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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Opinião



Ídolos 


Tenho comigo que os ídolos, a admiração por eles é gerada na infância e adolescência (via de regra), então, entendo os gremistas que estão irados com Roger e os que aceitam fanaticamente as ações de Renato, sem qualquer questionamento. Esses torcedores devem ter nascido no início dos anos 80 no caso do ex-lateral esquerdo e nos 70, caso de Renato. Há também os que nasceram nos anos 2000 e passaram pela escassez de títulos relevantes, os tais 15 anos (2001-16) e idolatram o técnico. É compreensível.

Como fui guri nos 60 e adolescente nos 70, não tenho essa dupla como ídolos. Os meus foram Áureo, Alcindo, Everaldo, Ancheta, Tarciso e o último, o fantástico Tadeu Ricci. Parei aí. Depois, houve vários jogadores que admirei, mas sem a magia, porque na fase adulta parece que a química não era a mesma. 

Renato que teve momentos excelentes em 2010 e 2013 mais as conquistas posteriores, há tempos não realiza trabalhos consistentes. Com a vinda de "místeres" ao Brasil, deu para perceber que ele estagnou na profissão.

Já com Roger, a minha decepção não é por ir treinar o arquirrival, fato que ocorreu com gremistas mais ilustres do que ele na história do clube, casos de Foguinho e Valdir Espinosa, mas pela incoerência do seu discurso, "a teoria e prática", que pegou vários experts no contrapé, como foi o caso de Maurício Reolon, jornalista de O Pioneiro, de Caxias, grupo RBS.

 Extraio parte de sua coluna intitulada "A Ética que faltou ao Inter sobra em Roger" do dia 12/07/24, reproduzida em Zero Hora:

.... O treinador nunca foi daqueles de pular da barca no meio do caminho ou trocar de rota em busca de maior visibilidade. O Inter é um clube gigante, mas que garantia de estabilidade ele teria na mudança?...

...Falando do treinador, Roger Machado deixou claro após a partida no Beira-Rio a relação de confiança que tem com a direção alviverde, que bancou sua permanência no momento de maior instabilidade no Gauchão. Além disso, ele é parte fundamental na busca por reforços para a sequência da temporada.

O Juventude de Roger, que já se mostrou muito forte coletivamente até aqui, tende a crescer ainda mais com um elenco que tenha mais alternativas...

Portanto, repito, é compreensível a revolta de parte dos torcedores azuis, mas para mim, justamente por não possuir esse "condimento" que a diferença temporal me impôs, tanto faz ser Roger ou outro neste momento o comandante vermelho, o maior problema para a massa Tricolor advém da incapacidade momentânea ou não, apresentada pelo técnico gremista de iniciar uma reação forte pela fuga do rebaixamento.

Essa aceitação tácita, quase messiânica de parte dos torcedores é que me causa  decepção.

33 comentários:

  1. Encaro com naturalidade o fato de Roger aceitar trabalhar no Inter. Não o considero ''ídolo'' do clube. Foi um jogador vencedor, fato! Mas achei no mínimo questionável sua decisão de abandonar o Juventude nesse momento. Porém, quem sabe de sua vida e de suas necessidade é ele.
    Eu, por ter nascido nos anos 80, não considero Renato meu ídolo como jogador, mas reconheço que é um ídolo do clube. Porém, sempre fui admirador de Renato como jogador, assim como era admirador de Ronaldo, Romário, Marcelinho Carioca e Maradona!

    Ídolos esportivos nacionais tenho apenas 3: Ayrton Senna, Oscar e Guga...por motivos diversos, não somente ligados à performance. Curiosamente não tenho ídolos no esporte que mais gosto.

    Anderson

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    1. Anderson
      É isso, o ídolo muitas vezes não fecha em muita coisa com a gente, quando nos tornamos adultos, mas fica a boa lembrança.

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    2. Sou mais ou menos dessa linha, Anderson. Ídolo, pra mim, é um palavra forte. Algo que não é a gente que escolher ter.

      Danrlei é meu ídolo. Roger não. Tenho pouquíssimos ídolos, aliás. Taffarel, Romário..Kaneman.

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    3. Também sou dessa linha, mas sou mais radical, pois iconoclasta.
      Tenho admiração por vários esportistas, músicos, personalidades, mas idolatria não tenho por ninguém.
      Quanto a Roger, a identificação que ele tem com o Tricolor pesará contra ele junto aos morangos, em especial nas arquibancadas; a tolerância com ele será zero, o que põe ainda mais dúvida sobre o acerto da decisão que tomou, sempre lembrando que de hoje em diante o discurso moralista dele acabou. Nunca mais poderá bater no peito e dizer que tem ética, exigindo o mesmo dos demais, depois de ter pulado da barca do Juventude na primeira proposta.
      Quanto ao Grêmio, um a menos para sempre ser cogitado, permitindo um dia a sonhada renovação de treinadores.

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    4. Penso o mesmo, Fabiano.
      Lembro de Ivo Wortman, ex jogador do Grêmio, cuja a paciência dos colorados acabou muito cedo, quando ele treinou o Coirmão.
      Roger tem um pepino.
      Imagine uma derrota feia hoje e uma desclassificação na terça, o que vai subir a temperatura!!!

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  2. Perfeito, bruxo.

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  3. Roger não é ídolo. Amenos para mim aliás a palavra ídolo vem sido usada com muita facilidade, deve ser por anseio ou desesperança.


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    1. Concordo, a gente acaba banalizando, também. É o caso da palavra "craque".

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    2. Exatamente.

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    3. Boa! banalizaram o termo!

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    4. É o desespero....por não termos ninguém.
      Airton Sena era ídolo? ....ídolo dos desesperados.
      Precisamos a todo custo construirmos um ídolo, porque somos carentes de lideranças.
      Não temos nada e ninguém por isso nos agarrados a qualquer um.


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    5. Não fale mal do Ayrton não, guerreiro. Não sou nenhum desesperado e tenho ele como ídolo esportivo sim...aliás, nunca vi esportista nenhum carregar a bandeira do Brasil com tanta paixão como ele fez.
      Não sei ao certo o motivo que me fez alçá-lo a essa condição, se foi por esse sentimento patriótico, se foi pela perda precoce quando eu ainda era garoto, ou se foi por vê-lo se negar a perder...mas, o fato é: não fale mal do ídolo dos outros!

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    6. Não fale mal do ídolo dos outros (2)

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    7. Ídolo:
      1. Pessoa ou coisa intensamente admirada, que é objeto de veneração.
      2. Imagem que representa uma divindade e que se adora como a própria divindade.

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  4. Os anos noventa para mim, e acredito que para todos os sujeitos da minha idade que torcem para o Grêmio, foi uma época de ouro.

    Mas no futebol a idolatria tem um significado que talvez seja diferente dos demais: para mim é algo relacionado ao respeito mesmo. Tanto que não tenho nenhuma foto com jogadores. Não sou muito adepto à isso.

    Desde que me conheço por gente, muitos jogadores fizeram este "pra lá e pra cá". Naquela época, dos que eu me lembro, Adílson Batista, Zé Alcino foram os primeiros jogadores que eu vi "trocar" de lado. Teve ainda o próprio Mauro Galvão. Lá nos anos também teve o Mário Sérgio e outros... E todos esses aí foram campeões pelo Grêmio, mas com aquela "manchinha" no currículo e talvez seja por tal razão que daqueles times, os meus "ídolos", eram outros. Os paraguaios Rivarola e Arce, Dinho, Jardel e Paulo Nunes. Nildo!

    Tinha outros que eu também guardava grande respeito, e o primeiro a perdê-lo foi Carlos Miguel. Ali, na época o futebol já estava um tanto mais moderno e tais trocas começavam a serem vistas como normais... para mim, nunca foi. E ainda não é.

    De lá pra cá houve muitas trocas... e a mais "chamativa" de que tenho lembrança foi a de Edinho, o volante que foi campeão do mundo pelo time da beira do lago Guaíba. Este jogador, confesso, nunca teve minha total confiança. A passionalidade fala mais alto.

    E para provar que isso nunca deixará de acontecer Roger Machado "pula" para o lado de lá. E nisso tudo o que mais me surpreende não é o fato dele ter ido, mas sim, do próprio discurso adotado por ele próprio sobre não pegar trabalhos pela metade. Para mim, tal atitude, só revela uma coisa: ou é mágoa para com o Grêmio ou falta de caráter mesmo. Digo mais: não me surpreenderá se um dia ele falar que sempre foi colorado, a exemplo de Tinga.

    De qualquer jeito, não sinto revolta. Roger é só mais um jogador que perde o meu respeito como torcedor. Mas e daí? Para ele, isso não faz diferença nenhuma mesmo.

    E sobre Renato, ele pode ter inúmeros defeitos. Como pessoa, ou treinador. Isso é opinião de cada um. Mas existe algo que não poderão dizer dele: que vestiu as cores do nosso maior rival.

    Para mim, isso vale e muito!

    E sobre ídolos um parágrafo final: o meu maior ídolo gremista é minha avó de 89 anos. Foi ela quem fez com que eu me tornasse, no mínimo, louco pelo Grêmio e suas cores. Não foi um título. Não foi um jogador. E acho que isso vale para todos nós. Não à toa diz a frase de uma canção: passam os anos, passam os jogadores!

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    1. Minha avó também era muito gremista e gostava muito de futebol. Lembro de escutar e assistir os jogos com ela. Ela também torcia muito pela Seleção Brasileira e pela Seleção Italiana, sempre acompanhava as copas do mundo, muitas memórias de ver os jogos com ela. Lembro muito bem daquele golaço do Balotelli contra a Alemanha na Eurocopa que ele tira a camiseta, estávamos assistindo o jogo juntos.

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    2. Lipatin
      Esses momentos inesquecíveis que cada um tem é que fazem valer o futebol.

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    3. Sem dúvidas, Bruxo!

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    4. Meu finado pai era apaixonado por futebol! Chegou a fundar um time e contratar jogadores com dinheiro dele!

      Mas, no ocaso da sua saúde, lá pelo início dos anos 2000, mais precisamente 2003, certa vez me disse:

      - Não seja fanático.

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    5. Glaucio
      Na maioria das vezes, eles tinham razão.

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  5. Belo texto, Rodrigo.
    Na origem da idolatria, geralmente, a gente tem em casa ou no cotidiano das ruas, as primeiras referências.

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  6. Eu já falei demais do Roger nos outros comentários, risos. Mas o que mais me indignou, e decepcionou por gostar dele, foi a contradição de abandonar o Juventude no meio do campeonato, que tava reerguendo a carreira meio morta dele, pra ir pra essa aventura com toda a cara de final triste no Inter. Como disse ele teve uma atitude de Vagner Mancini. Azar o dele. Ou sorte, vai saber, como já escutei uma vez: "As vezes a decisão é tão errada que acaba dando certo".
    Também concordo sobre a banalização de "ídolo" e "craque". Roger não é um ídolo, na minha visão, mas uma pessoa notável na história do clube como um jogador vencedor e também foi técnico. Apesar de não achar ele um "traidor" como muitos estão achando eu também entendo a ira deles, afinal futebol também é passional, fazem parte essas emoções exageradas. Assim como tem exageros emocionados de veneração com o Renato por grande parte da torcida. Faz parte do jogo.
    Indo na linha do Rodrigo pra mim quem me fez virar gremista foi o meu pai, que me ensinou a gostar de futebol e do Grêmio ao natural, com quem ainda tenho muito prazer de poder tocar pitacos e cornetadas sobre o nosso tricolor. E meus avós que eram muito gremistas também tiveram um papel importante. Eles eu idolatro, e a minha idolatria por eles é eterna.

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  7. Lipatin
    Sem querer bancar o secador, acho que não era o momento sair do Ju, isso, para qualquer clube que fosse.

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    1. Nesse caso não é nem ser secador, é ser realista. Risos.

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    1. Agora só me resta torcer pra ele se dar mal.

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  9. Roger vai tirar o Inter do lodo, é competente. Podem escrever. No combo virão Paulo Paixão e Abel Braga. Ou seja, tem tudo para dar certo. Podem esperar. E
    nós continuaremos sem ao menos um time, sem plantel, sem diretor de futebol, sem executivo de futebol, sem preparador físico e o mais importante de tudo, sem treinador. Preciso dizer mais alguma coisa?

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  10. Vou acabar com qualquer dúvida...
    Próximo grenal...Roger com logotipo vermelho nas costas gritando: Vamos pra cima deles.
    E AÍ .... QUER ELE NA CALCADA DA FAMA?

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  11. Quanto ao Roger, sempre achei um bom jogador e como pessoa muito diferenciado em meio a esses treinadores semi-alfabetizados e que nem sabem falar uma frase com todos os "s" . Sinceramente não tenho opinião se vai dar certo, mas provavelmente vai conseguir pelo menos se fazer entender e fazer alguns bons jogos mas fazer um time com uma folha que os boatos dizem que beira os 20 milhões que nem longe tem um rendimento razoável ser campeão, acho dificil.
    Quanto à idolos sou gremista há mais tempo que a maioria das pessoas mas tive apenas três ídolos : Alcindo Marta de Freitas que foi a razão de eu ter me tornado gremista, Darnlei realmente um grande goleiro e símbolo de uma maravilhosa fase vencedora e (podem me apedrejar) Luan Guilherme !! Eu literalmente ignoro todo e qq assunto que diga respeito á Seleção nos últimos 40 anos mas assisti a Seleção Olímpica em 2016 só pra ver ele jogar e fazer um gol realmente de craque como ele era !!! Até hoje eu bato cabeça tentando entender o que aconteceu com ele mas foi o mais próximo que chegou de ser meu ídolo !!

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  12. Meu maior ídolo como jogador foi Alcindo Martha de Freitas, excelente centroavante e maior goleador da história do Grêmio, quando eu ainda era adolescente.
    Já adulto, Renato Portaluppi, pelos dois gols espetaculares na decisão do Mundial de 1983.
    Como treinador o Felipão dos anos 90.
    No conjunto da obra, jogador+treinador, apesar das divergências que tenho em relação a algumas escalações que ele faz, Renato, o único a nos dar dois títulos importantes na era Arena, além de 6 dos 7 últimos títulos de campeão gaúcho.

    Nelson

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  13. Concordo, Nelson. Alcindo era sinônimo de gols.
    Fazia gols de todas as formas: ambos os pés, cabeça, de pênalti e faltas.

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  14. Airton Senna produto da mídia, Globo Galvão etc..é o desespero. Lembre-se que não existia tv a cabo, celular e Internet...
    Um piloto rápido jamais seria neu ídolo....mas era o que nós tinhamos aos Domingos.

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