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domingo, 2 de julho de 2017

Opinião



A Encruzilhada de Lincoln

Olhando a partida de ontem, elegi o meio de campo gremista como o principal entrave para o time não fazer um melhor enfrentamento contra o mistão palmeirense. Muito inexperiente, o Tricolor confiou em Jailson, Machado, Lima, Kaio e Lincoln e esperou o protagonismo de Bolaños que não ocorreu. O equatoriano tem o atenuante de voltar de uma lesão no púbis, portanto, a meia-boca.

De todos os guris que jogaram no Pacaembu, o que se tem maior expectativa é Lincoln, pois foi lançado (precocemente) por Luiz Felipe aos 16 anos, já com o carimbo de futuro craque e isso, mas não só isso, tem lhe atrasado a carreira. Agora está com 19 incompletos e parece que estacionou. Nem mesmo os lampejos de craque aparecem.

Lincoln está chegando numa encruzilhada, aí, eu desconfio que ele poderia seguir os exemplos de Alcindo, o Bugre, que no seu primeiro ano de profissional foi emprestado para o SC Rio Grande, Everaldo, o tricampeão do Mundo, que vestiu as cores do Juventude de Caxias antes da fama, mais recentemente, Paulo Cesar Tinga, Botafogo e Japão.

Esse empréstimo seria sem cláusula de compra, seria apenas para viver novos ares, amadurecer, chegar ao novo clube como mais uma contratação, sem o peso da imagem ganha na base gremista.

Pode ser que Lincoln não estoure no Imortal, mas o clube deve fazer mais uma tentativa, mantendo o seu vínculo, mas dando uma espécie de estágio na carreira.  

18 comentários:

  1. Concordo com você Bruxo. O nível de exigência num clube como o Grêmio é muito grande, ainda mais quando o time está jogando como está. Um menino desses até assusta em entrar em campo e cumprir bem como o restante da equipe. Certamente há todo um trabalho em torno da situação, mas um empréstimo como você falou pode cair muito bem. Ah, e o nível de exigência da torcida é infinitamente maior do que do próprio clube. Recentemente Luan era vaiado. Pedro Rocha recebe críticas por não ter uma melhor finalização (mesmo sendo um dos que mais fez gols e cumprindo uma função tática que raros jogadores no Brasil fazem bem como ele). Mas, assim como alguns gostam de dizer que no tricolor se recupera jogadores (eu não concordo muito com isso), também queimamos fácil, fácil muitos caras que estão jogando muito bem pelo Brasil e pelo mundo.

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  2. Arih
    Com raras (e aqui esta expressão cai bem em todos os sentidos)exceções: Pelé, Neymar, jovens jogadores acabam se prejudicando muito com o lançamento precoce; muitas lesões ou despreparo psicológico para a fama: Jorge Leandro, Reinaldo (Atlético Mineiro), Tia Joana.

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  3. Com menos fama e a mesma idade Arthur, PR, Luan e Walasse mostraram mais, muito mais...
    Sendo bem sincero Bruxo, até hoje Lincoln mostrou muito pouco pra tanta expectativa.

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    1. PJ
      Para não correr riscos, o melhor é emprestar com prazo definido.Algo que ocorreu com o Tontini (Ceará) e antes Lucas Coelho (Avaí) e Mamute (Leste europeu).

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    2. Nenhum dos citados foi lançado com menos de 18 anos, confere?

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  4. Precisa sair, desde que possa voltar se jogar algo, o Grêmio deve manter vínculo claro e forte, para que não corra o risco de Lincoln ser um novo Lucas Lima. Mas, diferente deste, que vá para times sem ambição nem de copinha do brasil: ambição e Lincoln são duas palavras que não combinam. Nos grandes (os ganhadores de Brasileirões) e nem mesmo nos médios (os que arregam do Brasileirão e brigam por copinhas) não tem lugar. Lincoln não tem nem a personalidade do Tinga quando apareceu no time naquele Grêmio horroroso do Cacalo (que pegou o clube com time e grana e o largou sem time e sem grana, é mole?) O próprio Santos do Lucas Lima se desinteressou (parecia que estava interessado no início do ano.) No Grêmio Lincoln não crescerá e está correndo alto risco de desaparecer completamente até porque não há quem vá ensinar esse competidor de embaixadinhas a ser jogador de futebol. O treineiro ensinaria algo? Não, ele só fanfarreia que vai ensinar com um DVD esse ou aquele que chega ao clube a fazer isso e aquilo, mas não cuidou da própria carreira sendo muito menos do que poderia ter sido. Espinosa, o murtosa dele, fica só no come e dorme, CC do treineiro, e como "professor" foi bem fraco: teve pouquíssimos trabalhos decentes, um itinerante. Não existem mais caras como Enio Andrade e Telê Santana, os técnicos de verdade (e o Grêmio teve tantos destes!) vão desaparecendo tanto mais rápido quanto se ouve jogadores falando "professor".

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    1. Rodrigo
      Tem que ser um time com o tamanho da Série B com todos os seus problemas de infra-estrutura para valorizar o clube de origem.

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    2. Concordo contigo, Bruxo.

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  5. O Grêmio chegou na Argentina e numa entrevista leio Espinosa-Murtosa, cheio de medo, se vacinando e igualando em dificuldade todos os argentinos, para tornar menor o fiasco caso o Grêmio fracasse. Se o Grêmio enfrentar o River Plate mais adiante ele vai continuar igualando e dirá que o River é tão difícil quanto esse nanico godoycruz?

    O Grêmio tem time para passar por cima de clubes pequenos e grandes da Argentina. Mas quem arrega do Brasileirão tem no sangue o virus da viralatice, no que se explica o fiasco de não ter feito 100% na primeira fase naquele grupo ridículo. Esse "murtosa", CC do treineiro messiânico não faz nada e aparece de repente para essa declaração à la "faria acordo de empate"... Que não faça nada além de comer e dormir e carregar cones em silêncio! (Esperar o quê de quem entregou um jogo todo cagado para o Estudiantes com este tendo 7 em campo no único ano em que teve destaque como "treinador"?)

    Mas a torcida está lobotomizada na maior parte (já vi esse filme em outros anos perdedores), e quem não diz amém ao treineiro e aos seu CC é tachado de colorado imediatamente. Só falta esses gremistas evangélicos renatistas (boa parte comedores de danoninho que na vida toda presenciaram o Grêmio ganhar uma copinha do brasil só ou que se acomodaram como consequência da própria acomodação na vida, resumida já a novelas e pantufas) ficarem satisfeitos com empate contra esse nanico argentino, esse Avaí argentino - ainda mais com o preço no Brasileirão que está pagando!

    Ou se assume postura de vencedor ou o Brasileirão vai valer de novo como "taça da vaga", não duvido - aí a Arena lota todo jogo, todo mundo com tabelas de classificação em punhos a fazer contas!

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    1. O Godoy Cruz deve ser visto de acordo com o seu tamanho. A minha postagem seguinte vai por este caminho.

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  6. Pois é Bruxo, os torcedores defendendo suas opiniões muitas vezes não param para fazer uma análise mais fria. Me incluo nesta. Em função disso, “queimam” muitos jogadores feitos de “carne e osso”, sujeitos a variações. Não culpo, num primeiro momento, ambos: jogadores e torcida. Também já cometi erros de avaliação. Apenas procuro olhar com outra visão mesmo que o “aparente” ou os “sentimentos” me levem para outro lado. Somos imediatistas.
    Já vimos Jonas ser criticado. Hoje é ídolo no Benfica (faz parte da seleção deste século, nesta “equipa”). Jardel, o cara que só sabia fazer gols de cabeça (perna de pau). Foi criticado por todos, inclusive por mim. Consagrou-se na Europa. Bola de Ouro, Chuteira de Ouro, Maior Artilheiro do Mundo, etc... . Douglas Costa, criticado no Grêmio, com torcedores achando que ele deveria “levar o time nas costas”. Garoto ainda. Exigências exageradas. Sucesso no Shakhtar, no Bayern, mesmo sendo sondado para transferência (devido a uma temporada irregular em função de uma lesão) para a Juventos, PSG e outros grandes da Europa. Quer melhor exemplo do que o “cabeça de bagre” William José? O Barcelona está de olho nele, além de outros.
    O que desejo mostrar?
    O caso Lincoln é para ser melhor analisado. Certamente o clube possui dados que dão esperanças de que o garoto pode mais do que tem apresentado. Por isso continua no clube. Fosse o contrário, já teriam liberado.
    Adicionalmente e na mesma hora me vem na memória a recente discussão sobre Marcelo Grohe. O Alvirubro já apresentou alguns dados concretos sobre ele. Alguns poderiam dizer que é benevolência com o arqueiro tricolor, mas reparem as estatísticas. Mas, não vamos nos estender mais. Marcelo Grohe é referência. Veja o terceiro parágrafo da matéria: https://futebolemnumeros.blogosfera.uol.com.br/2017/07/03/cassio-recorde-de-jogos-sem-sofrer-gols/
    Como Arthur despontou de forma brilhante, Lincoln fica na obrigação de ser um astro mesmo que “seu tempo” seja diferente.
    Com o time jogando de forma “encantadora”, desejamos que Grohe seja “espetacular” em toda a partida.
    Exemplos de que as coisas não são como a torcida deseja que seja.
    Há um tempo para tudo.

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    1. Perfeito, Arih
      Alguns podem ter dúvidas quanto a minha torcida por qualquer jogador do Grêmio; lembro que, mesmo sendo totalmente contrário aos conceitos de Roth, eu não deixei de torcer pelo sucesso dele e do Grêmio em suas passagens. Tinha certeza que não daria certo, como não deu, mas ainda assim, torci.
      Lincoln segue sendo uma grande interrogação.

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    2. Bruxo, não entenda que esteja falando pra ti ou de ti. O que falo tem uma única finalidade: mostrar um outro ângulo de visão. Cada um torce da maneira que deseja, cada um entenda e opine da maneira que deseja. Creio que o "sensato" seja o nosso único parâmetro, ainda mais pelas nossas "rodagens".

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    3. Com certeza, Arih.
      Em nenhum momento achei que era para mim ou de mim. Fica tranquilo, amigo.
      Sempre trabalho com a contradição, o contra ponto.

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  7. Falando em “queimar” atletas:
    Vejam que o futebol é muito mais do que as nossas “vãs” ( e fãs) compreensões fazem crer.
    Rogério Ceni acaba de cair no São Paulo. Como ele, vários exemplos nos demonstram que não há soluções mágicas como o torcedor deseja (e os clubes, politicamente se aproveitam). Júnior, Zico e Adílio entre os maiores ídolos do Flamengo, não se saíram bem fora das quatro linhas, em seus clubes. Clemer, Fernandão, Dunga, Falcão no Inter; Mário Sérgio, na dupla grenal, nunca foi um técnico inquestionável; Deivid no Cruzeiro; Zago no Palmeiras; Romário e Tita no Vasco; Adilson e De Leon no Grêmio; Toninho Cerezo no Atlético Mineiro; etc... .
    Muitos criticam Renato Gaúcho (entre os muitos eu fui contrário a sua vinda). Mas comparem os desempenhos de todos eles e até de outros em outros clubes e veremos que Renato está entre os mais ou, talvez, o mais bem sucedido ídolo a assumir um clube (seja no Grêmio, como no Fluminense). Creio que não há comparações equivalentes no futebol brasileiro (a não ser Foguinho).
    Queimaram o coitado do Ceni. Foi um baita goleiro.

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  8. Arih
    Tenho a seguinte convicção: Os ídolos que viram treinadores não deveriam começar pelos seus clubes. A pressão é menor, imagina o Ceni num clube menor, numa cidade menor, a boa vontade com ele seria maior.

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  9. Ser um técnico de ponta é infinitamente mais difícil do que ser um atleta de ponta. É preciso saber administrar, planejar, motivar, além de entender de futebol. Para muitos, a carreira de treinador é uma extensão natural para quem quer continuar sob holofotes e ganhando bem. Mas não é tão simples, é preciso ter vocação e são raros os que tem. Muitos assumem por vaidade, e esta não é a motivação certa.

    Dos citados acima, a grande maioria é mediano como gestor. Zico e Dunga são bons treinadores e tiveram seus momentos. Adilson também mostrou qualidades, mas algo aconteceu depois da perda do título do Cruzeiro em 2009 pro Estudiantes, quando sua carreira literalmente desceu ladeira abaixo.


    Além disso, a vida de um atleta não permite dedicação a outra atividade que não seja treinar e jogar. Os ex-jogadores bem sucedidos como treinador reservaram meses, e até anos, se preparando para a transição.

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  10. Vinnie
    No caso do Renato, algo positivo está ocorrendo, especialmente depois da paulada no regional. Ele vinha apresentando bons trabalhos, mas sem continuidade, agora, faltam os títulos.

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