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sábado, 12 de janeiro de 2019

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (207) - Ano - 2005


O Goleiro que salvou o Clube

Fonte:https://esporte.uol.com.br

Um começo auspicioso de Século XXI, Terceiro Milênio, um título nacional (o quarto da Copa do Brasil), revelando ao futebol brasileiro, um comandante técnico promissor e a produção do melhor 3-5-2 já visto no país. Esse era o Grêmio em 2001.

Logo veio o ano do centenário do clube, 2003 e o destino ou a incompetência reservou o pior desempenho de sua história. O Tricolor reverteu até um adágio mais do que popular; a nova versão virou "depois da bonança, veio a tempestade". E que tempestade!!! Como numa peça teatral de qualidade, não se desenvolveu em apenas um ato. Foram dois: O Drama e O Drama, o retorno. Um refinamento cruel dos acontecimentos.

Na primeira parte, 2003, o grande Capitão América, Adilson Batista, num gesto corajoso, tão característico de sua biografia, sacou o vitorioso e longevo arqueiro, mas já sendo um espectro de seus melhores dias e promoveu a efetividade de um júnior, Eduardo Martini; apostou num jovem meio-campista que luziu meteoricamente pelo clube, Bruno Neves e contou com a precisão de um especialista em fazer gols, Christian; assim, o clube se safou com as calças na mão de um segundo rebaixamento.

Ano seguinte, os desacertos dentro e fora dos gramados ganharam ares de "pós-graduação" e o desfecho traduziu fielmente o título de uma obra conhecida de Gabriel Garcia Marquez: Crônica de uma Morte Anunciada. O Tricolor desceu ao Inferno sem apelação, foi o último dos últimos naquele Brasileirão.

O desafiador ano que se avizinhava, 2005, apresentou no elenco do Tricolor, um jovem arqueiro que era o último da fila em sua posição, Rodrigo Galatto, cujo meu primeiro contato com seu nome, sua figura, foi de dupla tristeza; uma sonora goleada de 4 a 1 na festa do centenário do Botafogo (2004), onde os clubes utilizaram seus primeiros uniformes e a segunda, o convidado de honra, escolhido a dedo, levou somente reservas para o Rio de Janeiro. Achei inadmissível e deselegante o gesto gremista.

À medida que o Grêmio subia na tabela, Galatto mudava de hierarquia também nas preferências de Mano Menezes, um outro treinador gaúcho com ambições evidentes e qualidades bem acentuadas, tudo isso condimentado por um temperamento forte e decidido. Galatto virou o número 1.

A Batalha dos Aflitos já foi exaustivamente explorada, estudada, consagrada, porém, eu me atrevo a dizer que falta ampliar o texto de um "verbete" nesta página única da história do futebol mundial: O papel decisivo de Rodrigo Galatto.

Naquele 26 de Novembro, se o chute de Ademar encontrasse o caminho das redes gremistas, o Tricolor comprometeria o seu futuro recente, não haveria o gol de Anderson, nem devedês, nem livros, sequer, heróis; talvez, Anderson e Lucas Leiva não seriam vendidos para a Europa tão cedo, a carreira de Mano com uma cicatriz profunda veria o sucesso postergado, as aves de rapina veriam suas ambições políticas atrasadas momentaneamente e sumiriam do Grêmio por um bom tempo.

Galatto tal qual um cabo atento e responsável, que ao alertar sua companhia do ataque noturno, evitara o pior ou a enfermeira anônima, ciente de sua missão,que readequou o aparelho vital para a sobrevivência do paciente no leito de hospital numa madrugada solitária; ao defender a penalidade máxima fez renascer o clube como um todo; "...veio nos restituir a glória, mudando como um Deus, o curso da História" antecipado nos versos de Gilberto Gil.

Tenho certeza que Rodrigo Galatto, sem ser um goleiro excepcional,  deveria ocupar lugar especial na galeria de ídolos da Nação Gremista. 

Está faltando esse detalhe nesta página fundamental da vida do Tricolor.

Fonte: https://www.wikipedia.org




4 comentários:

  1. Este relato é uma crônica verdadeiramente real da história do Imortal. Parabéns pelo texto Bruxo.

    Micheiev.

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    1. Obrigado, Micheiev!
      Ainda está em tempo de valorizarmos mais o Galatto.

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  2. Galatto está na grande leva de goleiros bons pouco lembrados no Imortal. Dos meus tempos Marcio Aguiar (a zaga não ajudava), Saja (lembrado apenas pelo gol que marcou), Cavichioli (mais valorizado em outros clubes), Eduardo Martini (ídolo no Avaí). Ficaram a sobra dos mais renomados.

    Micheiev.

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  3. UM pouco antes, Murilo e Émerson Ferreti, grandes goleiros.

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