmente, e uns 5 anos que não ouço mais nenhum, nem sei qual é a atual equipe, mas sei que o programa faliu intelectualmente e duvido que se recupere sob a exigência de quem o ouviu nos bons tempos.
Rodrigo
ExcluirUma única palavra: Único.
Santana era diferenciado; era feito de superlativos. Para o bem, para o mal.
Sant'Ana matou no peito com bom humor até a década de 70 vermelha, com incrível capacidade de respostas, poucos colorados (e gremistas) conseguiram "brigar" de igual para igual no debate, na flauta, na defesa de teses. Porque, como toda pessoa culta, antenada com a realidade, não se quebrava na raiva, mas respondia e trocava flautas não só na boa, mas na ruim. Normal para um cara passou a vida dialogando com compositores, músicos, poetas, ricos e pobres; boêmio que conhecia a nata e a lama, observador e poético em descrever o que via desses mundos, o que o tornou um "gênio idiota", como se considerava, com uma imensa coleção de colunas impagáveis (e imortais) sobre futebol e a vida, com seu talento ímpar de escrita, quase artístico.
ResponderExcluirInfelizmente no youtube só colocam polêmicas sujas, sangrentas, do Sala, como no caso que gerou a saída de Kenny - culpa de Cacalo, não de Sant'Ana que tentou apartar e (Cacalo: um irracional gritão que parece que saiu da Geral, vestiu terno e gravata e recebeu um microfone valioso, onde tantos talentos debateram e "brigaram" sem perder a esportiva, esse cara, que quebrara o Grêmio antes, foi a maior facada no programa.) Os mais jovens não tem no youtube o velho Sala, o antigo Sant'Ana debatendo, um Sala de Redação típico de uma segunda-feira pós futebol lá dos anos 70/80/90 (sim anos 70 inclusive!) não conhecem como era o rádio antes, sem internet, com jornalistas e radialistas de muito melhor nivel, repórteres corajosos que sabiam fazer perguntas, comentaristas elegantes e com conteúdo não tirado da manga, narradores de verdade (e não animadores de torcida gritões). Paulo Sant'Ana era daquele mundo rico anterior à internet - e empobrecido, também, pela própria internet. Os mais jovens não conhecem o valor daqueles caras e de Sant'Ana. Mas os textos dele tem à disposição, em algumas coletâneas ao menos. A qualidade do rádio foi para o espaço, os grandes nomes foram morrendo ou se aposentando e sendo substituídos por moleques engraçadinhos e burros padrão FM's sem qualquer personalidade.
Paulo Sant'Ana é inesquecível, e o bom radio e o bom jornal, ambos em extinção rápida, sofrem um golpe mais duro do que o velho Sant'Ana em seu falecimento: porque este viveu plenamente, soube viver, e morre com a admiração tanto de gremistas quanto de colorados que sabem colocar as discórdias em conceitos de futebol e os golpes de flautas no seu devido e pequeno lugar, e que sabem que essas rusgas valem muito pouco em comparação com o debate/embate entre pequenas e grandes ideias, onde a simples discórdia lúcida já fortalece a mente, mesmo na derrota de caras teses pessoais, algo extraordinariamente sensível a orgulhos fracos.
Ontem assisti Avai x Corinthians. O time paulista é bem organizado, mas tem grande dificuldade em propor o jogo, porém é mortal nos contra ataques.
ResponderExcluirO mérito da equipe catarinense foi dar o campo pros paulistas e especular nos contra ataques. O corinthians ficou no toque-toque improdutivo.
Em relação ao goleiro do Avai, um grande goleiro, dono da área. Detalhe, não se assusta.
Marcelo Flavio
ResponderExcluirSó pude olhar teus comentários agora, mas já tinha em mente uma postagem que vai ao encontro da tua última frase.
Abraços
Os gols da segunda etapa.....ou tu nunca jogou bola ou o Marcelo grohe te fez algum mal ou é doença mesmo
ResponderExcluirHeraldo
ResponderExcluira) Nunca jogou bola
b) Grohe me fez algum mal
c) É doença mesmo
d) Nenhuma das respostas anteriores
Fico com a letra D. Quero apenas ganhar títulos, não morrer na beira da praia.