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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (290) - Ano - 1983

A Estreia de Mazaropi

Fonte:https://www.ocuriosodofutebol.com.br

Às vezes, um time prescinde de um grande goleiro em suas suas maiores conquistas, há exemplos nas Seleções do Brasil, da Holanda, clubes poderosos como o Real Madrid, Barcelona e até o Grêmio, recentemente, mas isso é a exceção, a maioria começa por um grande arqueiro. Foi assim em 1983, quando o Tricolor passou por muitos embaraços, após a saída de Émerson Leão. Apostou em jovens oriundos da base e viu que o projeto da conquista continental corria imensos riscos, se um goleiro confiável não fosse contratado.

E ele chegou sob muita desconfiança, pois o escolhido, o vascaíno Mazaropi levou muito tempo para se tornar titular. Foi banco de Andrada, do próprio Leão; saiu emprestado, voltou e agora o clube da Colina o liberava novamente, por isso, a massa ficou com um pé atrás. A situação não se tornou mais desanimadora, porque o "arco estava vazio", valia a máxima: ruim com ele, pior sem ele.

Mazaropi se transformou num enorme sucesso de competência, carisma e identificação com o clube e também, com o povo gaúcho. Até fincou raízes em Porto Alegre.

O mineiro nascido em Além Paraíba, logo conquistou os torcedores com partidas extraordinárias, em especial, nos momentos cruciais, aqueles jogos que edificam a carreira dos grandes vencedores: As decisões.

Quando falhou, seu erro foi atenuado, esquecido pela conquista do clube como na final da Copa do Brasil de 1989, quando marcou um gol contra. Não se tem registro de Mazaropi comprometendo em partidas decisivas. As lembranças perenes são as defesas monumentais e a infinidade de pênaltis que defendeu no tempo regulamentar ou nos tiros livres.

Hoje, 16 de Junho de 2023, esta data marca os 40 anos da estreia do grande "Maza", uma Quinta-feira no eterno Olímpico Monumental, primeira rodada do Gauchão. Um Grenalzinho.

Valdir Espinosa escalou o Tricolor com: Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León (Leandro José) e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio e Tonho (Lambari).

O Inter-SM treinado por Deca foi a campo com: Osvaldo; Gilberto, Donga, Moroni e Beto; Altair, Luis Fernando e Valdo; Peninha, Zeca (Chicota) e Birinha (Morsa).

Menos de 4 mil torcedores numa noite fria como a de hoje foram assistir o Imortal bater o Interzinho por 2 a 0 com um gol em cada tempo. Tita cobrou penalidade máxima (muito contestada, um toque de mão do lateral Gilberto), deslocando Osvaldo, bola no canto direito, arqueiro para a esquerda. Decorriam 20 minutos. Primeiro tempo: 1 a 0.

Na etapa final, o jovem Renato marcou o segundo aos 14 minutos, numa jogada que seria sua marca registrada na carreira: partiu com força área adentro, deixando os adversários para trás,  arrematou, Moroni conseguiu rebater, mas a bola sobrou novamente para o camisa 7, que não desperdiçou a segunda chance, bateu de canhota. 2 a 0.

O clube visitante veio para cima num tudo ou nada e aí, o estreante brilhou em pelo menos, seis vezes, sendo duas de forma sensacional, a última, arremate de Altair, a mais difícil.

A trajetória iniciada naquela noite gélida, nem o mais otimista dos gremistas imaginaria que aquele goleiro relativamente pequeno para a posição, com nome de ator de comédia, levantaria no final daquele 83, a taça mais importante daqueles 80 anos do Tricolor.

Mazaropi me ensinou muitas coisas, uma delas é que é possível superar as desconfianças com trabalho e talento. Vide Mazaropi.

Parabéns, Maza! 

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

8 comentários:

  1. Já que o assunto é goleiro vai aí uma informação, o Grêmio tem conversas avançadas com Santos do Flamengo.

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    1. Sempre gostei do Santos; tranquilo, técnico, a dúvida é: será que o tempo dele não passou? Quanto custará?

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  2. Sou um torcedor que reverencia goleiros.
    Sempre gostei mais deles do que dos jogadores de linha, embora esses tenham dado inúmeros títulos aos clubes por onde passaram.
    Entretanto, para mim, os goleiros sempre foram diferentes.
    Havia uma meia dúzia deles na minha infância, que eu os conhecia por nome.
    Ainda não tinha dez anos de idade, mas por acompanhar em casa, pelo rádio, os jogos da Dupla Grenal, fui adquirindo conhecimento sobre aqueles homens que para mim eram "gigantes", que "fechavam" a goleira de tal forma que a bola não haveria de entrar nela.
    Gainete, Arlindo, Alberto, Felix, Ubirajara Motta e Andrada são os nomes que a memória traz daquele final dos anos 70. Eram nomes que ouvia nas estupendas vozes de narradores da Guaíba e da Gaúcha.
    Ainda não me encantavam Leão, Ado, Sérgio, Joel Mendes e outros que o futebol foi revelando após a Copa do Mundo no México, com o Brasil Tricampeão.
    Fotografias deles? Quase nenhuma. Apenas os goleiros de Internacional e Grêmio eram mais conhecidos dos guris da época.
    O uniforme era preto, todo preto, camisetas, calções, meiões e chuteiras. Os meiões, às vezes, eram cinzas. Alguns usavam luvas. A maioria, não!
    A Copa do Mundo de 1970, pela televisão, mostrou ao vivo como se portavam aqueles homens que aos olhos de um piazinho eram super heróis.
    Ali conheci Albertosi, da Itália, que incrivelmente usava uma camiseta diferente: era cinza a camiseta dele.
    Conheci Mazurkiewicz, do Uruguai. Eu me perguntava como um uruguaio poderia ter um nome tão difícil e tão diferente? E jogava de preto o "Mazurca". O melhor goleiro da Copa.
    Conheci também Sepp Maier, da Alemanha. Outro que usava camisetas de cores diferentes. Às vezes azul-celeste, outras vezes verde, outras vezes cinza era a camiseta. Estranho, pensava eu!
    E tinha Felix, que para os guris da minha idade era o verdadeiro herói. Naquele tempo, pouco se ouvia falar de Manga, o maior de todos que vi.
    Manga jogava pelo Nacional, de Montevideo, e não foi relacionado para a Seleção Brasileira. Resquício do mau desempenho brasileiro na Copa de 1966, na Inglaterra.
    Assim como Manga, Alberto, do Grêmio, em litígio com o Tricolor, também não foi relacionado. Ah!... Alberto jogava de preto, como todo o goleiro deveria jogar. Desde sempre, nunca gostei das camisetas "marca-textos". São horríveis!
    Pois, o tempo passou e fui aumentando a minha estima por goleiros. Vê-los jogar, assistir suas acrobacias ao praticar uma defesa, enchiam meus olhos de torcedor.
    Schneider, Picasso, Cejas, Benítez e outros tantos nomes foram ficando na memória. Mazaropi não ficaria de fora desta lista, é claro!
    Só lamento uma coisa: Mazaropi nem sempre jogou todo de preto!

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  3. Uma correção: ..."Gainete, Arlindo, Alberto, Felix, Ubirajara Motta e Andrada são os nomes que a memória traz daquele final dos anos 60, início dos 70."...

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  4. Alvirubro
    É uma posição que chama a atenção de quem gosta de futebol; não permite improvisos como por exemplo, as laterais. Também observo muito os profissionais do arco.
    Mazurkiewicz é de uma família que escapou da Europa nos tempos de guerra, bem comum na Argentina e Uruguai. Excepcional!.

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  5. Manga em 70, assim como Evaristo em 58, estava fora do país nas convocações para a Copa.

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  6. Bruxo, já vi e revi o jogo de Tóquio contra o Hamburgo algumas vezes. Sempre me surpreendeu a atuação do Mazzaropi. Essa é a grande injustiça da posição. Quando brilha, não faz mais do que a obrigação. Goleiro só é lembrado quando falha. Já um atacante quando faz gols decisivos, recebe todo o tipo de homenagem, como é o caso, merecido por sinal, do Renato. O Mazzaropi aquele dia, entretanto, jogou tanto quanto ele.

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  7. Vinnie
    Tem toda a razão; foram atuações maravilhosas da maior parte do time; Renato por ser decisivo, assim como Mazaropi e um que botou a bola no bolso, Mário Sérgio.

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