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terça-feira, 10 de março de 2015

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (81) - Ano - 1994-95


O artilheiro improvável


Em Maio de 1994, o Grêmio não contava mais com os centroavantes Gilson Cabeção e Charles, este, o craque consagrado pelo Bahia, que não “aconteceu” vestindo a 9 tricolor. Precisava de um substituto; foi ao mercado.

Aí, uma situação insólita; um “irresponsável” contratou um obscuro atacante, cujo o currículo apresentava as seguintes passagens: O início no Clube do Remo de Belém do Pará, depois atuações em mais nove  clubes, Ferroviário do Ceará, Chapecoense de Santa Catarina, Olímpia de São Paulo, Aimoré de São Leopoldo, dois anos, onde em ambos, o time ficou abaixo do vigésimo lugar no Gauchão, Barretos de São Paulo, Esportivo de Minas Gerais, Brusque de Santa Catarina, Internacional de Bebedouro-SP e Caldense de Minas Gerais. Tudo isso em apenas sete anos, ou seja, de 1986 a 1993.

Com esse extenso e insignificante cartel, desembarcou em Porto Alegre aos 28 anos, Ivanildo Duarte Pereira, Nildo. Um nortista completamente desconhecido do ambiente esportivo do RS. Uma ducha de água fria nas expectativas da torcida gremista.

Provavelmente, um “erro” da Direção e Comissão Técnica.

Pois esse “erro” estreou num batismo de fogo; encarou o Grêmio Santanense, lá em Livramento e fez o único gol da partida.

Nildo no Tricolor jogou 61 partidas e marcou 22 vezes, números quase idênticos aos de Marcelo Moreno (60 jogos, 25 gols). Leve vantagem para o boliviano.

Nestes 22 tentos há alguns essenciais como os dois que fez na semifinal da Copa do Brasil de 94, quando o Imortal se credenciou para a disputa da competição. 2 a 1 contra o Vasco da Gama.

Nos Grenais que decidiram o Gauchão de 1995, ele marcou em ambos. Empate no Beira-Rio, 1 a 1 e nos 2 a 1 no Olímpico. A famosa conquista com o “Banguzinho”.

O gol mais importante ocorreu na final da Copa do Brasil, quando logo aos 3 minutos de jogo, aparou um cruzamento da direita e cabeceou forte, sem chances para o arqueiro. O gol do bicampeonato.

Em seguida, Nildo sofreu a ruptura do tendão de Aquiles, enfrentando o Corinthians em São Paulo. Um duro golpe, pois lhe tirou de combate por vários meses, além de gerar desconfianças quanto às suas reais chances de voltar a exercer o seu ofício.

Voltou e logo seguiu marcando. Foram 12 até sua saída do Imortal naquele ano. Participou de decisões importantes como a final da Libertadores em Medellín, entrando no lugar de Jardel.

Nildo foi a rara prova, talvez uma grande exceção, que muitas vezes a solução para terminar com a escassez de gols, não está exposta com brilho e alarde, nem dá a melhor impressão aos olhos do torcedor.

Contei com a ajuda dos dados do Alvirubro para esta crônica. Agradecimentos a ele e ao Nildo, pois sem os dois, estas linhas não teriam sido escritas.

13 comentários:

  1. Marcelo Flavio10/03/2015, 21:29

    Que bacana, muito bom saber que um "operário" deu certo em um grande clube.

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  2. Que bom ver o teu comentário!
    Marcelo Flavio ache um tempinho para trocar ideias com a galera.
    Um abração..
    Um time também se faz com operários.

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  3. Nildo "bigode", forte povo do Norte!

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  4. He,he! Puxando a brasa para tua sardinha.
    Povo raçudo mesmo.

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    1. Sabe como é né Bruxo, hehe

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    2. PJ
      Qual é o teu time por aí?

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    3. VEC (Vilhena Esporte Clube) o Lobo do Cerrado que, por ironia do destino, assume as cores amarelo e vermelho...
      Ano passado jogamos contra o Palmeiras pela Copa do Brasil. Este anos empatamos com a Ponte em casa, estou no aguardo do jogo de volta.

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    4. VEC (Vilhena Esporte Clube) o Lobo do Cerrado que, por ironia do destino, assume as cores amarelo e vermelho...
      Ano passado jogamos contra o Palmeiras pela Copa do Brasil. Este anos empatamos com a Ponte em casa, estou no aguardo do jogo de volta.

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  5. PJ
    Bom, já tenho um time no Norte para torcer.

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  6. Remo é time grande para os padrões nacionais, assim como o Papão, VEC é coisa mais interiorana, tipo a SER do Gláucio.

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