Pequenas Histórias (285) - Ano - 1952 - 1958
O Ídolo que revelava Ídolos
Fonte: https://tardesdepacaembu.wordpress.com |
Em Março de 2007, o ex-craque Delém faleceu aos 71 anos em Buenos Aires. Um enfarte fulminante deu fim a vida vitoriosa deste malabarista da bola; ídolo do River Plate, Vasco da Gama e do Grêmio Porto-Alegrense; também teve uma breve passagem pela Seleção Brasileira; sete jogos em que totalizou cinco gols, média excelente.
Foi no clube buenairense que se tornou mítico dentro das 4 linhas e depois, quando passou a treinar as categorias de base em vários momentos, revelando Merlo, JJ Lopez, Norberto Alonso, mais tarde, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Hernan Crespo, Almeyda, Saviola, Pablo Aymar e Solari. Numa terceiro passagem, Andrés D'Alessandro, Gata Fernandez, Cavenaghi, Maxi López, Demichelis, Mascherano e Gonzalo Higuaín. Porém, o menino mais famoso que passou pela sua batuta, quando da passagem pelo Argentinos Juniors, se chamava Diego Armando Maradona. Um feito e tanto!
Antes de virar uma lenda no River, Delém atuou ao lado de um ídolo do Internacional e Vasco da Gama, igualmente, uma referência na história gremista: Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.
Delém era paulistano, mas chegou com poucos meses ao Rio Grande. Tornou-se jogador da base gremista e muito jovem virou profissional num plantel que continha Sérgio Moacir, Ênio Rodrigues, Airton Pavilhão, Milton Kuelle e o próprio Tesourinha, entre outros. Botou faixas e deu algumas voltas olímpicas pelo Imortal.
Em Janeiro de 1955, antes dos 20 anos, Delém e o veterano Tesourinha, 33 anos, encararam o Flamengo de Caxias do Sul no estádio da Baixada Rubra, atual Centenário, numa tarde chuvosa que atrapalhou o espetáculo e reduziu o público assistente.
O Tricolor marcou duas vezes na etapa final; primeiro com Tesourinha em jogada do ponta esquerda Alvim, quando acertou um chute de virada que surpreendeu o goleiro Cestari. 1 a 0. O cronômetro marcava 8 minutos.
Aos 15, o uruguaio Zunino avançou pelo meio, passou para Delém que da entrada da área desferiu um petardo inapelável. 2 a 0. Placar final.
Dessa forma, o Tricolor seguiu no encalço do Renner pelo campeonato metropolitano de 1954. Algo que se revelou infrutífero. O time do estádio Tiradentes se habilitou a disputar a final do certame gaúcho, venceu e se tornou o último clube campeão oriundo da capital, além da Dupla Grenal em mais de 70 anos.
Delém iniciou a sua exitosa carreira nos infantis do Grêmio, passando por toda a base gremista.
Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
Arquivo Histórico de Santa Maria
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https://gremiopedia.com/
https://www.ocuriosodofutebol.com.br/
Não sabia que Delém passou pela base tricolor e nem que era gaúcho, embora de nascimento paulistano.
ResponderExcluirA base de um clube é fundamental.
É na base que um clube consegue lapidar atletas que possam vir a ser úteis, seja jogando no time principal, com ganhos técnicos, seja econômicos de forma que possam resgatar parte dos muitos anos de investimentos no atleta.
Por outro lado, costumo olhar o resgate social que o futebol trás a tantos personagens e suas famílias. Algo inimaginável em condições normais.
Vimos muitos em todas as condições.
Emerson, volante/meia de sucesso mundial e seleção brasileira, sai de sua cidade do interior e deixa no Grêmio ganhos esportivos e econômicos. Sua vida muda da água para o vinho.
Ronaldinho Gaúcho, talvez a maior revelação da base em todos os tempos, dependendo da análise. Deixa um grande legado de marketing mundial, miúdos ganhos técnico/esportivos para o clube, nenhum ganho econômico e um extraordinário ganho social. O que seria da família Assis Moreira antes de Ronaldinho. Assis? O irmão foi um ótimo jogador que também trilhou a base gremista, chegou a ser destaque. Trouxe um ótimo ganho para si e sua família, mas, não se compara ao “dentuço”. Ambos amparados pelo Clube que, inclusive, amparou o pai deles. Qual o reconhecimento deles para com o clube?
Deixei Renato Portaluppi propositalmente de fora. Também deixei o caráter de um Lucas Leiva de fora. Afinal, o espaço não é para tantas virtudes e há outros que desejam dar seus exemplos. Poderia citar dezenas, talvez na lista apareçam centenas.
Arih
Grande texto, Arih. Quão transformador pode ser o futebol. Bruxo.
ResponderExcluirDelém, jogos e gols pela Seleção Brasileira:
ResponderExcluir1) Contra Seleções
01.05.1960 - BRASIL 3x1 REPÚBLICA ÁRABE UNIDA (*)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Victor, Nilton Santos, Zito, Chinesinho, Garrincha (Julinho Botelho), Quarentinha, Pelé (Delém), Pepe
(*) O Egito, unido com a Síria, usava o nome de República Árabe Unida
26.05.1960 - BRASIL 2x4 ARGENTINA (1 gol)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Victor, Geraldo Scotto, Dino Sani, Chinesinho, Julinho Botelho, Servilio, Almir Albuquerque (Sabará), Roberto Frojuello (Delém)
29.05.1960 - BRASIL 4x1 ARGENTINA (2 gols)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Aldemar, Geraldo Scotto, Dino Sani, Chinesinho, Julinho Botelho, Delém, Decio Esteves (Servilio), Roberto Frojuello (Sabará)
29.06.1960 - BRASIL 4x0 CHILE
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando Peçanha, Nilton Santos, Ecio (Zequinha), Chinesinho, Garrincha (Decio Esteves), Vava (Waldo), Dida (Delém), Zagallo
03.07.1960 - BRASIL 2x1 PARAGUAI (1 gol)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando Peçanha, Nilton Santos, Ecio (Zequinha), Chinesinho, Sabará, Waldo (Almir Albuquerque), Delém, Zagallo
09.07.1960 - BRASIL 0x1 URUGUAI
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Aldemar, Nilton Santos, Zequinha, Chinesinho, Julinho Botelho (Sabará), Coutinho, Pelé (Delém), Pepe
12.07.1960 - BRASIL 5x1 ARGENTINA (1 gol)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Aldemar, Nilton Santos, Zequinha, Chinesinho, Sabará (Moacyr), Coutinho (Delém), Pelé (Waldo), Pepe
2) Contra Clubes
16.05.1960 - BRASIL 4x0 SPORTING (POR)
Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Victor, Nilton Santos, Zito (Dino Sani), Chinesinho, Garrincha, Quarentinha (Almir Albuquerque), Pelé (Delém), Pepe
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Alvirubro
ResponderExcluirPegou uma concorrência muito forte, uma geração de ouro.