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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Opinião



Cartolices 

Tinha 11 anos, quando foi lançada a revista ícone do esporte, em especial, do futebol, seu nome, Placar. Era ano de Copa do Mundo e ela circulava semanalmente. Muitas coisas aprendi ali, páginas e páginas devoradas com muito prazer. Uma expressão ficou bem gravada: "Cartola". Ela representava o dirigente de futebol oportunista, que nem sempre colocava os interesses do clube em primeiro lugar. Geralmente, o cartola usava a instituição e a paixão do torcedor para auferir vantagens em suas mais variadas formas.

Uma prática muito comum era, após uma derrota significante num clássico: correr para os microfones e anunciar "grandes contratações"; prática que contava com a cumplicidade dos parceiros de parte da imprensa, o pessoal da "tchurma", que dava guarida no que se transformava numa grande confraria.

 O que ocorria? este engambelamento aplacava momentaneamente a ira da torcida e as tais "grandes contratações" não apareciam. A torcida via chegarem nabas ou quase isso, com pompa e circunstância. Gatos por lebres apresentados com solenidade e seriedade.

"Felizmente", isso pertence ao passado; agora nossos clubes são geridos por pessoas sérias e comprometidas, deixando para trás esta prática odiosa, que tanto mal fez aos torcedores.

Que bom que atualmente, quando dizem, após um revés contra o principal rival, que virão grandes contratações, elas acontecem para o delírio da massa e crescimento da instituição que administram.


3 comentários:

  1. Certa vez na Pós o professor mostrou uma revista Veja dos anos 80, as manchetes na capa eram de corrupção e violência, temas bem atuais. No futebol as manchetes também se repetem. E como ter notícias diferentes se até os dirigentes se repetem?

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  2. Carlos
    Não tem como ser diferente, infelizmente. Mesmas ações, mesmos resultados.

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  3. Muito perspicaz tua ironia no final Bruxo, kkk, muito boa mesmo. Mas no Grêmio inauguraram um tipo de cartola que eu, até então, não havia visto. O cartola que vai bêbado para uma entrevista coletiva.

    No Grêmio, Romildo Bolzan Júnior é um clássico exemplo de cartola, só não é AINDA classificado como da pior espécie pois não permitiu investigações a fundo no clube...

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